Epilogue

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| 25 anos depois |

P.O.V Brooke

– Heitor! Pare de irritar tanto a Olívia. – dizia para o meu irmão mais novo que cresceu fisicamente, mas não mentalmente – mãe, olha o Heitor! – encarei minha mãe, já irritada com ele.

– Vocês dois vão sempre recorrer à mim quando não souber resolver as coisas? Eu não vou estar neste mundo pra sempre, já estou velha. – minha mãe dizia como se estivesse nos dando uma bela bronca. Vou sentir tanta falta dela.

Com o passar dos anos, minha mãe deixou de tomar os remédios para evitar que o câncer voltasse, ela pensava que tudo já tinha passado e Deus tinha tirado isso tudo dela. Mas ela estava errada. Deus quer ela ao lado dEle a qualquer custo. Ela está quase em fase terminal, mas prefere ficar em casa. Meu pai parou de trabalhar para cuidar dela. Eles se amam tanto. É lindo ver ele cuidar tanto dela.

– Mamãe. – suspirei, vendo ela tomar a minha filha nos braços, beijando o rosto da mesma.

– Querida, o que houve? – a voz rouca de meu pai soou ainda mais rouca por conta da idade.

– Não é nada. Só nossos filhos agindo como crianças como sempre. – gargalhou, vendo um sorriso de meu pai com covinhas e ruguinhas nos cantos dos olhos tão verdes como esmeraldas.

– Foi o Heitor que começou, não eu. – protegi meu ponto de vista, vendo Heitor debochar – virão? – apontei para ele com o meu dedo indicador.

– Tudo bem, tudo bem. Vem cá, maninha. Eu te amo. – se levantou do chão com um carpete confortável, vindo me abraçar. Como ele havia herdado a altura de meu pai, ele me abraçou quase me esmagando.

– Eu também te amo, idiota. – bati em seu peito, fazendo-o gargalhar e ver minha mãe mimar minha filha.

– Onde está o Peter e a Grazi? – perguntou minha mãe de seu genro e sua nora.

Peter era meu marido à dois anos. Tudo correu tão perfeito, eu não podia estar mais feliz. Estava prestes a me casar com o homem que amava e grávida de dois meses de Olívia. Eu amei cada momento. Meus avós ainda eram vivos naquela época. Eu sinto tanta falta deles. Quando minha avó ficou doente, meu avô acabou por ficar em depressão e não tinha mais forças pra lutar, ele já não era nada sem a minha avó. Por vezes eu imagino a dor que ele sentiu. Eu já sinto por pensar em perder minha mãe, e eu só espero que meu pai se mantenha forte por Heitor e por mim também.

Meu irmão estava noivado de minha cunhada, Graziella. Era uma moça adorável e se dava bem com todos da nossa família. Ele estava feliz, aliás, todos nós estávamos. Minha mãe e minha tia acabaram por passar a confeitaria para meu irmão, minha prima e eu. Havíamos criado muito mais responsabilidade desde então.

– Peter logo virá, mãe. Está terminando algumas coisas na empresa. A tia virá para a ceia? – me sentei no sofá grande e confortável do casarão de meus pais.

– Mas é claro que irá vir, minha filha. – deixou Olívia no chão, e a mesma deu passos lentos e pequenos até mim.

– E eu vou agora mesmo buscar a Grazi. – disse após bloquear seu celular, colocando-o no bolso de sua calça.

– Tome cuidado no caminho, meu filho. – caminhou até meu irmão, beijando sua testa. Logo um sorriso escapou de meus lábios. Mesmo tão dependente da doença, ainda cuida de nós.

My Little Girl • H.S. (Concluída) - EM CORREÇÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora