Capítulo 12 [Parte 2]

935 75 11
                                    


- EU POSSO SABER QUEM ERA AQUELA VAGAB...

- A Ingrid? Ela é a minha prima. - Disse.

- Ah. - Murmurou Lexi, agora envergonhada depois do grito dentro do carro.

- Vish, começaram as discussões de casal. - Murmurou Luiz, enquanto prestava atenção no trânsito.

- NÂO SOMOS UM CASAL! - Gritou Alexia, antes de dar um leve soco no ombro de Luiz, que assustado, perde o controle do carro por um tempo. Sorte que estávamos em autoestrada, onde haviam poucos carros.

- Não faça mais isso, Alexia! - Disse Luiz, agora furioso. - Está querendo morrer? - Perguntou ele.

- Hã, foi mal. - Disse ela, envergonhada.

- São quantas horas? - Perguntei, tentando mudar o assunto.

- Vai dar 21:00 horas. - Respondeu Léo, enquanto conversava com seus "amiguinhos virtuais".

- Ah, ok. - Disse.

°°°

Passaram-se alguns minutos e então finalmente Luiz chegou em nossa rua. Eu saí por um lado do carro e a Lexi pelo outro. Despedi-me de todos e logo o carro seguiu em frente.

- É... hoje foi uma boa noite. - Disse Alexia, enquanto se aproximava.

- É. - Concordei, ainda sem jeito.

- É verdade o que você me disse dentro do cinema? - Perguntou ela, rapidamente.

- Hã... o eu... te...

- Sim. - Retrucou ela, interrompendo minha pergunta.

Suas bochechas logo tornaram-se vermelhas e então ela se aproximou mais. Encarei-a com surpresa e ela, com seus olhos brilhantes, encaravam-me como resposta. Senti suas mãos passando pelo meu braço até que então chegou em meu pescoço. Gelei por um segundo, mas tudo fluiu quando ela me beijou pela última vez da noite, virando-se e seguindo para sua casa.

°°°

Acordei e já eram quase 10:30 da manhã. Milagre ter acordado tão "cedo", já que eu costumava acordar sempre atrasado para a escola. Acho que é efeito das férias.

- Manhê! - Gritei enquanto saia do quarto.

Não ouvi nada além do silêncio que invadia toda a casa. Caminhei até a sala e depois analisei a cozinha. Realmente não tinha ninguém na casa além de eu mesmo.

- Droga! - Murmurei.

Voltei até meu quarto e então ouvi uma voz familiar na varanda da minha casa. Abri a cortina da janela da cozinha disfarçadamente e então a luz ofuscou meus olhos. Saí da luz por um momento e voltei a olhar do lado de fora, dando de cara com um homem, forte e de aparência bem arrumada. Ele fez um gesto em comprimento e eu retribui com um sorriso. Fechei a cortina e abri a porta de casa, levando-me até onde minha mãe e o homem conversavam.

- ...este aqui é o Isaque, meu filho. - Disse minha mãe, exatamente na hora que saí de dentro de casa.

Me virei e apertei a mão do homem, que me olhava com todos seus dentes brancos. Respondi umas meias dúzias de palavras e voltei ao meu quarto. Não estava com paciência para falar com os pretendentes de padrasto tão cedo.

Olhei as mensagens e percebi que a Lexi tinha acabado de me mandar uma mensagem. Achei estranho, mas depois do que rolou no cinema, não me surpreendo em mais nada.

- "Oi Isaque" - Disse ela. - "Bom dia".

- "Que loucura". - Pensei. - "Essa garota só pode ser bipolar mesmo" - Ri.

A respondi e logo estávamos no meio de um papo furado sem sentido, falando sobre a Ingrid por indiretas. Ela adorava fazer isso.

Aproveitei para explicar que Ingrid era só uma prima e jamais teria algo entre nós. Ela não ligou muito e queria saber quando todos nós sairíamos novamente.

- Isaque. - Disse minha mãe, agora num tom de voz calmo e muito educado. - Venha até a sala, por favor.

- O que deu nela? - Murmurei assustado com sua forma de falar. - Sério que minha mãe não vai gritar? - Estou descendo, mãe! - Gritei.

- Tudo bem, tudo bem. - Disse ela.

Desci as escadas e vi ela e o homem sentados no sofá maior da sala. À propósito, seu nome era Ivan, um cara bem vestido e que era dono de uma loja de roupas de grife no centro da cidade. Ele tinha uma barba por fazer e olhos castanhos claros, cabelo baixo e jeitoso, além de usar um ótimo perfume que eu queria muito saber qual era. Por que estou dizendo isso, heim?

Bom, ao menos ele é um cara bacana para ser meu padrasto. Gostei dele. Aprovado!

Depois de alguns minutos de puro tédio, ouvindo os dois conversando e falando sobre a vida que Ivan tinha antes de conhecer minha mãe, finalmente algo que preste saiu da boca dele.

- ...ando procurando um jovem para trabalhar na minha loja. Se o Isaque quiser, posso colocá-lo e ele receberá uma boa quantia por mês. - Disse ele.

Logo surgiu um enorme e diabólico sorriso no rosto de minha mãe. Ela sempre quis que eu trabalhasse para arrumar mais dinheiro para comprar minhas coisas, assim, ela não bancaria tudo, sobrando dinheiro para sua vaidade.

- É. - Murmurei. - Posso ver isso depois? - Perguntei. - Não estou com cabeça para isso por enquanto.

- Tudo bem Isaque. Posso esperar todo o tempo do mundo, já que estarei mais presente. - Disse ele.

Minha mãe fez uma assustadora cara quando viu minha negação à proposta, mas acabei ignorando-a depois de ouvir o que Ivan dissera.

- Mais presente? Como assim? - Perguntei.

- É que... eu e o Ivan estamos namorando. - Disse minha mãe.

Não me surpreendi, mas... tão cedo?

- Ah, ok. - Murmurei.

- Algum problema? - Perguntou minha mãe.

- Não, nenhum. - Respondi. - Agora, posso ir para meu quarto? Quero mexer no computador. - Perguntei.

- Sim, vá. - Disse minha mãe.

- Também viciado em computador? Meu filho é igualzinho. - Disse Ivan.

Estava seguindo para as escadas, mas virei-me ao ouvir "meu filho". Sério isso?

- O Ivan tem um filho de 18 anos, Isaque. - Disse minha mãe.

Não brinca comigo, mundo!

- Nossa. - Murmurei. - Que legal. - Disse indiferente.

Segui para as escadas e tranquei-me em meu quarto, torcendo para que aquelas férias fossem mais agitadas, ou talvez, só acabassem logo. As férias mal começaram e eu já contava os dias para que começasse as aulas do próximo ano e eu e minha "namorada" fossemos juntos - e de mãos dadas - para a escola, como um casalzinho adolescente e fofinho faz. Mas isso não vai acontecer enquanto eu não tomar a decisão que preciso tomar. Quer saber de uma coisa? Vou fazer isso é hoje!

Eu, Isaque, vou pedir a Alexia em namoro e não há quem me impeça!

Se Eu Te Amar DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora