Depois que ele arrumou seu material fomos até a sala 4A, onde teríamos aula de Matemática juntos. Durante o percurso até a classe, por onde passávamos as pessoas olhavam pra nós dois. Eu não entendia o porquê. Encaro o Justin e ele só mantém o olhar fixo no caminho. Percebo que seu lábio se forma um sorrisinho de canto automaticamente.
- Por que eles tanto olham pra gente ? - Pergunto sem entender.
- Meio óbvio, não ? Você está andando comigo. Um garoto pobre que mora na escola. - Diz sem mostrar nenhuma reação. E eu fico calada. Odeio quando julgam as coisas por classe social. Aff!
Entramos na classe e fomos pras últimas cadeiras das fileiras. Eu na fileira do canto e ele ao meu lado esquerdo. A professora entra avisando logo de primeira que haveria um teste. Teste surpresa. Todos protestaram. Eu não me importei muito. Afinal, matemática não é tão difícil como pensam. Só um pouquinho de paciência e você domina.
- Testes surpresas!!! Aff, só pra atrasar nossas vidas. - Diz o Justin.
- Você sabe alguma coisa pelo menos? - Pergunto e ele solta um risadinha.
- Sei mais do que você imagina. - Me vi tão distraída encarando seu perfil que nem percebi quando a professora entregou o teste de múltipla escolha.
Só me restava duas questões pra terminar. Olho pro lado e vejo que ele já entregou seu teste. Uau, rápido ele, né ?! Término o que resta e entrego o teste. Ela libera os que terminaram.
- E aí, como você acha que foi no teste ? - Pergunto.
- Fui bem! - Diz dando de ombros.
- E como sabe disso? - Sorrio.
- Eu sei de tudo! - Ele diz também sorrindo.
- Justin, posso perguntar uma coisa ? - Pergunto quando sentamos na arquibancada da quadra.
- Pode !
- Então, é que hoje meus pais vão viajar e eu queria saber se você não quer.. tipo.. sei lá.. me fazer companhia hoje ?! - Sinto minhas bochechas ficarem rosadas.
- É , pode ser .. - Diz sem pensar. Sorrio.
- Quero te mostrar um lugar também. É um lugar meio bobo mas eu gosto de la. - Digo.
- Hum, que lugar é esse ? - Pergunta curioso.
- Você verá. - Sorrio.
***
O sinal toca e todos, que não moram na escola, saem correndo prontos para irem embora. Vou com o Justin até a direção da escola e peço a permissão de saída dele. Ela libera contanto que ele não demore muito. Caminhamos calmamente até o carro e o Alfredo olha pra ele confuso.
- Hum.. menina Liesel quem é este rapaz ? - Pergunta.
- É um amigo. Está tudo bem! - Sorrio. Percebi que o Justin não se sentiu muito confortável. - Tudo bem? - Pergunto a ele.
- Uhum. - Responde distraído. Decido não falar mais nada.
- Chegamos. - Ele acena.
- Uau, bela casa ein.. - Diz enquanto olha toda a casa.
- É .. ela é bonita. - Confesso que não gosto muito dessa casa. É muito exagero pra mim. - Quer estudar? - Pergunto. Ele me encara e morde o lábio. Isso me deixou completamente desnorteada.
- Estudar ? - Ele debocha. -Você me chamou pra sua casa pra estudar ? - Ele gargalha e eu cruzo os braços desconfortável.
- É minha rotina chegar da escola e repassar tudo o que estudei hoje. - Digo e abaixo a cabeça.
- Nossa, mas hoje você não vai estudar não.
- Como? - Pergunto e ele revira os olhos.
- Você é muito certinha. Precisa mudar sua rotina Liesel. - Ele diz e se aproxima.
- Meus pais não vão gostar muito disso. - Digo receosa.
- E daí ? Eles estão aqui por acaso? - Pergunta impaciente.
- Não.. mas ..
- Mas nada! Tem vídeo game ? - Pergunta e se joga no meu sofá.
- Tem uma sala de jogos la embaixo . - Ele vira seu rosto e me encara de olhos arregalados.
- Tem uma sala de jogos na sua casa e você quer estudar ? Não acredito nisso. - Gargalho pelo seu desespero.
- Cala a boca e vem logo. - O puxo e ele sorrir.
Ele fica boquiaberto quando ver a sala de jogos. Ele me desafia na sinuca. Jogamos e eu perdi duas vezes. Depois fomos pro X-Box. Foi muito divertido. Nunca me diverti tanto na vida. Depois que já estávamos cansados de jogar. Nos jogamos no sofá e ficamos comendo Nachos com refrigerante.
- Pelo pouco que te conheço, eu percebi que seus pais são bem rígidos com você, né ? - Pergunta de repente.
- É.. mas eles só querem o meu melhor. - Digo mas nem eu mesma acredito muito nisso.
- Huum.. se você tá dizendo.. - Da de ombros.
- Me fala sobre você .. - O encaro ele reprime os lábios e solta um suspiro forte.
- Tudo bem.. mas só se você falar de você depois..
- Sim.. - Sorrio e ele começa.
- Bom, o que eu posso falar no momento é que.. meu pai tá na cadeia .. minha mãe se entregou ao álcool e eu estou preocupado com ela.. ela não tem mais vida.. a bebida sugou sua alma... - Ele não foi muito explicativo. Não deu pra entender muita coisa. Por que o pai dele foi pra cadeia? O que aconteceu com sua mãe na verdade ? Queria tanto perguntar .. mas sabia que ele não falaria sobre isso agora. - Bom.. sua vez ..
- Tudo bem... o que eu tenho pra dizer é que eu não tenho vida... eu sou controlada por meus pais.. quase tudo na minha vida...foram decisões deles.. nunca pude ser quem eu realmente sou.... eles querem uma pessoa que eu não sou... entende ? - Pergunto e ele acena.
- Então é um milagre eles deixarem você sair comigo, não ? - Fico tensa.
- É .. - Abaixo a cabeça.
- Tem alguma coisa que quer me contar ? - Pergunta desconfiado.
- Eles... eles só deixaram eu sair com você .. porque.. porque acham que você é rico.. - Fecho meus olhos com força. Sinto seu corpo ficar rígido.
- Por que não contou que sou pobre ? Tem vergonha de mim? - Pergunta calmamente como se aquilo não o afetasse mas, o afetou.
- Não Justin.. eu não tenho vergonha de você. Não, claro que não!! - Sinto as lágrimas começarem a dar sinal de vida.
- Então por que não contou ? - Ele se levanta e eu também.
- Porque eu sabia que ia dar tudo errado se eu os contasse.. - Digo de voz baixa.
- Eu vou embora .. - Ele suspira. Seguro seu braço.
- Mas e o lugar que tinha pra te mostrar ? - Enxugo uma lágrima.
- Deixa pra outro dia.. - Diz e vai embora.
****
Entaoo?
Jubs ficou magoado.. :'(...
Gostaram ? Espero que sim...
Bye! Xoxo.. :*
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Maybe ¥ J.B ¥
Hayran Kurgu"Eu não sou perfeita!" - Ela dizia "Ninguém é perfeito!" - Ele diz "Mas eles querem que eu seja perfeita!" Ela diz Eles se olham! Ambos com os olhos carregados de tristeza. "Eles não podem querer algo que você não quer!" - Ele diz. Seu olha...