🥈2° Lugar na categoria DRAMA. Do concurso #Enredodourado 2° Edição.
#22/11/20 | #01bestseller
Perto de completar seus 17 anos, Isabela Callegari retorna a cidade natal da sua mãe, onde fará de tudo para fugir de um passado que não lhe pertence...
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— Cinco, seis, sete e oito... lá embaixo. — escorreguei no laminado de maneira ao lado da Aléxia, paramos novamente de frente para o espelho.
— Foi. — comemorou. — Agora aquele trançado. — levantou-se em um pedido.
Eu estava passando alguns passos mais desconstruídos à ela. Disse que talvez não viria mais, mas não resisti, acordei sozinha bem antes do relógio despertar, então usei isso como desculpa.
— Vai travar todo o peso do seu corpo na perna direta, e a esquerda vem por trás. Cuidado com o quadril, os joelhos precisam estar bem travados para não torcer! — finalizei o movimento emendando em outro.
— O quê? O que foi isso? Não valeu, isso nem é ballet! — protestou alto. Desfilei convencida.
— Sai da caixa dona Aléxia, existem outras centenas de modalidades que exigem bagagem atlética de uma bailarina, nós temos essa bagagem, e pra mim quando atingimos um patamar, outros devem ser criados, cada vez mais altos. Quando o conhecimento é limitado, chega a hora de você expandir seus horizontes e adaptar coisas novas. Isso não é novidade! Existe o Boxe, e existe o Judô, ambos limitados, é onde entra o MMA, artes marciais mistas, aprendi isso com a Olívia. Entendeu?
Suas expressões relaxaram, como se sua mente tivesse desligado, ou talvez estivesse longe.
— Falou igualzinho a Emma agora. — sorriu brevemente emocionada. Não foi a primeira vez que ela me comparou com essa tal Emma, e eu ainda nem sabia quem era ela.
— Aléxia. — olhamos juntas para a porta rapidamente, onde Jony estava parado encarando a ruiva. Ela empalideceu instantaneamente. — Posso falar com você? — Jony não escondeu sua ansiedade, mas sua voz era firme.
Olhei para Aléxia buscando uma comprovação, ela assentiu me passando segurança.
— Nos vemos depois. — pesquei minha bolsa ainda no chão e passei por ele, que ainda estava segurando a maçaneta da porta.
Jony sustentou meu olhar, como se quisesse me intimidar, parecia bravo, mas tem algo que ele não conseguiu disfarçar, a vermelhidão nos olhos, como se tivesse passado horas chorando.
Pensei até em ouvir aquela conversa, mas até então eu já estaria sendo enxerida demais, detestaria ser pega como futriqueira.
Portanto fui direto para o banheiro, onde troquei as sapatilhas pelo tênis e dei um jeito no meu cabelo, prendendo-o em um coque rebelde.
Encontro-me com as meninas pouco tempo depois, o dia estava lindo diferente dos anteriores, falávamos sobre coisas banais quando Dave e Noah aproximam-se, nos cumprimentando.
