Two

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» Leiam as notas finais.

POV's Gabriella

Minha atenção vai para a porta de onde vinha a voz da minha irmã. As palavras de Cíntia me atingiram, me trazendo dor pelo fato de Harry ter deixado Brooke e eu sozinhas, mas também raiva, porque ela não tinha o direito de falar da minha vida, ela não passou nem pela metade do que passei.

Eu poderia reagir aquilo de várias formas, uma delas seria voar em seu pescoço, mas minha bebê estava ali e não queria assusta-lá, então o melhor que eu poderia fazer era ignorá-la.

– Vai com a vovó, amor, a mamãe precisa trabalhar. – passei Brooke para o colo de minha mãe.

– Vem cá, meu anjinho. – disse minha mãe, enquanto pegava Brooke – ignore, querida. É o melhor. – sussurrou.

– É isso que estou fazendo, mãe. – respondi no mesmo tom – mamãe te ama, meu bebê. – beijei a bochecha de Brooke e ela sorriu para mim da maneira em que meu dia se torna mais lindo.

Devolvi o sorriso da forma mais doce para minha filha, passando o indicador em seu narizinho empinado, podendo ouvir sua gargalhada seguida de um gritinho fino. Minha mãe pegou as coisas de Brooke e subiu junto com ela.

Coloquei o uniforme da confeitaria junto de um avental, caminhando para a cozinha. O cheiro de açúcar de confeiteiro exala e agradeço mentalmente por ter poucas encomendas de bolo e doces em geral para o dia de hoje.

– E aí, maninha? – sua voz se instalou no ambiente.

Algumas vezes, infelizmente ela ajudava na cozinha. Ajuda é sempre bem vinda, mas de Cíntia...humpf, pense duas vezes antes de lhe pedir.

– Fala, Cíntia. – disse mexendo a massa do bolo.

– Minha nossa, que mal humor. – ironizou, seguido de risinhos para me provocar.

– Olha, Cíntia. – respirei fundo, deixando a massa de lado – da próxima vez que você vir falar da minha vida, não vou pensar duas vezes em te dar uma lição. Você não passou nem 1/4 do que eu passei pra você ter dito tal coisa lá fora. – estava próxima à ela, encarando fixamente seus olhos.

Ela me olhava com ódio. Por vezes me pergunto onde está aquela minha irmã tão sensível e delicada. Más amizades dá nisso pra pior. Assim, saiu, me deixando na cozinha junto com outras duas confeiteiras. Agradeci mentalmente por ela saído de lá, caso contrário, não iria responder por mim mesma.

(...)

O ponteiro do relógio já marcavam 18h00, mostrando que em poucas horas marcaria a hora de fechar. O céu estava pintado em um azul escuro. Havia alguns clientes tomando um cappuccino feito pelo meu pai. O casal sentados ao pé da janela me fez lembrar de Harry. Juntos. Eu realmente o amava, a minha família o adorava. Ele foi o meu primeiro amor. Minha primeira vez. Minha primeira decepção. Balancei a cabeça, para retirar as lembranças contidas em minha mente, focando-me em contar o dinheiro garantido.

– Pai, já está tudo pronto, só falta três entregas agora. – disse retirando o avental.

– Filha, você pode fazer isso por mim hoje? Tenho que ir no banco ainda. – olhou-me com uma cara de pidão.

– Eu posso fazer isso se o senhor quiser, pai. – disse Cíntia, se oferecendo para o trabalho.

"Milagre", pensei.

– Ok, então vai você, Cíntia. – disse pegando a chave do carro – você pode contar o restante do dinheiro pra mim, filha? – me olhou, esperando um resposta.

My Little Girl • H.S. (Concluída) - EM CORREÇÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora