Capítulo 17

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- Ta afim de pegar meu amigo? - Bruno perguntou.
- Não sei, verei se ele é bonito - ri
- Não quero ir mais na festa - ele se jogou para trás da cadeira.


- Acho que estou sentindo cheiro de ciumes - zombei
- Tu não é loira, mas é burra - ele ficou mexendo nas mãos e depois desarrumou meu cabelo - Ciumes não tem cheiro não, amor
- Tem sim - eu ri - E agora trate de arrumar meu cabelo - ordenei
- Tem certeza? - ele fez aquela carinha de quando criança pequena está pronta para fazer arte
- É melhor não - arrumei meu cabelo - Então, a gente vai nessa festa?
- Tem certeza que quer ir? - ele fez beicinho
- Tenho, vai, Bruno, é a festa do seu amigo - juntei minhas mãos implorando
- Com uma condição - eu fiz um sinal bem louco com a mão em sinal para que ele continuasse a falar - Você não vai pegar ele
- Ta bom - sorri - Eu não vou pegar ele, é ele que vai me pegar - todos rimos, menos o Bruno.
- Então eu acho que voltarei para a loja de camisetas e vou pegar o numero daquela guria...
- Não, a peituda não - segurei no braço dele - Eu estou brincando, Bruninho - baguncei o cabelo dele.
- Acho bom mesmo
- Vão deixar a gente assim, ou vão nos colocar na conversa? - Ana perguntou
- Oras, é só se meter no meio da conversa - Bruno falou e riu
- Já está decidido então, não é? - falei
- O que está decidido? - Felipe perguntou
- Que nós vamos na festa - falei e revirei os olhos.
- Ah, sim, vamos - Bruno falou
- Então tá, eu e a Ana vamos comprar as roupas - puxei ela pelo braço e fomos indo, mas lembrei de um detalhe, dei meia volta e voltei na mesa, estendi a mão para Bruno.
- O que você quer? - perguntou rindo
- Dinheiro - falei
- Que mané dinheiro, garota - ele riu
- Vou ir na festa acompanhada de você, então você que tem que paga-la
- Gosto de você sem roupa - ele sorriu mas depois olhou para Felipe, que o encarava sério - Brincadeira - ele falou, piscou para mim e me entregou o dinheiro - Aproveite.

Eu e Ana fomos em umas dez lojas, e nada de achar uma roupa bonita. Quase desistimos, mas daí lembrei de uma loja nova, que estava para abrir hoje.
Fomos até lá, e um carinha bem legal nos atendeu. Pelo jeito que ele falava, dava de entender que era homossexual, mas ele era bem querido, e nos atendeu bem, isso que importa, e eu não sou preconceituosa.
Ele nos ajudou a escolher os vestidos. O meu era um pouco curto, e Ana queria pagar uma de boa moça, por isso ela foi com um mais compridinho do que o meu (mas mesmo assim o vestido dela era curto). Como criamos uma "amizade" com o vendedor, ele nos deu um desconto super fofo, e disse que queria ver nós gatas para os nossos "bofes", ri muito.
Quando voltamos para a praça de alimentação, os meninos estavam tomando chopp. Me sentei na cadeira ao lado do Bruno e mostrei para ele o que comprei.
- Então, o que acha? - perguntei mostrando o vestido para ele.
- Vai ficar linda - ele sorriu - Muito linda!
- Que horas é a festa? - Ana perguntou.
- Podemos ir as onze - Felipe sugeriu.
Era seis e meia, então eu teria que me arrumar rápido. Fiquei implorando para irmos para casa, e ao fim fomos. Ana se arrumou lá em casa também.
Depois de estarmos prontas, fomos para a sala, onde os dois estavam assistindo futebol.
Pigarreei e ele nos olharam de cima a baixo com um olhar malicioso.
- Estão lindas - falaram em coro.

Depois de muitos elogios (só que não), fomos para a festa.
Durante o percurso, recebi uma mensagem do Guilherme, dizendo assim.
Guilherme: Bia, só para avisar, irei passar alguns dias na casa dos meus pais. Volto daqui a alguns dias. Um beijo, Guilherme.
Acredito que a ultima parte foi fofa, mas se eu mostrasse para o Bruno a mensagem, ele teria duas reações.
Primeiro: Ele iria dizer " Que gay ".
Eu interpretaria que ele estivesse chamando Guilherme de gay, pela parte que ele me mandou uma beijo, mas sei lá.
E segundo: Ele iria ficar bem nervoso, ao ponto de até desistir de ir na festa (do jeito que é né).
Então calculando como calculei, achei melhor não mostrar a mensagem para ele.
Quando chegamos, não era na casa do menino, era uma "boate", sei lá, nunca sei falar o nome certo de lugares assim. Mas resumindo: Um lugar onde as pessoas dançavam, ficavam bêbadas, e em seguida iam pra cama.
Descemos do carro, e Bruno entrelaçou sua mão com a minha. " Deve estar querendo que garotas deem em cima dele, do jeito que essas aí gostam de homem comprometido, iram pensar que somos namorados, e assim, iram dar em cima dele ", pensei.
Entramos na casa de festa (como já disse, não é uma casa, mas não sei falar exatamente o nome certo do local) e fomos cumprimentar o tal Zara.
Ele era bonito, tinha o corpo bem definido (dava pra perceber isso, pois sua camisa era branca hehe). Ele me olhou de cima a baixo, mas parou com o olhar repreendedor de Bruno.
- Sua namorada? - legal, antes dele sei lá, falar "oi" ele já diz de mim? Tudo bem, haja naturalmente.
- Não - ele respondeu sorrindo - Mas quase - me olhou sorridente. Eu respondi com um olhar confuso e em seguida ele riu - É a irmã do Felipe.
- Ah, então você é a Bianca?
- Sou sim - respondi sorrindo - É seu aniversário?
- Não, não - droga, como ninguém não me diz isso? - Comemoração, na verdade, comemoração por eu não estar mais solteiro - ele riu.
- O quê? - Bruno arregalou os olhos e eu ri
- Pois é, irmão, tomei jeito - eles riram
- Não dá pra acreditar. Zara está namorando? O mundo deve estar ao fim mesmo. E se me permite, quem é a sortuda? - sorri irônica para ele - Com todo respeito.
- Ela - ele apontou para uma garota que estava quase "desfilando" ao meio das pessoas. Metida, provavelmente.

O amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora