Capítulo 4

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Não ganho recompensa?
- Que recompensa? - Falei confusa.
- Um beijo
- Que mané beijo, piá - Disse e ri. Saí do carro e virei para trás, ele estava rindo. Segundos depois saiu cantando os pneus do carro. Eu segui em frente. Indo até a escola. Seja o que Deus quiser.

Bianca narrando :

Todos ficavam me olhando estranhamente. Sabe né, meio ruim ser a novata. Mas eu simplesmente não liguei. Não andei de cabeça baixa, pelo contrário, fiquei com a cabeça erguida, olhando tudo a minha volta.
- Novata - alguém falou debochadamente.
Ignorei e continuei meu trajeto. Segui até a parte interna do colégio e fui procurando pela diretoria. Achei e entrei nela.
- Senhorita Muniz. - Uma mulher, acho que ela é a diretora, me cumprimentou. - Bianca Muniz, certo?
- Sim - Confirmo.
- Sou Marina. Bem-vinda à escola.
- Obrigada - Agradeço. - Você é a diretora?
- Sou - Ela faz uma pausa e olha em alguns papéis. - Então, segundo ano? - Confirmo com a cabeça - Você é do segundo ano B, te levo até a sala. - Ela me leva até a tal sala. A porta está fechada. Acho que essa é a pior parte, conhecer a turma. Marina bate duas vezes na porta e um homem de cabelos pretos e forte vem nos atender.
- Senhor Mason, está é Bianca Muniz. Bianca, esse é o seu professor de matemática. - Marina nos apresenta.
- Seja bem-vinda à classe. - Ele diz e Marina desaparece numa rapidez incrível. Eu entro meio envergonhada na sala.
- Bianca? - Alguém diz e quando eu localizo a pessoa me surpreendo. É o menino da praia. Aleluia, pelo menos alguém que eu conheço, ou apenas vi.

Eu disse um oi silencioso pra ele e fiquei um pouco envergonhada. Olhares, muitos olhares, estavam direcionados a mim.
- Então, turma. Essa é Bianca Muniz. A nova aluna. Bianca, essa é a sua turma.
- Fiu fiu - Um menino disse.
- Pode sentar-se ali - Ele aponta para uma mesa vaga. E adivinha aonde era a mesa? Ao lado do menino da praia. Vou andando devagar até o local e me sento.
- Oi - Ele me diz - Que surpresa, hein. Ou eu diria coincidência? - Rimos - Sou Guilherme, mas pode me chamar de Gui, prazer.
- Bianca, mas acho que você já sabia, né? - Digo sorrindo.
- Já sabia desde que aquele menino te chamou la na praia.
- Ah, sim. Mas eu não sabia o seu nome, né...
- Mas agora sabe. - Ele ri.
- Oi - Uma menina, que se está sentada na mesa ao meu lado, diz. - Sou Anabel, mas me chame de Ana. E você e Bianca, não é? Posso te chamar de Bia?
- Claro - Sorrio simpática e ela também.
- Então, alunos, a aula de hoje vai ser sobre isso... - O professor explica tudinho sobre a aula e blá blá blá. Prestei muita atenção. As duas primeiras aulas eram de matemática e a terceira de português. Saí para ir no intervalo com a Ana. Ela me disse que não tinha muitas amigas ali na classe, e falou que tinha um namorado. Fomos para a cantina, nos servimos e nos sentamos em uma mesa próxima a parede. Guilherme e um menino vieram até nossa mesa.
- Podemos sentar aqui? - Gui pediu.
- Claro - Eles se sentaram.
- Amor! - O menino deu um abraço e um selinho na Ana. Eles ficaram abraçados.
- Bia, esse é meu namorado, Pedro. - Ana disse.
- Oi - Cumprimentei ele, que sorriu.
- Bianca? - Ele perguntou.
- Sim, sou eu - Ri - Por quê?
- Então essa é a gostosa que tu tava falando, Guilherme? - Pedro falou pro Guilherme. Eu ri, então o Gui deu um soco no ombro do Pedro.
- Shhhh - Ele disse. Eu sorri envergonhada

Sabe aquele momento que não se tem nada para conversar, e você fica contando da sua infância? Das suas brincadeiras? Dos seus tombos e micos? Então, era esse o assunto. Depois, o sinal tocou e fomos para a sala de aula. As duas ultimas aulas passaram voando, é a lei da vida, as ultimas aulas sempre passam mais rápidas, a não ser que tenha prova, mas graças a Deus não teve prova. Quando o sinal tocou, fui acompanhando a Ana, o Gui e o Pedro até fora da escola. Quando cheguei no portão de saída, recebi uma mensagem em meu celular, era do Bruno.
" Já estou aqui fora te esperando, beijo "
Como ele conseguiu meu numero? Felipe - pensei.
- Ui, quem é o gatinho que está te esperando? - Ana disse. Guilherme olhou para mim sem graça, esperando minha resposta, talvez.
- O Bruno, amigo do Felipe. - Digo.
- E quem é Felipe? - Ela pergunta.
- Meu irmão. - Respondo. Avisto o carro do Bruno e ele acena para mim, sorridente. - Bom, tenho que ir, tchau. - Dou um abraço e um beijo no rosto da Ana e do Pedro. Quando fui fazer o mesmo com o Guilherme, ele me segurou pela cintura e me roubou um selinho. Fofo, mas muito cedo para isso. Ele sorriu para mim e eu fiz o mesmo. Fui indo até o carro do Bruno, que no momento estava com a cara fechada.
Bruno Narrando:
Ta bom, ta bom. Por que eu estou com raiva daquele moleque? Sem motivos. Tudo bem que só foi um selinho, e não sei por que estou pensando nessas merdas. Eu não preciso me importar com quem beija ou não a Bia, por que ela é só a irmã do meu melhor amigo. Mas mesmo assim, meu sangue ferveu quando eu vi aquele filho da égua colocando o lábio no lábio dela. Poderia ser eu, não poderia? Sim, poderia. Mas, espera... não posso fazer isso. Como já disse, ela é a Bianca, irmã do meu melhor amigo. Não preciso dela. Tenho meninas aos meus pés, e creio que ela será a próxima, por que ninguém resiste a mim. Sou o Cinna, Bruno Cinna. O pegador. O gostosão. Sou isso. O cara que não gosta de relacionamentos sérios. Que só quer ficar. Só. Não vou me importar com ela, ou com o que ela faz. Balanço minha cabeça tentando afastar esses pensamentos. Nesse exato momento, ela abre a porta do carro e se senta.
- Oi - Ela diz e sorri de lado - Você ta bem?
- Estou - Digo dando de ombros e ligo o carro - Quem era aquele menino?

O amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora