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Meu nome é Lydia.

Tenho dezesseis anos e moro em Manhattan com minha mãe, numa casa ao lado de sua joalheria - onde vende principalmente relógios, ela ama relógios e tem vários por toda a casa.
Meus cabelos são loiros avermelhados e meus olhos são dourados, amarelos, como preferir... Mas essa minha descrição não importa.

Minha personalidade? Sou bem arrogante quando quero, posso ser muito ansiosa também. Tá, vou parar com a descrição.

Hoje é o último dia de aula na minha quinta escola, que por um milagre, não fui expulsa. Estudo na Goode High School. Não preciso me preocupar tanto, estou aqui faz dois anos e não corro risco de ser chutada.

Entro no corredor passando pelas pessoas e tentando entrar na sala para fazer a maldita prova de biologia. Por que não só ter uma aulinha rápida e férias logo? O pior é que nem estudei e estou ferrada. Ou não...

Todos têm um dom, mesmo que você não saiba qual é, tem um.

O meu é controlar o tempo. Isso mesmo, não sei como, posso voltar, parar e avançar o tempo quando quero. Faço isso desde os dez anos e isso sempre me ajudou bastante, exceto em algumas situações... Tive que aprender a controlar sozinha, passava horas e horas isolada no quarto tentando descongelar o tempo, parar e avançar.

Na hora da prova é assim: em classe ele passa 2+2. Na prova é 4% 89000= # x 934º: 18262.

Entrei na sala, sentando na carteira perto da porta. Agitei as maos nervosa pela prova e o professor me olhou com cara de "Vai na fé que você consegue", credo.
No mesmo instante, fechei os olhos e balancei as mãos me concentrando. Abri o olho direito e vi todos parados como estátuas. Fui até a garota mais inteligente da sala e peguei todas as respostas, demorou 5 minutos para mim, mas quando acabar, serão apenas 5 segundos - eu espero.

- Eu sei que isso é errado... - falei triste e dei ombros - Fazer o que não é?

Voltei a cadeira e o tempo avançou mais rápido. Sempre quando o controlo todos são afetados, exceto eu e outros que eu queira.

Os ponteiros do relógio avançavam cada vez mais rápido, até que pararam bem na hora da saída.

Por isso você pensa que o tempo passa rápido ou coisas assim. Nossa, que informação útil!

Entreguei minha prova que fiz com o "maior esforço" e saí de sala.

Quando saio, vejo Percy Jackson.

Ele chegou aqui faz uns dois anos, na mesma epoca que eu. Tem TDAH e dislexia, mas sempre o achei misterioso.

Adoro mistérios.

Sempre quis ser amiga dele, mas não sei como fazer isso, não tenho tanta experiência. É como se cada vez que eu o visse algo nos conectava, como o destino.

Mate-o, disse a viz na minha cabeça.

Não! Não vou fazer isso! Nem o conheço direito. Por que faria mal aqueles lindos olhos? Eu devo ter algum tipo de doença mental pra ouvir vozes.
Não que eu tenha uma quedinha por ele, mas sempre tive uma curiosidade.

Decidi fazer o mais óbvio.

- Vou segui-lo.

Eu sou uma maluca... Eu sou uma maluca... Não posso fazer isso...
O segui saindo da escola, mais ou menos três ruas e indo até um pequeno apartamento. Minha curiosidade aumentava a cada passo, mas resolvi não entrar e esperar.

Vi Percy sair do apartamento e entrando num carro com uma mulher, já que não vou invadir eu resolvi pelo menos pegar um táxi.

Só posso ser louca, esse tentar ser amiga virou mais uma perseguição rápida. Entrei no táxi e disse:

- Motorista, siga aquele carro - digo me sentando no banco.

- Eu sempre quis que alguém me dissesse isso - o homem diz animado e segue o carro.

Meio que demorou bastante, ele saiu da cidade e foi até a estrada. Uma hora e meia de viajem mais ou menos.

- Acho que ele está indo para Long Island.

O carro parou de repente, perto da floresta. Saí do carro e paguei o motorista. Me escondi atrás de uma árvore, curiosa para ver no que ia dar. Percy se despediu da senhora no carro e entrou no meio da mata com uma mochila.

- Só pode estar de brincadeira - resmunguei.

O segui mais para dentro da floresta de pinheiros tentando não fazer barulho. Meu estômago roncava de fome, dizendo para recuar e voltar para casa almoçar.

Até quando isso vai durar?

De repente ele entrou numa entrada - - que estava mais para um arco enorme de pedra e dava para uma espécie de acampamento. Era cheio de vários chalés, ao longe, uma casa enorme, campos de morango ao lado e muitas outras coisas que não podia acreditar. Mesmo assim, esse lugar me incomodava.

- Acho que não devo entrar ai.

- Tarde demais - disse alguém atrás de mim.

A Herdeira de Cronos • pjoOnde histórias criam vida. Descubra agora