XIII

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- É ótimo ter você aqui, Lydia Kristall - disse a voz.

- Eu odeio essas coisas... - Peter disse baixo.

- Não me odeie, Peter... Só pelo fato de eu saber falar?

- Mas... Você é o que, exatamente? - eu disse.

- Aquele que devia ser um monstro... - ele parecia choramingar - Aquele que devia ser adorado por todos ao envés de ser achado...

- Fofo? - disse Peter - Pois é amigo, está difícil para nós dois.

- Apareça! - eu disse. - Chega disso, gente! Cansei de mistério. Putz.

- Tudo bem, eu saio! Já que você insiste tanto.

- Lydia... - diz Peter - Você não devia ter feito isso...

Como mágica, começa a cair glittler do teto. Um adolescente de mais ou menos 17 anos surge. Ele tem o cabelo loiro, quase branco, camisa branca e uma calça jeans. Seu sorriso parece forçado ao ver Peter.

- Quanto tempo, Peter - ele diz com nojo - Olá, Lydia...

- Quem é você?

Ele coloca a mão na testa, como se fizessem essa pergunta milhões de vezes.

- Meu nome é Bóris.

Que pessoa tem o nome de Bóris? Era só o que faltava, meus deuses.

- Sério? - seguro o riso - O que você é?

- Eu sou um...

- Unicórnio - diz Peter rindo, me fazendo rir também.

- Eu sou mais poderoso do que pareço, sabiam?

- Nós sabemos, principalmente eu - Peter resmunga.

- Eu perdi alguma coisa? Parece que sim, não estou entendendo nada - falei. - Aqui, peguei no ar.

- Digamos que eu e Bóris não nos damos muito bem desde a última vez em que nos vimos. - Peter disse. - Não queria que eu chegasse perto dele.

- Por que eu só permito moças bonitas! - disse Bóris.

Agora eu me lembrei da história do unicórnio: Cavalo branco dotado de um chifre no meio do focinho. Dominava as florestas, sendo implacável com os caçadores. Não permitia que ninguém dele se aproximasse, a não ser uma moça bonita.

- Desde então, Peter só senta me matar, mas não pode.

- Apenas moças bonitas podem chegar perto...

Cruzo os braços, estamos encurralados. Podem ser dois contra um, temos chance, mas com esse poder de unicórnio vai ser impossível Peter avançar.

- Então a Lydia pode chegar perto - diz Peter - Vai lá.

- Avance, filha de Cronos.

Dei dois passos a frente, mas Bóris me puxou para si de forma um tanto agressiva, deixando minhas costas arderem mais por causa do veneno e me deixando nervosa. Peter cruzou os braços.

- Não confie nele - sussurrou Bóris ao meu ouvido - não se pode confiar em um filho de Hermes. - ainda estava incomodada por ficarmos tão perto um do outro. Seu hálito tinha cheiro de chiclete, e ele até que tinha músculos e braços fortes.

Poção de unicórnio... A cura está nele.

Havia me esquecido, unicórnios tem poder curativo, mas eles não oferecem assim de bom grado.

A Herdeira de Cronos • pjoOnde histórias criam vida. Descubra agora