Prólogo - A Guerra Aquática

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Tridentes eram levantados. Gritos de guerra alcançavam toda a imensidão do enorme lago. Nadadeiras estavam prontas, fazendo movimentos ondulantes para sustentar o corpo.

As sereias mostravam suas presas, afiadas demais para pertencer a um rosto puro e singeloso, além de bonito e admirável. Cabelos escuros e claros, de tonalidades diferentes, se mexiam conforme o movimento da água.

Os tritões apontavam suas armas uns aos outros, perfurando com as pontas dos tridentes o peito desnudo do rival. Cabelos curtos e grandes davam, em alguns, impressões amistosas; já em outros, dava um ar mais durão, com um olhar animalesco.

A guerra já estava declarada. Não tinha mais volta.

Mas a esperança brotava ainda em uma criatura.

A sereia começou a nadar, tentando se distanciar daqueles que queriam uma vitória sangrenta. Ela queria paz e tranquilidade, como eram os dias de antigamente. Mas agora, dias nebulosos e sangrentos marcavam o amanhã, e ela nem sabia por quê.

Tudo o que ela queria era achar respostas. Encontrar alguém para ajudá-la a descobrir o motivo da guerra.

Mas parecia que nenhuma sereia ou tritão a ajudaria.

As esperanças dela se dissiparam antes que pudesse pensar em pedir ajuda ao "povo lá de cima": os humanos. Suas espécies não se encontravam há séculos, e era melhor continuar assim.

Mas sempre havia aqueles que driblavam as regras.

Sereia - A Prisioneira Da ÁguaOnde histórias criam vida. Descubra agora