Capítulo 30

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Eu não queria admitir, que talvez, só talvez, estivesse arrependida por dizer aquelas palavras

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Eu não queria admitir, que talvez, só talvez, estivesse arrependida por dizer aquelas palavras. A verdade é que eu estava esperando o momento perfeito para despejar tudo que estava entalado, mas eu ainda não tinha psicológico algum para aquela conversa.

Por mim, eu teria causado nele, o mesmo que causou em mim, queria que ele sentisse em proporções iguais, o mesmo que eu senti todos esses dias desde que bati na porcaria daquele quarto. Só que pra isso acontecer, eu precisava admitir outra vez, que eu sinto alguma coisa pelo Ethan. Algo muito maior e destrutivo, do que eu jamais permiti que alguém tivesse posse.

— Essa é a parte em que você sai batendo o pé? — Estreitei o cenho, percebendo o tom irônico que ele usou, bem diferente do que eu esperava.

— É, essa é a parte em que eu saio batendo o pé. — Confirmei estressada por me ver naquela situação. Pois sim, eu não conseguia sair do lugar como gostaria, hoje era sua vez de fazer isso, então eu me pergunto. O que ele ainda está fazendo parado ali?

Os poucos segundos que ficamos em silêncio, foi suficiente para constatar um sorriso traveso no canto dos seus lábios. Ethan então deu um passo na minha direção, uma aproximação mais do que necessária, que me obrigou inclinar a cabeça, para conseguir sustentar seu olhar. Os mesmos passeavam por todo meu rosto, como se estivesse desenhando meus traços visualmente.

Sem pressa. Calmo, e despreocupado. Um leve arfar antecedeu nosso contato visual, que revirou meu ventre.

— Pensei que estivesse com raiva de mim, que não quisesse me ver. Se eu soubesse, que durante todos esses dias, você esperou por uma visita minha... — Riu como se aquilo fosse uma piada interna. — Se tem uma coisa que não pode dizer, é que não procurei saber como você estava, pois somente por saber, foi que tomei a decisão de não te procurar Isabela. Eu sei o quanto ferrei com você, desde o primeiro momento, mas pode ter certeza, eu estou tão ferrado quanto.

Meu coração já não batia compassadamente, parecia até falhar algumas, enquanto ele insistia naquele curto espaço.

Aquilo me parecia duvidoso demais, sinceramente, ninguém conseguiria esconder de mim que esteve conversando com o Ethan, assim como a ideia dele ter perguntado sobre mim, também não me parecia real.

— E por um acaso achou que um fim de semana ilhados na mesma casa resolveria algo? — Ethan tensionou o maxilar, engolindo duramente, meu desprezo cada vez menos consistente.

Era como se eu estivesse o empurrando para longe, e ele continuasse se aproximando. Insistindo, sabendo que a cada inflar dos pulmões, eu cedia mais um pouco.

— Não foi eu que planejei isso aqui. Mas admito, sabia que você viria. — Ele já não olhava mais em meus olhos. Deteve os seus fixados na minha boca, não escondendo o quão sedento parecia estar.

— E veio mesmo assim. — Afirmei o que era para ter ficado só pra mim. Naquele momento, era impossível pensar com clareza e manter uma linha de raciocínio sobre tudo o que acabei de dizer. De uma coisa eu tinha certeza, não queria mais aquele sentimento tomando conta de mim, eu queria voltar para minha zona de conforto onde eu podia decidir quem entra e quem sai. Queria de volta o controle sobre minhas atitudes idiotas de fugir e deixar as pessoas que me importo pra trás, porque é mais fácil, cômodo!

Fragmentos - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora