Capítulo 5

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- Oi - Ela diz e sorri de lado - Você ta bem?
- Estou - Digo dando de ombros e ligo o carro - Quem era aquele menino?


- Era o Gui - Falou indiferente. Ela se ajeitou no banco e arrumou o cabelo. Tratei de tirar os olhos dela e fixar na estrada. - Por que?

- Por nada. - Digo e continuo dirigindo.

Bianca Narrando:

O Gui beija super bem. Não foi um beijo, foi um selinho mas dá pra entender. Fiquei meio sem reação quando ele perguntou quem era o menino. Por que ele queria saber? Bem, não sei. Mas isso não importa. Ele entrou com o carro no estacionamento e estacionou perto de uma camioneta. Abri a porta do carro e saí. Em seguida ele. Fomos andando juntos, corrigindo: Um ao lado do outro, até o elevador. No elevador só tinha nós dois, com que fez que ficasse meio tenso lá. Ninguém falava nada. Aquilo estava me irritando. Ele apertou o botão para o nosso andar e ficamos quietos.

Bruno Narrando:
Aquele silêncio estava me incomodando, na boa. Então decidi tomar uma atitude. Virei ela para ficarmos frente a frente. Ela não fez nada, ficou parada. Fui aproximando nossos lábios lentamente.
- Bruno, não... - Tampei a boca dela com o meu dedo indicador e depois coloquei minhas mãos na cintura dela. Nossos lábios estavam bem próximos. Eu já podia dizer que sentia sua respiração. Encostei meu lábio no dela e ela abriu uma frecha de sua boca, dando espaço para minha língua passar. Mas o elevador se abriu, cortando todo o clima. Ela se afastou de mim e fomos para casa. Ela foi na frente, então eu fiquei olhando ela. Todo o seu corpo, suas curvas bem desenhadas. Uma perfeição. Entramos em casa, e o Felipe estava lá, sentado no sofá. Me joguei no tapete em frente a televisão.
- E aí, mana. Como foi o primeiro dia? - Felipe perguntou para a Bia.
- Normal. - Ela riu - Já tenho amigos.
- Amigos ou amigas? - Ele perguntou em um tom mais alto.
- Os dois.
- E não aconteceu nada de mais, não é? Você sabe o que eu estou falando, né? - Felipe perguntou.
- Um babaca beijou ela - Deixei escapar, merda.
- O que você disse, Bruno? - Ele perguntou, se levantando - Bianca, isso é verdade?

Bianca Narrando:
Ele tinha que falar isso? Tinha? Acho que não, mas o babaca falou. E agora, eu to ferrada. Felipe me olhava esperando minha resposta.
- É verdade isso, Bianca? - Perguntou.
- É - Afirmei - Algum problema?
- Mal chegou na escola... meu Deus, Bia. - Felipe falou se jogando novamente no sofá.
- Meu Deus, o que? O piá que me beijou, eu não. E nem foi um beijo, foi um selinho. - Falei e fui pra cozinha. - Alguém fez comida?
- Tem lasanha ali no microondas, deixa que eu pego pra ti - Bruno falou e foi pra cozinha. Acompanhei ele. Ele pegou a lasanha e cortou três pedaços, pegou três pratos e os talheres.
- Por que você falou aquilo? - Falei baixinho.
- Aquilo o quê? - Riu.
- Do beijo, besta.
- Não fui muito com a cara daquele menino. - Ele disse e mordiscou um pedaço da comida.
- Ta, mas e daí?
- E daí que se eu disser coisas sobre ele pro Felipe, o Felipe também não vai ser muito com a cara desse piá, e daí você vai ser toda minha. - Ele disse e riu debochado.
- Babaca - Dei um tapa na cabeça dele. Fui saindo da cozinha e ele segurou meu pulso - O que quer?
- Eu? Eu quero você! - Ele riu - Tudo o que eu falei aqui era de brincadeira, ta bom? Sei que sou gostoso, e que você quer meu corpo nu - Ele riu novamente, mas eu o encarei e ele parou - Isso tudo que eu falei era na zoação, não me leve a mal - Ele me soltou e eu fui pra sala, levei meu prato junto e comi la mesmo. Bruno se juntou à nós.
- Cadê minha comida? - Felipe perguntou.
- Ta lá na cozinha.
- Pega pra mim, irmãzinha querida do meu coração? - Ele fez carinha de bebê. Eu fiz cara de tédio e me levantei. Fui pra cozinha e peguei um prato com lasanha pra ele e voltei. Infelizmente, o Bruno estava sentado no meu lugar. Detalhe: Comendo a minha comida. Por que o babaca ja devia ter comido a dele.
- Bruno seu retardado - Bati nas costas dele - Sai daí, e devolve minha comida! - Ordenei. Ele se levantou e saiu correndo com o prato na mão. Corri atrás dele. Ele correu até o seu quarto e deixou a porta aberta, entrei e ele estava jogado na cama.
- Ta chega, já pode me devolver. - Falei.
- Devolver o que? O seu coração? Sei que está apaixonada por mim. Vai, admite. - Ele brincou e nós rimos.
- Ah, para. Eu to com fome, devolve logo.
- Só se eu ganhar um beijinho seu.


O amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora