Felipe estava agarrado com uma... uma retardada! E o pior, Bruno também estava!
Ai, Deus, será que esses meninos nunca vão aprender, que se você fica com uma menina, é só com aquela menina que tem que ficar?
Não deixarei barato, isso terá troco.
- Bia - ela demonstrava estar triste no momento - Vamos pra casa.
- Não, Ana, não vamos.
Ela me olhou confusa.
- Como assim? Não quero ver ele beijando outra! - ela quase gritou, mas eu tampei sua boca a tempo.
- Se eles estão com outra, também vamos ficar com outro, certo? Nada mais justo. - sorri.
- Bia, e se não der certo?
- Dará certo, é só ficar dançando com um garoto e depois a gente vaza da festa.
Ela pareceu gostar da ideia, e então se levantou.
- Concorda? - perguntei.
- Sim, concordo. Mas teremos que dançar perto deles - ela entortou a boca. Eu assenti com a cabeça e fomos para a pista. Antes, é claro, peguei um copo com uma bebida lá, não me lembro ao certo o nome. Energético? Acho que sim. Fiquei dançando com o copo na mão, Ana fez o mesmo.
Dois garotos vieram. Dois loiros. Certamente um pra mim, e outro pra Ana.
Eles assoviaram.
- Oi, tudo bem? - um deles chegou em mim, parecia ser simpático, mas eu não estava afim de conversa, queria me vingar. Me vingar! Sei que eu e Bruno não estávamos namorando, e nem ficando, mas me senti mal vendo ele com outra, então... essa era a única opção.
- Oi, sim sim - sorri com cara de safada. - Melhor agora! - o olhei de cima a baixo. Ele sorriu.
- Conhece o dono da festa? - perguntou.
- Sim - revirei os olhos - E você?
- Não, eu vim aqui por causa da minha irmã, ela sim foi convidada - ele riu.
Olhei para o lado esquerdo, e vi que Bruno estava me encarando. Isso, essa seria a melhor hora para o ataque. Fui me aproximando, colando meu corpo com o do loiro. Já falei que ele beijava super bem? Já falei que ele tinha uma pegada divina? Então, era exatamente isso.
Quando olhei para a esquerda de novo, os olhos de Bruno não estavam mais em mim. Creio que ele não viu eu beijando o menino, ou viu, não sei. Como a missão tinha sido "cumprida" eu me despedi do menino com um selinho e puxei a Ana (que estava agarrada com um garoto) e fomos embora, sem se despedir de ninguém, e sem contar para onde iríamos.
- Onde vamos dormir? - ela perguntou.
- Pode ser na sua casa? - pedi
Ela concordou e fomos para a sua casa. Ela morava com os pais, mas no momento, eles estavam viajando.
Quando chegamos lá na casa dela, ela me mostrou todos os cômodos, e como sabia que eu adorava comer, me mostrou a cozinha inteira (principalmente os locais onde se guardavam doces, hehe)
- Bom, sinta-se em casa - ela disse.
- Já estou me sentindo! - falei me jogando no sofá. - Estou cansadíssima!
- É, eu também, vamos dormir aqui na sala, ta bom?
- Sim, sim, ótimo - ainda mais por que o sofá era muito confortável.
- Vem me ajudar a pegar os colchões!
- Pra mim não precisa, eu durmo aqui no sofá mesmo - falei sorrindo e me deitando nele.
- Tem certeza? - eu assenti com a cabeça - Olha, olha, amanhã você vai acordar com dor nas costas - ela riu - Depois não diz que eu não avisei.
Ela foi a um dos cômodos e voltou com um colchão de solteiro, duas cobertas, e dois travesseiros. Me deu uma das cobertas, e um dos travesseiros.
Dormir rápido, sem nem dizer boa noite à ela.
Acordei com a Anabel pulando em cima do sofá.
- Acorda, Bia! Acorda! - ela gritava. Levantei, por fim. Minhas costas estavam doloridas demais. Reclamei muito, e como se não bastasse as dores nas minhas costas, tive que aguentar ela dizendo que me avisou para eu não dormir no sofá e blábláblá.
Almocei lá, na verdade, era para ser um café da manhã, mas não foi, foi um almofé hehe, pois já era uma e meia da tarde.
Eu estava lavando a louça, enquanto Ana varria a casa. Meu celular estava no meu bolso. Senti ele vibrar e logo vi que tinha recebido uma mensagem. Sequei minhas mãos e li.
Era do Felipe.
Felipe: AONDE VOCÊ TÁ?
Achei melhor não responder, para poupar perguntas, mas ele mandou outra.
Felipe: Bia, me fale, fiquei preocupado com você, ontem você saiu da festa sem avisar ninguém, e pelo visto levou a Ana junto né ;//
Fiquei esperando chegar outras mensagens, estava até divertido ver ele assim. Parecia até que tinha um coração, bom, ele tem.
Felipe: Sério, Bia. Me responde! Você está aonde? Na casa da Ana? Quero falar com você, é sério!
Decidi ser generosa com ele, e o respondi.
Bianca: Sim, estou na casa dela. Daqui a pouco vou pra casa.
E assim, não recebi mais nenhuma mensagem.
Avisei Ana que eu estava de saída. Agradeci à ela pelo almoça, e pela hospedagem. Fui embora por volta das três da tarde. Cheguei no prédio e peguei o elevador. Tinha um casal bem simpático, que conversou comigo e tudo. Saí do elevador, me preparando para... gritar? Dizer tudo o que eu pensava? Falar que me senti "traída" por ter visto Bruno com outra? Não, eu não me abaixaria a um nível tão mínimo. Se ele discutisse comigo, eu discutiria com ele. Só isso.
Toquei a campainha e adivinha quem abriu?
Ele ia abrir a boca pra falar algo, mas eu o interrompi.
- Olha, se é pra falar bobagem ou me xingar, é melhor que fique quieto - falei entrando na casa e me jogando no sofá, ele veio em uma calma totalmente anormal e se sentou ao meu lado.
- Quem disse que eu iria te xingar? - perguntou, demonstrava uma calma imensa, que estava me incomodando.
- Você não ia me xingar? - perguntei impressionada.
- Não - respondeu - Só queria explicações - Ih, agora vai começar... - Por que foi embora da festa sem se despedir? Poxa, Bia, magoou.
