Capitulo 16

24 1 3
                                    



Tinha que ser eu pra passar essa vergonha épica, não basta ficar doente eu tenho que passar vexame e delirar em cima de alguém. Sendo que dessa vez eu fiz isso no sentido literal da palavra. Que vergonha senhor, que vergonha!

Vou o caminho todo calada, ainda me sinto mole e me aproveito disso pra ficar bem quieta e não fazer mais nada que aumente a minha vergonha.

Enrico para em frente ao meu prédio e um amigo falso já me espera na portaria sorrindo pra mim como se nada tivesse acontecido.

— Muito obrigada viu. Amigo nota dez você! – Passo por ele com raiva vou para o apartamento sem me despedir. É bem capaz de se eu falar alguma coisa me envergonhar mais ainda.

Me jogo na cama sem me importar e o Henrique vem todo cheio de dedos.

— Eu não sabia que você estava tão doente, só vim embora porque Amanda prometeu te trazer.

— Eu não quero saber, me deixa dormir. – Escuto apenas a porta fechando e apago.

Acordo depois de um sono agitado, estou toda molhada de suor e sinto meu corpo todo doer. Vou até o banheiro, tomo um banho gelado para ajudar a despertar o corpo. Que ideia horrível, dói tudo. Tremo até a alma, mas consigo despertar. Me troco e vou atrás do meu celular.

Varias ligações de Amanda e Chloe, não retorno nem mando mensagens. Ainda estou chateada por eles terem me largarem na cama do Enrico e ignorarem meu estado.

Vejo que está perto o meio dia e vou até a cozinha tentar fazer alguma coisa para comer. Na geladeira tem um post it com um recado do Henrique.

'' Sai com o Dennys, não sei que horas vou voltar. Deixei comida pronta pra você como pedido de desculpas''

Xingo ele mentalmente e abro a geladeira. Pelo menos ele foi gentil em me deixar metade de uma lasanha. Pego a travessa, um garfo e começo a comer. Adoro lasanha gelada e sempre fui julgada pela minha tia e prima, agora posso comer sem os olhares de nojo.

A campainha toca e eu amaldiçoo o Henrique por esquecer as chaves. Caminho com a travessa na mão e a boca cheia. Abro a porta me arrependendo imediatamente por abrir sem olhar no olho mágico.

— Droga! – Digo de boca cheia e vestida apenas de camiseta e calcinha.

— É assim que recebe todo mundo que chega? – Quem mais teria essa arrogância, quem?

— Não, só as pessoas especiais. O que acha? Não basta me ver pelada no trabalho, tem que ver em casa também. – Não vou perdoar, estou no meu espaço. Ele que se cale ou vá embora.

Sem perder a pose Enrico entra e começa a avaliar tudo com um olhar compenetrado. Sento no sofá e coloco uma almofada no colo pra cobrir minha nudez e volto a comer. Sem ser convidado ele me acompanha sentando no sofá.

— Então, está melhor? – acabo de mastigar e encaro o ser ao meu lado.

— Estou sim, muito obrigada por cuidar de mim! E me desculpe pelo incomodo. –Agradeço sincera, pois ele poderia muito bem ignorar meu estado e ter continuado dormindo.

— Não foi nada demais. Eu passei para ver se você queira sair pra comer algo, mas vejo que já está fazendo isso. – Aponta para a travessa em meu colo.

— Nossa que mal educada, nem te ofereci. Você aceita? Está ótima essa lasanha, mesmo gelada. – Ele sorri e nega com um movimento de cabeça.

— Você deve me achar louca ne? Ou no mínimo retardada. – Ele sorri mais abertamente.

— No máximo estranha, mas quem sou eu para julgar você. – Dessa vez eu cai na risada e ele me acompanho.

Feita para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora