Empregada?

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- Agora você será minha empregada...

- Mas...

- Cala a boca! Não terminei - ele gritou - Você irá fazer tudo que eu mandar e sem reclamar, pois você sabe muito bem o que judeus merecem. Eu ainda estou sendo bom demais, se fosse outra pessoa já teria à matado. Ninguém pode te ver aqui, se alguém sonhar que você está aqui será morta. Quando qualquer pessoa chegar, se esconda! Entendeu?

- Si...sim - minha voz saiu falha.

- A quanto tempo está na minha casa? Em que lugar ficou?

- Acho que um dia mais ou menos - meus olhos encaravam o chão, não conseguia olhar para aqueles olhos azuis cheio de superioridade - fiquei ali - apontei para a porta no fundo de um corredor.

- Ah! Agora levante-se, vou arrumar um lugar para você.

Só assenti com a cabeça e levantei, ele começou a andar e eu o segui, passamos por uma porta que estava aberta, dei uma rápida olhada e conclui que era o quarto dele, a cama estava bem bagunçada, tinha um guarda roupa e uma escrivaninha. Paramos em frente a outra porta, bem perto do quarto dele por sinal, ele abriu e era um quarto bem pequeno, só tinha uma cama de solteiro com algumas cobertas em cima, uma cômoda e um banheiro.

Ele falou:

- Entre!

Entrei e me sentei na cama, ele me olhou mais uma vez e saiu, depois só ouvi o click da porta se trancando.

Acordei com um barulho na casa, levantei em um susto, pensei que estava sonhando, mas não foi um sonho, estou mesmo na casa de um desconhecido ... soldado!

Andei até a porta e ainda estava trancada, fui ao banheiro e notei que em cima da pia havia uma toalha, uma escova de dente e uma muda de roupa.

Me perguntei como aquilo veio parar ali, não ouvi nenhum ruído em meu quarto à noite, nem de manhã. Talvez estivesse cansada e dormir demais, aquela cama por mais que seja pequena é perfeita, dormiria eternamente nela se pudesse.

Escovei meus dentes e tomei um banho bem demorado, não sabia à quanto tempo não tinha tomado um banho daquele, nem mesmo quando foi a última vez que lavei meus cabelos. Já estavam fedendo.

Coloquei a calça e a blusa rosa que ele havia deixado ali e me sentei na cama, à espera de que a porta abrisse. Depois de uns dez minutos ouço um click, olho para a porta e ele está lá, suas cabelos loiros bem penteados, seus olhos extremamente penentrantes estavam me olhando... mas estava vestindo sua farda. Aquela farda me deu medo, me encolhi um pouco e o soldado percebeu, ele disse:

- Calma, não irei fazer nada com você por enquanto. Vamos para a sala e conversaremos lá.

Seguimos em silêncio, chegando à sala, ele se sentou e eu continuei de pé.

Ele disse:

- Você irá fazer tudo que eu mandar, se quero um café você irá pegar, se quero alguma roupa você irá pegar. E em troca você receberá moradia e comida, coma quando quizer e quanto quizer, e o mais importante estou polpando sua vida. De hoje em diante você não sai mais dessa casa. Quando sair irei trancar tudo, se descobrir que se quer tentou fugir, você morrerá. Entendeu? - Assenti com a cabeça e ele continuou - Não quero nenhum barulho aqui, ninguém pode descobrir sobre você, cuidado com minhas coisas, vou trabalhar e quando chegar quero essa casa limpíssima.

Olhei em seus olhos, ele está achando o que? Não sou empregada de ninguém! Mas terei que ser, até conseguir fugir daqui.

- Tabom.

Ele se levantou e quando já ia sair, se virou e perguntou:

- Aliás, como é seu nome?

- Naama.

- Prazer Naama, sou Joseph.

Me apaixonei pelo brilho da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora