Antes mesmo de chegar ao apartamento meu celular começa a tocar, várias chamadas que deixo ir para a caixa postal. Entro e vou direto tomar banho, não quero discutir mais. Preciso relaxar e por minha cabeça em ordem.
Com a água quente escorrendo pelo corpo tento pensar no que aconteceu. Quando aceitei o trabalho eu imaginei que talvez conseguisse fazer o Roger me apoiar, quem sabe até viajar comigo e passar um tempo me acompanhando. Não sei em que momento do nosso relacionamento eu me deixei criar tantas ilusões.
Começo a sentir frio e saio do chuveiro, me seco e coloco um roupão, vou para o quarto e me sento na cama já com lágrimas escorrendo pelo rosto. O celular volta a tocar e eu resolvo olhar quem é.
— Amanda! Claro, quem mais seria? – Falo sozinha e penso alguns segundos se atendo ou não e resolvo que sim.
— Oi Amanda! – Seco o rosto e tento não demostrar como estou.
— Lanne! Ainda bem que você atendeu, eu já estava preocupada. Você foi embora da empresa tão rápido que não conseguimos te encontrar no estacionamento! Como você está? – Dispara sem pausas.
— Eu estou bem, não se preocupe. – Minto, pois não quero preocupa-la.
— Se precisar conversar e só chamar certo? – Percebo pela voz que já está mais tranquila.
— Agora não. Quem sabe amanhã! Eu só preciso descansar. – Falo levantando para ir em direção à cozinha.
— Tudo bem, eu entendo. Amanhã eu posso passar e te buscar para almoçarmos juntas! O que acha? – Diz voltando a ficar empolgada.
Passo pelo corredor rindo da mudança rápida de humor dela e gelo ao ver o Roger sentado no sofá me encarando com uma expressão que não consigo identificar.
— O que você está fazendo aqui Roger? - Minha voz sai mais assustada que o normal e escuto Amanda gritar do outro lado.
— Lanne, ele está ai? – Pergunta apreensiva.
— Tenho que desligar, amanhã conversamos melhor. – Ainda consigo escutar ela gritando com mais alguém antes de encerrar a chamada.
— Quem era no telefone? – Levanta dando um passo a frente.
— Você ainda não me disse o que está fazendo aqui! – Mantenho minha postura, chega dessa palhaçada dele controlar tudo.
— Precisamos conversar. – Anda mais um passo na minha direção e continua:
— Uma conversa mais calma e só nos dois. – Da mais um passo e já estamos frente a frente.
— Nós já conversamos. – Falo buscando fôlego para me manter calma.
— Com outras pessoas se metendo. Aquilo não foi uma conversa, você sabe. – Fala tocando meus braços e sinto que não conseguirei manter a calma por muito tempo.
— Não adianta. Foi você quem terminou, lembra? Eu só concordei com você. – Me afasto e vou para a cozinha, sinto que ele me segue. Abro a geladeira e pego uma garrafa de água e em seguida um copo, quando estou no balcão vejo que ele se aproximar.
— Eu estava nervoso e com raiva. Não quero ficar longe de você. – Falando calmo assim nem parece o ciumento controlador de sempre.
— Qual a diferença Roger? Estamos longe um do outro a semanas. Não é um trabalho ou uma viagem que vai nos separar, pois já estamos separados. – Bebo minha água e percebo que ele já não sabe mais o que dizer. E quando penso que acabou ele recomeça.
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Feita para o amor
RomanceBem sucedida, Lanne divide seu tempo entre família, trabalho e um relacionamento complicado. Aparentemente, tem tudo o que todos gostariam de ter. Lanne ainda não sabe o que quer, pra ela tudo é sobre aceitar o que recebe. Então algo muda, fazendo...