Fifty-five

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P.O.V Harry

Acordei com uma dor terrível nas costas por ter dormido naquela poltrona, e para piorar, dormi todo torto. Minha nossa, minhas costas estão me matando, isso terrível. Me levantei devagar, olhando a minha noiva que me encarava com seus olhos verdes claros que mais pareciam pedras preciosas à me olhar.

– Bom dia, meu amor. – depositei um beijo em sua testa, como um "bom dia".

– Bom dia, amor. – sua voz ainda era falha, mas melhorou comparado à ontem.

– Se sente bem? – minha mão acariciava seu rosto tão suave que mais pareciam um tecido de seda.

– Sim, um pouco, eu acho. – murmurou baixinho, procurando minha mão e logo que à encontrou, entrelaçou nossos dedos.

Eles se encaixam tão perfeitamente. São como peças de quebra-cabeça.

Em questão de segundos, me lembrei de tudo o que o médico me disse. Eu não posso acreditar, minha mente não quer acreditar que ela pode ir a qualquer momento.

O médico me informou que as celulas cancerígenas estavam se tornando mais fortes e que estavam tomando todo o corpo de Gabriella e que durante o parto ela vomitou sangue. Ele me disse que até os enfermeiros se assustaram, porque não sabiam da gravidade da situação. Ele ainda deixou uma pequena esperança; que não pararia de tentar. Eu não quero perdê-la. Não posso perdê-la.

– Logo irão trazer seu café da manhã. – pisquei para ela, roubando uma gargalhada baixinha da minha mulher.

– Eu quero vê-lo, Harry. – disse rouca, apertando minha mão levemente.

– Nós já vamos ir vê-lo. – acarinhava sua mão tão branca e macia.

Duas batidas na porta foram para nos avisar que alguém entraria. Era a enfermeira com o café da manhã de Gabriella. A moça de cabelos grisalhos ajudou a minha mulher a se sentar, colocando sua comida à sua frente.

– Muito obrigada. – agradeceu Gabriella. Sempre tão gentil.

– Não tem de quê. – sorriu mostrando-nos as rugas – logo iremos ajudar a senhorita para poder ver seu pequenino. – informou com uma voz doce.

– Obrigado. – desta vez foi eu à agradecer.

Depois de pedir licença, a senhora saiu do quarto me fazendo sorrir levemente para a minha mulher que podia se alimentar normalmente. Isso é bom.

– Se sente bem agora, meu amor? – perguntei fazendo carícias em sua coxa coberta pelo lençol do hospital.

– Sim, agora muito bem. – sorriu abertamente após tomar seu café com leite.

Ela parece estar tão bem. Não parece estar em preparação para uma fase terminal. E eu, particularmente, prefiro ela assim, cheia de vida e vontade para encarar as coisas de frente, sem ter medo do que vão pensar dela. Ela é tão determinada. Queria ter essa coragem dela.

– Bom dia, crianças. – doutor James entrou com sua energia de sempre.

– Bom dia. – o cumprimentamos juntos, tirando uma gargalhada de todos.

My Little Girl • H.S. (Concluída) - EM CORREÇÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora