Acordo ao ouvir batidas fortes na porta de meu quarto. Ainda de olhos fechados me sento na cama e bocejo. Meu pai, furioso, continua a bater na porta e a gritar 'Liesel, acorde. Agora! Você não pode se atrasar!'. Ah, não posso me atrasar, não posso fazer isso, não posso fazer aquilo e blá blá blá.
- Já acordeii!!! - Grito de volta. As batidas e a gritaria acabam.
Quem eu sou? Liesel Dare Campbell, mais conhecida como mimada, filhinha de papai, riquinha nojenta e muitos outros adjetivos. Por que isso? Simples! Porque sou uma Campbell. Filha de um dos engenheiros mais cobiçados da cidade de Nova Iorque. Se me orgulho disso? Nem um pouco. Ser rica não é as 7 maravilhas do mundo.
Dizem que o dinheiro traz a felicidade, não é? Isso não é totalmente verdade. Afinal, não encontrei minha felicidade ainda. O dinheiro traz a futilidade. Torna as pessoas fúteis que se acham mais superiores que os outros. O dinheiro traz a desonestidade. As pessoas desprezam outras pelo simples fato de não serem de mesma classe social. O dinheiro os tornam vazios!
E meus pais são exatamente assim. Ambos se acham superiores. Eu odeio isso. E eles querem que eu seja exatamente como eles. Desde pequena fui instruída a ser uma pessoa perfeita! Em tudo o que eu faria tinha que ser a melhor. Não poderia errar, não poderia fracassar. Teria que ser a melhor aluna. Não poderia desaponta - los. E foi o que eu fiz. Eu não os desapontei.
A cada passo que dava a palavra perfeição rondava minha mente. Em tudo o que fazia tinha medo de não fazer certo. Tinha medo que eu não fosse o suficiente pra agradar meus pais. E até hoje, não consegui ter minha própria vida. Até hoje, não consegui dizer o que sinto de verdade pra eles. Até hoje, minha vida é controlada por eles. Até hoje, finjo ser feliz.
Meus amigos? Meus livros são meus únicos amigos. Os livros me entendem. Os livros me fazem sorrir e viver um mundo de imaginações onde tudo é marcado pra um final, que na maioria das vezes, feliz. As pessoas não me entendem. Muitos fingiram serem meus amigos por conta do dinheiro e ter uma popularidade. Oh olha só ela é amiga da Campbell e blá blá blá. Todos falsos.
E agora é somente eu e meus livros. Muitos amam me julgar uma garota estranha e metida. Só que não sou isso. Só não quero me envolver com pessoas falsas de novo e me machucar. Sou calada na minha. Só gosto de ficar sozinha. Sentir o silêncio e o vento soprando meus cabelos enquanto observo as estrelas e choro. O único momento em que me sinto a garota mais desprezível da face da terra. Mas que por alguma razão me sinto muito bem.
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Desço as grandes escadas de minha casa gigante, que particularmente acho tudo isso um exagero. Vou em direção a mesa de jantar onde já se encontram meus pais tomando seu café da manhã. Me sento na cadeira de frente a minha mãe.
- Bom dia! - Digo educadamente.
- Bom dia! - Dizem com rigidez. - Liesel, não se esqueça que depois da escola você precisa repassar tudo o que aprendeu em aula durante um hora. Tudo bem? - Diz meu pai.
- Tudo bem, papai! - Sorrio forçadamente. O fato é que eles me obrigam a sempre fazer isso. E eu odeio isso. Tudo o que eu quero quando chegar da escola é deitar em minha cama e relaxar. Ler um bom livro e dormir. Mas eles não entendem.
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Chego na escola e está tudo muito barulhento. O campus está lotado de alunos que moram aqui. Sim é um colégio interno, mas alguns são privilegiados, ou seja, os ricos não precisam morar aqui. Eu sempre quis viver aqui mas como meus pais dizem : " Não será uma boa reputação para nossa família" , ah fúteis!
Me direciono até a minha primeira aula que é Literatura. Adoro essa aula. Me sento na última carteira da fileira do canto. Logo todos os alunos vão entrando e preenchendo todos os lugares com exceção de um único lugar vazio ao meu lado. Franzo a testa. De quem seria aquele lugar ?
A professora Reyna entra na sala acompanhada de um garoto. Ele é alto, músculoso, seus cabelos dourados puxados perfeitamente em um topete. Seus olhos. Seus olhos lindos de uma cor mel. Seus olhos carregados de mistérios. Seus olhos encontram os meus. Seguros seu olhar sem me intimidar. Daria qualquer coisa pra desvendar esses mistérios que o torna extremamente atraente.
Ele caminha calmamente até a carteira ao meu lado. Se senta de forma desleixada. E encara o quadro ainda em branco. Não consigo desprender minha atenção dele. Eu estava tão absorta em meus pensamentos que nem ouvi o seu nome. Quando percebe meu olhar preso nele ele me olha de cima a baixo e para seus olhos no meu. Seus olhos não possuem só um mistério mas um vazio também. Seus olhos não tem brilho.
- Por que me olha tanto? - Pergunta em um tom grave.
- Nada! - Digo rápido e desvio meus olhos para o quadro que agora já possuem seus rabiscos.
- Como se chama ? - Pergunta e um pequeno sorriso surge no canto de seus lábios.
- Campbell, Liesel Campbell! O seu ? - Pergunto. Seu olhar se torna intenso em cima dos meus e ele responde.
- Bieber, Justin Bieber! - Sorrio e não nos falamos mais.
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Primeiro capítulo!!!
O que acharam ? Devo continuar ??
Pra não deixar vocês perdidos... até um certo capítulo essa fanfic vai ser composta por flasbacks... conforme for se aproximando do tempo atual da fic os flashbacks vão acabando.
Por hoje é só.... bjs!!
Bye, xoxo! :)
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Maybe ¥ J.B ¥
Hayran Kurgu"Eu não sou perfeita!" - Ela dizia "Ninguém é perfeito!" - Ele diz "Mas eles querem que eu seja perfeita!" Ela diz Eles se olham! Ambos com os olhos carregados de tristeza. "Eles não podem querer algo que você não quer!" - Ele diz. Seu olha...