Capítulo 14

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- Você não ia me xingar? - perguntei impressionada.
- Não - respondeu - Só queria explicações - Ih, agora vai começar... - Por que foi embora da festa sem se despedir? Poxa, Bia, magoou.

- Magoei? - perguntei irônica - E você, tem certeza de que não me magoou?
- Eu? - ele riu - Não me lembro de ter te magoado. Eu te fiz alguma coisa?
Burro, idiota, é tão lerdo assim? Fala sério, atá que ele não me magoou. Retardado!
- Bruno, você é mesmo um idiota! - gritei e fui me levantando mas ele me segurou - Me solta!
- Só te soltarei depois de um beijo - e foi se aproximando mais de mim. Era meio difícil resistir a um beijo dele, mas era o certo.
- Vai pedir beijo pra quela menina que tu ficou ontem - explodi
- Não quer me beijar?
- Não.
Ele pareceu furioso, e assim como eu, explodiu também.
- Sabe, eu acho que vou lá com ela mesmo! - ele ia se levantando e eu me levantei também. Ficamos nos encarando - E você, vai lá pedir beijo pra quele loiro idiota lá, vai!
Então ele viu eu ficando com o menino! Era isso que eu queria, ou não.
- Você viu eu ficando com ele? - falei baixinho.
- Vi, Bianca! Eu vi! E sabe, eu não gostei nada daquilo! Cara, eu tinha acabado de ficar com você e você já tava com outro? Meu Deus - ele elevou as mãos a cabeça.
- E você, Bruno? Por que você acha que eu fiquei com ele? - ele não respondeu - Eu só fiquei com ele, por que tu ficou com aquela guria!
- O que tá acontecendo aqui? - Felipe falou.
Nesse momento, as lágrimas já estavam bem visíveis no meu rosto. Fui correndo pro meu quarto, e me tranquei lá. Depois de alguns minutos, ouvi uma porta batendo. Provavelmente, Bruno saindo de casa.

Acho que já deu pra saber que meu dia foi horrível, não é? Nem preciso entrar em detalhes, mas vou. Fiquei chorando o resto do dia, deitada em minha cama. Coloquei musicas tristes e me acabei em chorar.
Mas, Bia, por que você está chorando? Por causa de um mané? É, pois é. Um mané. Um mané lindo.
Vai, Bianca, levante dessa cama. Arrume sua postura, seja forte! Você é mulher, você consegue!
Seguindo meus próprios conselhos, me levantei, indo até a porta do meu quarto, destrancando-a e criando coragem para sair dela.
Primeiro, enxuguei minhas lagrimas, e segundo saí do quarto. Quando saí, vi um bilhete jogado no chão, que dizia assim.
" Amanhã te levarei para a escola, e te buscarei também. Bruno. "
Será que ele não teve a mínima coragem de dizer isso pessoalmente? Ah, vai se ferrar. Meu Deus. Rasguei aquele bilhete e fiz questão de o colocar perto do quarto dele. Peguei um novo papel em meu quarto, e escrevi as seguintes palavras.
" Não precisa, irei sozinha. "
E como ele, também deixei em frente a sua porta.
Fui para a sala, e apenas Felipe estava lá. Me sentei ao lado dele no sofá, colocando minha cabeça sob seu ombro. Já se passava das onze, que rápido!
- Boa noite - falei bocejando.
- Boa noite - ele falou me abraçando - O que aconteceu com você e com o Bruno?
- Ele não te contou?
- Contou, mas eu queria ouvir de você - ele sorriu e eu abaixei a cabeça - Mas se não quiser contar, não precisa. Vai dormir, Bia. Amanhã você tem que acordar cedo.
- Posso dormir com você? - pedi bocejando.
- Claro.
Eu precisava dormir com alguém, sem maldade.
Ficamos assistindo um filme e depois fomos dormir.

Dormi com meu irmão, e chorei silenciosamente. Por incrível que pareça, ele não falou nada, apenas me deixou chorar, respeitou meu momento de tristeza.
Já que eu iria "sozinha" para a escola, deixei meu despertador ligado.
Acordei. Já era segunda-feira. Felipe ainda estava dormindo, deixei ele lá e fui para o meu quarto. Mas tive uma surpresa quando entrei.
Bruno Narrando: Depois de discutir com a Bia, fui sair, beber, curtir. Peguei algumas meninas, nada de mais. Nenhuma chegava aos pés da Bia. Nenhuma. Por que isso? Por que essa vontade enorme de ficar com ela? O jeito é beber.
Fui embora do bar passado das uma da manhã, pois me lembrei que teria que levar a pequena para o colégio. Fui dirigindo, e graças a Deus nenhum policial me parou, mesmo eu tendo bebido um pouco exageradamente, eu consegui dirigir. Cheguei em casa, e abri a porta silenciosamente para não fazer barulho (provavelmente eles já estavam dormindo). Fui para o corredor e vi que o bilhete que deixara antes para Bia, estava rasgado, e havia um papel dizendo assim.
" Não precisa, irei sozinha. "
Não fiz igual a ela, eu não rasguei o papel, apenas deixei em frente a sua porta, como sinal de que eu tinha lido. Não gostei da ideia, eu irei levar ela sim. Mesmo ela não querendo. Mas também não irei pedir desculpas à ela, eu fiquei com outra guria, mas ela também ficou com outro, então estamos "quites". E também, ela sabe, eu nunca fui homem de uma mulher só, apenas vou ficar com a Bia algumas vezes, e depois largarei ela, como todas as outras.
Fui dormir e acordei na manhã seguinte. Fui ao quarto da Bia, e nada dela. A cama estava toda arrumada, como se ninguém tivesse dormido ali. " Ela deve ter dormido fora ", pensei. Mas, com quem?
Ouvi a porta se abrindo, e em seguida, Bia adentrando no quarto. Pelo que vi, ela ainda não tinha me visto ali. Ela estava de pijama, e bocejou, quando olhou pra mim, seus olhos se arregalaram, demonstrando raiva, ou sei lá o quê.
- Sai daqui - ordenou apontando para a porta e abrindo a mesma - Agora!
- Irei te levar para o colégio - falei calmo, continuando no mesmo lugar - Irei te levar e buscarei, como todos os dias.
- É analfabeto por acaso?
- Não, não sou.
- Acho que é, por que pelo visto interpretou erradíssimo o bilhete que deixei.

- Olha, Bruno, por favor, saia do meu quarto - ela disse, agora com mais calma. Estavam sim, caindo pequenas gotas de lágrimas por seu rosto, mas ela foi mais rápida e as limpou.
- O que é isso? Estava chorando? - perguntei me aproximando e abraçando ela - Por que estava chorando?
- Não é nada - falou se retirando de meus braços - Agora, por favor, saia. Vamos fazer isso de uma forma que nenhum de nós se estresse, que tal? É só você sair.
- Não irei sair daqui, sem antes disso - novamente a beijei, e por incrível que parece, ela cedeu. Caímos na cama, e antes que o beijo virasse outra coisa, ela parou.
- Eu não deveria ter feito isso, não - falou baixinho, mas para si mesma, do que para mim.
Sem ter discussões, saí do quarto dela e fui me vestir. Depois de estar pronto, fui para o quarto dela, ver se estava pronta. Ela teve uma pequena discussão comigo, dizendo que ela iria sozinha, e blábláblá, que teimosa!
Ao fim, ela cedeu, pois estava chovendo forte. A levei para a escola, e antes dela sair do carro, a segurei pelo braço.
- Fale
- Nós estamos ficando? - pedi. Ela ficou meio sem jeito na hora, deu para perceber.
- Não sei, acho que não. - ela fez uma pausa - Vai, Bruno, sei que você não é homem de uma só mulher, pode aproveitar sua vida, não irei me interferir nela. Se você quiser, pode sei lá, ficar com dez em uma noite, não precisa me dar satisfações.
Ela falou, e saiu do carro. Parti cantando os pneus novamente para casa. Dormi mais um pouco, e acordei na hora de busca-la.


O amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora