Capítulo 31

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Você ja se perguntou de onde veio?

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Você ja se perguntou de onde veio?

Ou para onde vai?

Qual caminho seguir, quando a única estrada que te resta, é aquela que te faz fugir de onde saiu?

E se de repente, você percebe que essa mesma estrada não te leva a lugar algum? Que o passo que você da para fugir da dor, é o passo que te leva até o limite. Uma hora, você se vê no mesmo lugar, e a única maneira de seguir em frente, é enfrentando seus maiores medos.

Um exemplo claro, é a própria vida.

Todos tememos a morte, todos fugimos do fim. Todos lutamos, por mais um dia de vida, mesmo sabendo que um dia a mais, é um dia a menos. Cada dia mais, você chega perto do último.

Era estranho ter ciência disso. A sensação, de que cada passo que eu dei para longe de tudo, me trouxeram exatamente para o ponto de partida, me faziam refletir a todo momento.

Sonhei com um campo claro e com a grama bem verdinha, achei que seria mais um pesadelo quando vi a mesma cadeira dos outros pesadelos, só que dessa vez, minha mãe não estava nela. A vi como nunca tinha visto, ou pelo menos não me lembrava... Feliz, sorrindo, linda, incrivelmente linda e saudável.

O campo era repleto de flores, por algum motivo, tulipas. Minha mãe admirava duas crianças brincando no meio delas, uma de vestido azul, e a outra criança um menino, de terninho e gravata borboleta. Ela queria que eu visse os dois brincando juntos, mas também tinha uma mulher, tão linda quanto minha mãe e ela quem arrumava a gravata dele enquanto o mesmo tentava se esconder da garotinha entre suas pernas.

Sua voz tão linda e graciosa, mas eu não a conhecia.

Depois de refletir muito eu imagino que minha mãe, onde quer que esteja, me ouviu falar dela pela primeira vez, e ficou feliz por isso. Um outro pensamento foi que talvez eu não tenha mais problema de falar nela, e a chave para minha cura seja exatamente essa. Independente de qual seja, eu estava feliz. Por isso não tirava meus olhos daquele campo coberto por neve, lembrando uma vez mais, do sonho que me fez lembrar da minha mãe, como ela realmente era.

Aquela casa por sua vez, me trazia essa sensação de bem estar e familiaridade, tão presente naquele sonho. Talvez, fosse ela a responsável por ele, fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem.

O dia se resumiu em boas histórias, bebidas quentes, guerras de bola de neve que Olívia iniciou e anjos no chão que elas espalharam pelo chão inteiro.

Enquanto ria largamente ao som de mais uma história de infância dos meninos, o sol se punha em um alaranjado intenso. A neblina começava a paerar sobre o lago congelado, e a sensação era de estar diante de um mar de nuvens. O frio também era intenso, mas a fogueira era tão eficiente, quanto o Ethan que estava disposto a recuperar o "tempo perdido", não me deixando sozinha por um segundo sequer.

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2022 ⏰

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