Tinha que ser eu pra passar essa vergonha épica, não basta ficar doente eu tenho que passar vexame e delirar em cima de alguém. Sendo que dessa vez eu fiz isso no sentido literal da palavra. Que vergonha senhor, que vergonha!
Vou o caminho todo calada, ainda me sinto mole e me aproveito disso pra ficar bem quieta e não fazer mais nada que aumente a minha vergonha.
Enrico para em frente ao meu prédio e um amigo falso já me espera na portaria sorrindo pra mim como se nada tivesse acontecido.
— Muito obrigada viu. Amigo nota dez você! – Passo por ele com raiva vou para o apartamento sem me despedir. É bem capaz de se eu falar alguma coisa me envergonhar mais ainda.
Me jogo na cama sem me importar e o Henrique vem todo cheio de dedos.
— Eu não sabia que você estava tão doente, só vim embora porque Amanda prometeu te trazer.
— Eu não quero saber, me deixa dormir. – Escuto apenas a porta fechando e apago.
Acordo depois de um sono agitado, estou toda molhada de suor e sinto meu corpo todo doer. Vou até o banheiro, tomo um banho gelado para ajudar a despertar o corpo. Que ideia horrível, dói tudo. Tremo até a alma, mas consigo despertar. Me troco e vou atrás do meu celular.
Varias ligações de Amanda e Chloe, não retorno nem mando mensagens. Ainda estou chateada por eles terem me largarem na cama do Enrico e ignorarem meu estado.
Vejo que está perto o meio dia e vou até a cozinha tentar fazer alguma coisa para comer. Na geladeira tem um post it com um recado do Henrique.
'' Sai com o Dennys, não sei que horas vou voltar. Deixei comida pronta pra você como pedido de desculpas''
Xingo ele mentalmente e abro a geladeira. Pelo menos ele foi gentil em me deixar metade de uma lasanha. Pego a travessa, um garfo e começo a comer. Adoro lasanha gelada e sempre fui julgada pela minha tia e prima, agora posso comer sem os olhares de nojo.
A campainha toca e eu amaldiçoo o Henrique por esquecer as chaves. Caminho com a travessa na mão e a boca cheia. Abro a porta me arrependendo imediatamente por abrir sem olhar no olho mágico.
— Droga! – Digo de boca cheia e vestida apenas de camiseta e calcinha.
— É assim que recebe todo mundo que chega? – Quem mais teria essa arrogância, quem?
— Não, só as pessoas especiais. O que acha? Não basta me ver pelada no trabalho, tem que ver em casa também. – Não vou perdoar, estou no meu espaço. Ele que se cale ou vá embora.
Sem perder a pose Enrico entra e começa a avaliar tudo com um olhar compenetrado. Sento no sofá e coloco uma almofada no colo pra cobrir minha nudez e volto a comer. Sem ser convidado ele me acompanha sentando no sofá.
— Então, está melhor? – acabo de mastigar e encaro o ser ao meu lado.
— Estou sim, muito obrigada por cuidar de mim! E me desculpe pelo incomodo. –Agradeço sincera, pois ele poderia muito bem ignorar meu estado e ter continuado dormindo.
— Não foi nada demais. Eu passei para ver se você queira sair pra comer algo, mas vejo que já está fazendo isso. – Aponta para a travessa em meu colo.
— Nossa que mal educada, nem te ofereci. Você aceita? Está ótima essa lasanha, mesmo gelada. – Ele sorri e nega com um movimento de cabeça.
— Você deve me achar louca ne? Ou no mínimo retardada. – Ele sorri mais abertamente.
— No máximo estranha, mas quem sou eu para julgar você. – Dessa vez eu cai na risada e ele me acompanho.
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Feita para o amor
RomanceBem sucedida, Lanne divide seu tempo entre família, trabalho e um relacionamento complicado. Aparentemente, tem tudo o que todos gostariam de ter. Lanne ainda não sabe o que quer, pra ela tudo é sobre aceitar o que recebe. Então algo muda, fazendo...