Capítulo 4

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Antes mesmo de chegar ao apartamento meu celular começa a tocar, várias chamadas que deixo ir para a caixa postal. Entro e vou direto tomar banho, não quero discutir mais. Preciso relaxar e por minha cabeça em ordem.

Com a água quente escorrendo pelo corpo tento pensar no que aconteceu. Quando aceitei o trabalho eu imaginei que talvez conseguisse fazer o Roger me apoiar, quem sabe até viajar comigo e passar um tempo me acompanhando. Não sei em que momento do nosso relacionamento eu me deixei criar tantas ilusões.

Começo a sentir frio e saio do chuveiro, me seco e coloco um roupão, vou para o quarto e me sento na cama já com lágrimas escorrendo pelo rosto. O celular volta a tocar e eu resolvo olhar quem é.

— Amanda! Claro, quem mais seria? – Falo sozinha e penso alguns segundos se atendo ou não e resolvo que sim.

— Oi Amanda! – Seco o rosto e tento não demostrar como estou.

— Lanne! Ainda bem que você atendeu, eu já estava preocupada. Você foi embora da empresa tão rápido que não conseguimos te encontrar no estacionamento! Como você está? – Dispara sem pausas.

— Eu estou bem, não se preocupe. – Minto, pois não quero preocupa-la.

— Se precisar conversar e só chamar certo? – Percebo pela voz que já está mais tranquila.

— Agora não. Quem sabe amanhã! Eu só preciso descansar. – Falo levantando para ir em direção à cozinha.

— Tudo bem, eu entendo. Amanhã eu posso passar e te buscar para almoçarmos juntas! O que acha? – Diz voltando a ficar empolgada.

Passo pelo corredor rindo da mudança rápida de humor dela e gelo ao ver o Roger sentado no sofá me encarando com uma expressão que não consigo identificar.

— O que você está fazendo aqui Roger? - Minha voz sai mais assustada que o normal e escuto Amanda gritar do outro lado.

— Lanne, ele está ai? – Pergunta apreensiva.

— Tenho que desligar, amanhã conversamos melhor. – Ainda consigo escutar ela gritando com mais alguém antes de encerrar a chamada.

— Quem era no telefone? – Levanta dando um passo a frente.

— Você ainda não me disse o que está fazendo aqui! – Mantenho minha postura, chega dessa palhaçada dele controlar tudo.

— Precisamos conversar. – Anda mais um passo na minha direção e continua:

— Uma conversa mais calma e só nos dois. – Da mais um passo e já estamos frente a frente.

— Nós já conversamos. – Falo buscando fôlego para me manter calma.

— Com outras pessoas se metendo. Aquilo não foi uma conversa, você sabe. – Fala tocando meus braços e sinto que não conseguirei manter a calma por muito tempo.

— Não adianta. Foi você quem terminou, lembra? Eu só concordei com você. – Me afasto e vou para a cozinha, sinto que ele me segue. Abro a geladeira e pego uma garrafa de água e em seguida um copo, quando estou no balcão vejo que ele se aproximar.

— Eu estava nervoso e com raiva. Não quero ficar longe de você. – Falando calmo assim nem parece o ciumento controlador de sempre.

— Qual a diferença Roger? Estamos longe um do outro a semanas. Não é um trabalho ou uma viagem que vai nos separar, pois já estamos separados. – Bebo minha água e percebo que ele já não sabe mais o que dizer. E quando penso que acabou ele recomeça.

Feita para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora