Enfim, Fim.

534 54 47
                                    


"Não vejo a morte como uma despedida ou partida, mas como um aceno de " Até Breve!". Dragon Zen.


Acordei ...

Meus olhos não viam nenhum tipo de luz, estava tudo escuro.

O cheiro que sentia me dava enjoou. Parecia algo muito podre.

Levantei com dificuldade do chão, meu corpo inteiro doía.

- Acordou? - Ouvi ele ... Joseph. !
Meu coração acelerou de tanta alegria, ele estava vivo! Nós estávamos vivos!.

- Onde você está? - Perguntei tentando tatear algo que não fosse somente o ar.

- Aqui. - Ele pegou em minha mão e me abraçou.

Depois de algum tempo abraçados, me soltei dele e perguntei:

- Joseph iremos morrer?

Senti um beijo morno em minha testa.

- Não sei. Eu realmente não sei. - Ele respondeu soltando o ar devagar.

Mesmo estando em um lugar totalmente desconhecido não sentia tanto medo, Joseph me passava segurança, parecia que estava muito protegida quando o abraçava.

- Onde estamos? - Desci minha mão um pouco por sua barriga e senti que ainda havia algum líquido quente escorrendo. - Aí meu Deus! Joseph você ainda está sangrando. - Me desesperei.

- Calma. - Senti ele beijando minha cabeça. - Está escorrendo pouco agora, amarrei um pedaço de pano. E eu não sei onde estamos.

Escutamos alguns barulhos lá fora, parecia que alguém se aproximava.

Uma porta se abre num estrondo, a luz que vem de lá de fora clareia o lugar todo, nos deixando cegos por alguns segundos.

Dei algumas piscadas rápidas, até que me acostumei com a claridade.

Não podia acreditar no lugar que eu e Joseph estávamos. . . Por isso aquele cheiro...

Meu Deus.

Nos quatros cantos da parede havia uma pessoa pendurada. Morta. Parecendo estar entrando em estado de decomposição já.

Me apoiei em meus joelhos para não cair. Joseph viu e me abraçou, dizendo:

- Tente não olhar para eles.

Fiquei com a cabeça baixa, não conseguia levantar o olhar para aquilo, era demais...

Alguns passos entraram no lugar.

Botas...

- Então os pombinhos estão aí! - Um soldado disse e outro gargalhou.

Tentei dar um passo para trás mas Joseph me segurou forte pelos ombros, me fazendo ficar no mesmo lugar.

- Que cheiro horrível. - Uma voz diferente, o outro soldado. - Ah sim, são seus amigos judeus, sua bastarda. Você vai ficar igual à eles, pois é isso que vocês merecem.

Minha cabeça ainda continuava baixa, não ousaria olhar para aqueles dois nojentos que deveriam estar mortos agora.

- Olhe para mim, vadia! - Um deles disse.

Não me movi.

Um deles veio para nossa frente e puxou meu queixo para cima um pouco forte demais.

Joseph disse:

- Não toque nela.

- Ou você vai fazer o que? - O soldado pegou uma espécie de vara que o outro jogou em sua direção e bateu repetidas vezes no corte de Joseph, onde agora sangrava mais. Joseph se curvou de dor.

Me apaixonei pelo brilho da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora