Capítulo 25 [Parte 4]

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A água do mar está realmente morna. O sol não colaborou mesmo. Senti a água bater no meu pescoço quando encurvei as pernas. Olhei para Lexi rapidamente e ela puxava papo com Léo e Pedro. Os três pareciam alegres. Olhei para o outro lado e vi Bruna deitada na tanga, próxima do guarda-sol.

- Também sem nada para fazer? – Perguntou Luiz, que surgiu próximo a mim, surpreendendo-me.

- Ah, é. – Disse.

- Os três parecem estar se divertindo. – Sorriu Luiz, que olhou até Lexi, Pedro e Léo, que ainda se divertiam. – Por que não vai fazer companhia a Lexi? – Perguntou ele.

- Não quero me envolver com a Alexia de novo. – Respondi.

- Tudo bem então. – Murmurou ele. – Acho melhor você esquecer ela um pouco, irmão. Se ela não te quer, não adianta insistir no erro. Deixe-a seguir sua vida e você segue a sua. Aproveita e procura alguém dessa área. – Disse ele. Refleti por alguns segundos.

- Obrigado, irmão. – Murmurei.

- Não há problema. – Sorriu ele. – Ah, falando de alguém dessa área, por que não fala com aquela morena que estava conversando com você mais cedo? Conhecia ela? – Perguntou ele.

- Não, não conhecia. – Disse. – Na hora que saímos do carro eu esbarrei nela e agora já na praia aconteceu de novo. –Disse. – Ela só pegou o meu número. Aproveitei para gravar o dela. – Disse.

- Qual o nome da gatinha? – Perguntou ele.

- Para falar a verdade, não tenho ideia. – Disse. – Acabei me esquecendo de perguntar depois que ela passou o número dela. – Murmurei.

- Nossa. – Riu Luiz. – Que idiota.

- Cale a boca. – Sorri, sem jeito. Olhei para Lexi e ela seguia até nós. Pedro e Léo já seguiam para fora da água.

- Venham comer alguma coisa. – Disse Lexi. – Daqui a pouco vocês estão aí, mortos de fome. – Sorriu ela.

- Meus músculos servem para guardar energia. – Sorriu Luiz, exibindo o físico forte.

- Ah, vai à merda. – Disse Lexi. – Caras fortes também precisam se alimentar de vez em quando.

- Concordo. – Sorri, sem jeito. Ela me fitou e então sorriu. Às vezes eu não a entendia, sabe. Uma hora está de bem com a vida, e na outra, já quer morrer de infarto por odiar tanto a vida que tem. Louquinha da cabeça.

°°°

Depois de devorarmos todos os sanduíches que a mãe da Bruna fez e bebermos quase todas as bebidas, ficamos mais umas horas perdendo o tempo na areia e se molhando no mar. Depois, guardamos tudo e seguimos para o carro.

Em frente do mesmo, limpamos nossos pés da areia e então finalmente entramos no carro. Bêbado, Léo precisava falar algo para arrumar problema.

- E então, Lexi. Já decidiu com qual deles vai ficar? – Perguntou ele, debochadamente.

- O que foi, Léo? – Perguntou Alexia, depois de finalmente sentar-se ao lado de Pedro. Pude ouvir as leves risadas da bicha louca de longe. Aproxime-me da porta do lado do Léo e encarei-o.

- Menos Leonardo. Não arruma problemas agora. – Disse sério. Ele me encarou sem entender e Pedro fez o mesmo. – Pedro, controla seu amigo. – Disse.

- Não Isaque, deixa ele terminar de falar. – Disse Lexi. Ouvi sua voz desafiadora enquanto seguia para o outro lado do carro. Enquanto isso, Luiz arrumava a mala de bebidas na mala do carro.

- Pois então desembucha, Léo. – Disse, enquanto me sentava no lado de Lexi. Ela se ajeitou educadamente e não colocou o macacão de jeito algum, permanecendo apenas com o biquíni super sexy. E eu, também não me importei em colocar porcaria de regata nenhuma. Estavam todos sem camisa ali.

- Eu disse, se você já decidiu com qual dos dois bofes você ficará, Lexi. – Disse Léo. Seu semblante não parecia estar lúcido. Alexia permaneceu calada, apenas ouvindo. – Qual dos dois? Isaque ou Luiz? – Perguntou ele.

- Eu? – Murmurou Pedro.

- Ele? – Disse Bruna. – Ele não!

- Não estou com nenhum dos dois e você sabe disso, Leonardo. – Disse Alexia.

- Ah, que isso? Sei que está apaixonada por um dos dois. Diz logo para qual dos dois está apaixonada. – Sorriu Léo.

- O que? – Disse Lexi. – Eu vou dar na sua cara sua bicha safada! – Gritou Alexia.

- Eu ajudo! – Gritou Bruna.

- Vocês podem se acalmar? – Interrompi bem na hora. Alexia aquietou-se no banco e Bruna voltou a olhar para frente. Luiz e Pedro olharam tudo com espanto. – Chega de problemas por hoje, ok, Léo? – Disse.

- Gente estressada, cruz credo. – Murmurou ele. Ignorei.

- Fica quieto por favor, Léo. – Murmurou Pedro, educadamente. – Estão todos à flor da pele por hoje, ok?

- Tudo bem, tudo bem. Eu ficarei quieto. – Sorriu Léo, que apoiou a cabeça no ombro de Pedro, que assentiu e aliviou-se quando tudo se acalmou. Léo dormiu e Pedro foi junto. Lexi, por sua vez, deitou-se no meu colo e por alguns minutos, acariciei-a até dormir também. Quando acordei, sentindo-a se mexer, percebi que já estávamos em Oliviana. Foi até que bem rápido, e muito, mas muito, bom.

- Dormi... no seu colo? – Perguntou Alexia. Percebi suas bochechas coradas logo que levantou a cabeça e me encarou sem graça.

- Aham. – Disse, assentindo.

- Mil desculpas. Estava muito cansada. – Disse ela.

- Não tem problema algum. – Retruquei.

- Já estamos na nossa cidade? – Perguntou ela, depois de esfregar as mãos nos olhos.

- Já estamos no nosso bairro. – Disse Luiz. Olhei para o banco carona e Bruna também dormia.

Além dela, Pedro e Léo continuavam agarrados no outro lado do banco traseiro. Eles estavam tão aconchegados quanto eu e Lexi. A cidade está bem mais fria que Copacabana. Lá fazia sol, aqui nem sol quer aparecer.

- Chegamos. – Disse Lexi, ao se ligar já estar na nossa rua. Ela se ajeitou e então eu desliguei o celular rapidamente antes que ela percebesse que eu estava adicionando o número da garota que esbarrou em mim na praia nos contatos.

- Até que enfim. Minhas pernas estão mortas. – Disse.

- Pior as minhas. – Sorriu Luiz. – Dirigi na ida e na volta, já que ninguém aqui serve para isso. – Disse ele.

- Fez mais que sua obrigação. – Sorri, enquanto saia do carro. – Tem que acordar o Pedro. – Murmurei.

Lexi sacudiu os dois e Pedro acordou assustado. Ele murmurou duas ou três palavras, mas pela cara de Lexi, ela não entendeu nada, como eu. Fui até o outro lado do carro e abri a porta onde os dois se apoiavam. Pedro saiu depois de se espreguiçar e então arrumou Léo deitado no banco. Que amor rápido, mas ainda era amor, certo?

- Hora de ir. – Disse. – Até outro dia, Luiz. – Cumprimentei-o depois dele sair do carro e nos entregar tudo que era nosso.

- Até. – Murmurou Luiz. – Ele voltou para o carro e ligou o mesmo.

Eu e Pedro nos despedimos de Lexi e ela sussurrou em meu ouvido:

- Depois quero falar com você com mais calma. – Gelei com sua mão passando pela minha nuca. Ela deu as costas e seguiu para casa, fechando a porta depois de um sorriso até que bem safadinho. Sorri de volta e vi que meu dia foi incrivelmente confuso, mas ainda assim, perfeito.

Se Eu Te Amar DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora