Sonho ou aviso?

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'-Naama, fuja, corra, vá para longe dele, seu fim ao lado desse homem vai ser a morte.'

Acordei muito assustada, meu corpo suava e tremia descontroladamente, estava em pânico, aquelas palavras da minha mãe seria algum aviso ou apenas um sonho?

O que ela quiz dizer com ... 'seu fim ao lado desse homem vai ser a morte'...?! aquelas palavras ecoavam em minha mente, será que foi um aviso ou um medo que estou nutrindo daquele soldado?

O quarto estava escuro, fui até o banheiro com dificuldade, minhas pernas ainda tremiam, estava com medo e sozinha com aquele homem. Lavei meu rosto, não sabia exatamente que horas era, mas talvez ainda seja de madrugada.

Tentei dormir mais um pouco, e depois de longas horas torturantes pensando nas palavras, adormeci.

Abri meus olhos apenas quando ouvi uma voz perto do meu rosto:

- Ei, acorde, logo irei trabalhar.

Abri meus olhos, e o mesmo encontrou o rosto dele muito perto do meu, levantei rapidamente e disse:

- Acordei de madrugada e acabei dormindo a poucos minutos.

- Noite ruim?

- Éh. - Lembrei do que minha mãe havia me dito, será que levarei a sério ou são apenas sonhos sem nexos? - Tive um pesadelo.

- Posso saber? - Ele me olhou curioso. Ficando em pé.

- Acho melhor não.

Entrei no banheiro e fiz minhas higienes matinais rápido.

Sai e fui ao quarto das roupas, pegar uma, vesti uma calça e uma blusa de frio, hoje estava muito gelado, mesmo estando aqui dentro de casa.

Após, fui para a cozinha, preparei algum café para bebermos, assim que ele terminou, foi trabalhar. Me deixando para arrumar a casa toda novamente.

Passei o dia limpando tudo, queria me entreter muito, pensar naquele pesadelo não me fazia bem, nunca havia desobedecido minha mãe em nada, mas aquilo era apenas um sonho, não era?

Após terminar tudo, fui tomar um banho, o mesmo foi bem demorado, muitas coisas passavam pela minha cabeça... por que toda minha família foram pegos menos eu? ... queria ter ido com eles, talvez, não havia sofrido tudo que sofri nas ruas, se estivesse morta agora... Muitas lágrimas caiam de meus olhos.

Passei as mãos sobre meu rosto.. para tudo existe uma explicação, não existiriamos se não existisse um propósito! Tudo tem um por quê! Foi pensando assim que um meio sorriso saiu dos meus lábios.

Sai do banho, coloquei uma blusa preta de frio de botões e uma calça de moletom. Fui para a cozinha rápido fazer a comida, pois achei que estava atrasada, já que a noite havia chegado.

Estava preparando o jantar, quando ouço a voz de Joseph e a voz de uma mulher lá fora, corri para a janela e pude ver os dois parado conversando, a mulher era uma loira, magra, não dava para ver direito, pois a cortina estava no meio, e não tirei a cortina com medo de que ela pudesse me ver. Eles começaram a se aproximar em passos lentos para a casa, corri novamente para a cozinha, desliguei o fogo e fui para meu quarto, entrei no banheiro e fiquei lá.

Depois de alguns minutos ouvi alguns trechos das conversas:

- Josh, você tem empregada?

- Não. Por que?

- Sei lá, essa comida, parece que alguém havia começado a fazer.

- ...

Não consegui ouvi mais nada. Só espero que ela não me ache aqui, aliás, quem é essa mulher? O que ela deve ser do Joseph?

'Naama pare de pensar sobre isso, você não tem nada a ver com a vida pessoal dele'! - Falei para mim mesma em voz baixa. - Ele apenas está te ajudando, e é um soldado, (lindo, perfeito), mas é um soldado! E eu os odeio. Todos!

Não sei quanto tempo fiquei ali, mas pareceu muito. Depois de mais algum tempo alguém abre a porta do meu quarto, espero que não seja a loira, mas concluo que não é, quando escuto:

-Naama, sou eu, onde está?

Abri a porta do banheiro devagar, percebi pela expressão dos olhos de Joseph que estava parecendo preocupado.

- Desculpe. Ela me pegou desprevenido, não sabia que viria.

- O que ela é sua? - A pergunta saiu, antes que pudesse conte-la, coloquei as mãos na boca em expressão de desculpas.

Um sorriso bem grande saiu de seus lábios, e ele disse:

- Ciúmes?

- Não... Nunca .. quer dizer - Não consegui me explicar, ele começou a gargalhar da minha cara, que provavelmente estava vermelha, fiquei ainda mais nervosa.

- Tudo bem - Ele se recompôs - Ela é só uma amiga. Não precisa ter ciúmes.

- Mas não tenho! - Falei tentando parecer brava.

- Então tabom. Vamos jantar.

- Não terminei de fazer.

- Então termine.

Fomos para a cozinha, ele se sentou e eu tentei fazer tudo o mais rápido possível. Terminei e o servi.

Falei:

- Posso ir para meu quarto?

- Não. Sente-se, me faça companhia.

Sentei, e tentei ao máximo não olhar para ele, mas foi impossível, aquele rosto, aquele cabelo, aquela boca, aquele corpo...

- Está fazendo de novo.

- O...o que? - respondi surpresa.

- Me admirando. - Ele sorriu.

- Só não tenho para onde olhar - Falei calma, como consegui?

- Logico que tem. Mas não quer.

Não falei mais nada, afinal, ele estava certo, ali eu poderia olhar para onde quizesse, mas aquele pedaço de mal caminho à minha frente não deixava.

Ele terminou, e falou:

- Jantar perfeito, parabéns.

- Obrigado.

Levantei da mesa e disse:

- Agora posso ir?

- Irei com você, vou trancar a porta.

Estavamos andando lado a lado no corredor, percebi que Joseph não tirava os olhos de mim, e não fazia nada para esconder, fiquei com muita vergonha, mesmo assim continuei andando. Chegamos ao meu quarto, abri a porta e quando ia entrar, ele me puxa pelo braço,me deixando de costas para a parede, seu corpo está colado ao meu, posso sentir seus batimentos acelerados, junto ao meu. Sua respiração estava ofegante em meus ouvidos.

Ouço ele falar bem baixo:

- Não aguento mais.

Me apaixonei pelo brilho da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora