Capítulo 10

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Vi que o Felipe digitava algo no celular, logo recebi uma mensagem
Felipe: Não fui muito com a cara desses caras
Eu sorri, vendo que ele concordava comigo
Bruno: Digo o mesmo

Felipe: Quando eu digo "esses caras" eu estou me referindo ao Guilherme, o outro parece ser gente boa. Quem esse menino pensa que é pra ficar com a minha irmã?
Bruno: É, o outro parece ser legal, só que é namorado da Ana kkkkkkk
- O QUE? - desta vez ele falou, com alto e bom som. Me olhou incrédulo - Sério? - afirmei com a cabeça.
Bruno: Vamos falar pelo celular, se não pessoas podem escutar...
Felipe: Claro, é melhor pelo celular, só que meus créditos voam né ;(
Bruno: Deixa de ser vadio, são só créditos
Felipe: Estamos gastando dinheiro por nada. Cara, estamos um dos lado do outro, pra que isso?
Bruno: Pão duro
Ri e ele bateu no meu ombro.
- O que estão fazendo? - Bia perguntou. Escondi meu celular disfarçadamente, para que ela não percebesse.
- Nada - Felipe respondeu - Eles já foram embora?
- Sim, vocês não perceberam? - ela nos olhou confusa
- Claro que percebemos - menti e sorri, convencendo ela que era verdade.
- Ótimo, quero assistir um filme. O que está passando aí nessa merda?
- Que palavreado é esse, mocinha?
- Ah, Felipe, deixa de ser chato - ela falou e se jogou no sofá, rindo
- Tem... - procurei no menu algum filme legal - Ela dança eu danço 5 - respondi e sorri, colocando no canal do mesmo
- Legal, e agora preciso de comida - ela falou rindo
- Comida? - olhei para ela - Você acabou de almoçar
- Mas estou com fome, andem, quero comida

- Olha, depois que ficar gorda não reclama
- Cala a sua boca, Felipe - ela falou e eu ri dos dois. Fui em seguida para a cozinha e fiz pipoca ( na boa, não sou bom em cozinhar, é por isso que fiz no microondas ) e depois coloquei em uma bacia. Voltei a sala e eles já estavam assistindo. Bruno, não chore. Eles estão assistindo o filme sem mim? Ri e me joguei no sofá, ficando com a bacia de pipoca no meu colo, sem dividir com os dois
Bia, com os olhos fixos na televisão, tentou pegar um pouco, mas eu tirei sua mão imediatamente.
- Da aqui - ela ordenou, agora me encarando.
- Não, vocês não me esperaram - falei, fingindo estar chorando.
- Deixa de ser mariquinha, Bruno, sai dessa. Dá isso aqui, agora vai - Felipe falou
- Vocês são maus - fiz birra - Muito maus

Bianca Narrando:
O Bruno estava parecendo uma criança de cinco anos, sério. Mas crianças de cinco anos não sabem beijar, e nem fazer... deixa pra lá.
- Tadinho do bebezinho - debochei - Quer papinha, neném?
- Quero suco de maçã, mamãe - ele falou com aquela voz de bebezinho. Me encantei, sério.
- Quer suco de maçã? - perguntei e ele confirmou balançando a cabeça - Pois é, mas não vai ganhar - ri e ele por fim riu também, desmanchando o nosso teatrinho.

Depois que acabou o filme, o Bruno começou com uma dança maluca. Ele dizia que estava dançando igual aos caras do filme, mas na minha opinião, aquilo estava ridículo. Ri e Felipe se juntou à ele. Acredita que meu irmão me pegou no colo e começou a dançar comigo? Então, só pra você ver como minha família é. Comecei a bater nele e o coitado me soltou. Em vão, pois desta vez, quem me pegou no colo foi o Bruno. Com muito esforço e boa vontade, consegui saltar dali e sair correndo até o banheiro, no qual passei água em meu rosto, pois eu estava super vermelha, de tanto rir da retardadice dos dois. É claro que eu me tranquei lá, né. O barulho que os dois faziam, me certificavam que eles ainda estavam "dançando" ou fazendo aquela merda de coreografia improvisada que eles chamavam de dança. Respirei fundo uma três vezes, criando coragem para sair daquele banheiro, e sair correndo pro meu quarto. Reparei que tudo estava calmo demais. Estranho. Girei a chave lentamente, me preparando psicologicamente e fisicamente para correr ( psicologicamente, pois se por algum acaso eles estivessem escondidos, eu daria um grito e daí sim usaria minhas pernas ). Quando abri a porta me deparei com os dois com colher em uma mão, e uma panela na outra. Eu fiquei tipo: "?". E sem pensar duas vezes, saí correndo pra sala. Pulei no sofá e fiquei esperando a minha morte. Sei lá, né, vai se saber do que esses bestas são capazes com panela e colher na mão.

Como eu já disse, o sofá era grande, então eu fui recuando para trás, enquanto meu irmão e o Bruno se aproximavam de mim rapidamente.
- Felipe... - eu coloquei minhas mãos em frente a eles, tentando impedir que eles passassem e não chegassem no sofá - Fê, não.
- Olha, olha, mocinha - ele riu e se aproximou cada vez mais de mim - Acho que eu mereço algo, não é?
- Não - respondi rápido - Não merece
- Não? - perguntou subindo em cima do sofá - Será que não?
- O que você quer? - desci do sofá e subi em cima da mesa ( não me chamem de retardada, mesmo eu sendo, mas é que foi a única coisa que me veio na cabeça, subir na mesa era a única opção, na verdade )
- Acho que você não tomou seus remédios hoje, Bia - Bruno zoou. Ele estava perto do sofá, e meu irmão estava em cima do sofá, mas foi por pouco tempo, pois Felipe foi pra cozinha e começou a abrir os armários, em busca de algo que eu não sabia o que era. Ele voltou para a sala com uma lata de leite condensado na mão, e Nescau.
- Você fez tudo isso pra mim fazer brigadeiro pra você? - falei e ri
- Pensei que você fosse lerdinha em entender as coisas, mas como vi, acho que não - Felipe riu - Vamos, faça logo
- Eu, hein. Não nasci pra fazer brigadeiro pra você
- Ah, Bia. Por favor - Bruno falou, agora bem próximo de mim. Ele estendeu a mão, para que eu descesse da mesa, eu me apoiei nele e desci - Isso foi um sim?
- Não, mas eu vou fazer, só por que fiquei com vontade - falei, eles dois sorriram. Fomos para a cozinha e eu comecei a fazer o bendito brigadeiro. E sabe, foi legal.
Mesmo eu não sendo uma Ana Maria Braga da vida, eu consegui fazer o brigadeiro, e ficou ótimo. Comemos horrores daquilo, até minha barriga ficar enorme ( brincadeirinha ).
- Isso daqui ta ótimo - Bruno disse. Estávamos sentados na mesa da cozinha, cada um com uma colher. Brigadeiro de panela é otimo acredite - Também né, quem que fez? - falei convencida.

- Não exagera, maninha - Felipe disse.
- Consegue fazer melhor? - o encarei
- Não
- Então não reclama - falei e bati no ombro dele
- Ei, ei, sem violência
- Que violência? Eu só bati no seu ombro, bobo - ri
- Ta, admito, o brigadeiro ta ótimo, satisfeita?
- Eu já sabia - falei rindo. Peguei mais uma colher do brigadeiro e comi.
O resto do dia foi assim, TV e computador, TV e computador. Só. Fui dormir onze e meia.
Acordei com um cheiro ótimo invadindo as minhas narinas. Um perfume delicioso. Tive que abrir os olhos para ver de quem era.
- Bruno - falei entediada e fechei os olhos novamente. Sim, eu pensei que seria o Taylor Lautner. Vai saber se não era ele. Poderia ser, mas não era.
- Bia, acorda, sério. O Felipe falou pra eu te levar pra escola.
- Ta bom - abri os olhos novamente - Agora sai.
Já que era meio da semana, decidi dar um desconto a mim mesma, e ir com uma roupa mais confortável. Coloquei uma legging preta e uma blusa que cobria o bumbum na cor branca. Eu estava parecendo um panda ( brincadeirinha ). Deixei meu cabelo solto e coloquei um calçado. Passei perfume e fiz uma make clarinha. Fui lá pra cozinha, peguei um caqui e comi. Escovei os dentes, peguei minha bolsa e chamei o Bruno para irmos.
- Vamos rápido, tenho que ver algumas coisas para uma festa - ele me apressou, sem motivos, pois eu já estava pronta.
- Que festa? - perguntei, quando já estávamos no elevador.
- Uma que faremos ali em casa - respondeu saindo do elevador. Fomos para o estacionamento e eu não tirava aquilo da cabeça. Festa. Terá uma festa lá em casa, e eu não sabia de nada. Ótimo.


O amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora