Capítulo 25 [Parte 3]

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- Quem era a patricinha? – Perguntou Alexia. Percebi seu nível cardíaco elevando. Nome: Ciúmes.

Olhei de ombros para trás e então voltei a fita-la.

- Hã... aquela menina? – Perguntei. – Por que a curiosidade? – Murmurei. – Espero não estar com ciúmes. – Disse.

- Ciúmes? Sério? – Murmurou ela. Percebi bochechas rosadas ao citar a palavrinha da vergonha. Um silencio tomou conta e só pude ouvir o falatório que vinha dos nossos amigos à frente e dos carros que passavam devagar à procura de vaga para estacionar. – Não venha com provocações. – Disse ela.

- Jamais faria isso. – Debochei. – E sobre a menina, eu nunca a vi na vida. Só esbarrei nela e um papel caiu no chão. – Disse.

- O que tinha no papel? – Perguntou ela.

- Nossa, quanta curiosidade. – Disse.

- Conta logo! – Disse ela, agora furiosa. Seus olhos me fuzilavam e previ ela me tapeando se eu não contasse logo.

- É um documento de matrícula escolar. – Disse. – Agora, se você descobrir em qual escola é, você ganhará um beijo meu. – Sorri.

- Prefiro ficar sem saber, mesmo já sabendo. – Disse ela.

- Uau. – Murmurei. – Bom, já sei que terei uma nova amiga no ano que vem. – Murmurei. – Já que... ficarei de tarde e...

- Você o que? – Gritou Alexia, se acalmando ao perceber pessoas nos olhando. – Você... o que? – Perguntou ela. – Pensei que já havia resolvido e ficaria de manhã como todos nós. – Disse ela.

- Minha mãe meio que arrumou um barraco com a diretora e a velha não quer me colocar mais no turno da manhã. – Disse.

- Só pode estar brincando. – Murmurou ela.

- Pessoal. – Interrompeu Luiz, enquanto olhava para nós. Olhei para ele rapidamente e voltei a andar, acompanhando Lexi em longos passos. – Temos que atravessar todos juntos. – Disse ele quando nos aproximamos. Assenti com a cabeça e olhei para um lado e depois para o outro da avenida, que estava, como sempre, engarrafada de carros. Depois do sinal do Luiz, atravessamos apressados e então no outro lado, nos preparamos para procurar um lugar para ficar.

- Está lotado. – Murmurou Alexia. – Onde ficaremos? – Perguntou ela.

- Não tenho ideia. – Murmurei.

- Vocês são todos pobres, sabia? – Disse Léo. – O único aqui além de mim que é incrivelmente fofo, educado e sabe se comportar na rua é o Pedro. – Sorriu ele.

- Para de bajular o cara só para pegar ele depois, Léo. – Sorriu Alexia, debochadamente. Pedro arregalou os olhos surpreso.

- Oi? – Murmurou Pedro.

- Não é nada! – Disse Léo.

- Gente, estamos no meio da praia. Será que podemos ser menos favelados? – Perguntou Bruna.

- Cruzes, olha quem disse. – Disse Léo.

- Ali pessoal. – Disse Luiz. – Me sigam. – Ele caminhou em direção a um pequeno espaço onde um casal saia.

O homem removeu o cabo do guarda-sol de dentro da areia fresca e ajudou a mulher a levar as coisas. Sorri para os dois e já tomei conta do lugar, acompanhando o pessoal. Léo aproveitou e fincou o nosso guarda-sol no lugar. Bruna, Alexia e Léo foram os primeiros a se esconderem no mesmo. Alexia preparou sua tanga na areia e depois retirou o macacão com suavidade. Um zíper que cobria a lateral direita da roupa foi aberto por sua delicada mão e o paraíso então começou.

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