A Herdeira de Cronos • pjo

IV

- Ajudar em...? - perguntei.

- Você quer que eles te matem? - disse como se fosse óbvio. - Olha, você precisa de ajuda, e ninguém vai querer te ajudar. Vai ter uma caça à bandeira hoje.

- E?

- E aí, que vão ser times e você tem que tomar cuidado. Muitos de nós fomos reclamados nesse jogo. Vou ficar perto de você, aí tem mais cuidado.

- Obrigada, mas, mesmo assim sei me cuidar muito bem sozinha.

- Você que sabe - ele diz dando ombros e desaparece nas sombras.

***

- Campistas! - grita Quiron - Hoje teremos uma captura a bandeira!

Muitos campistas vibram, principalmente os filhos de Ares, ansiosos pela batalha.

Eu estava encostada na parede do refeitório, de braços cruzados apenas olhando ao redor. Bem que Nico avisou qu teria esse jogo. Eu não posso participar, senão ja era.

- Como alguns sabem, teremos dois times: um azul e um vermelho.

Depois das divisões dos times, eu ainda fiquei no mesmo lugar e tentando me esconder.

Percy e Annabeth estavam no time azul, não vi Nico mas ele estava por aí, com certeza.

- Mais algum campista? - diz Quíron. - Há! Falta a Lydia.

Todos se viram de costas assistindo a minha "incrível" fuga. Ótimo, Lyd, você errou na missão impossível.

- O.k. Eu vou.

Fiquei no time vermelho, peguei uma espada e um escudo.

- Você vai ficar atacando - diz uma garota para mim.

***

 Os jogos começam, me escondo atrás de uma árvore e me sento no chão, não vou fazer nada nesses jogos, vou ficar apenas aqui, parada, quieta.

Se eu for atacada, corto com a espada.

Ouço gritos de batalha e lâminas se chocando, isso é uma caça a bandeira ou Jogos Vorazes?

Alguma coisa se aproxima, posso ouvir os passos, é o time azul!

Balanço as mãos e tudo fica mais devagar, a espada da outra pessoa passa por cima do meu cabelo, quase ganhei um novo corte. Chocamos as espadas e o arremesso para longe, deixando-o cair no chão. Não sei como fiz isso mas funcionou!

Agito as mãos de novo e tudo volta ao normal.

- Você é rápida - diz o garoto. - Que reflexo.

Ele sai correndo para o lado oposto, do nada. Que louco.

Depois de mais alguns minutos não ouço nada, até que várias pessoas do time azul vem correndo na direção da nossa bandeira, eu tenho que fazer isso antes deles, preciso pegar a deles.

- Vai ser dureza... Mas por que não?

Fecho os olhos e me concentro em tudo ao meu redor. O vento, as árvores, pessoas, tudo. Levanto e agito as mãos por alguns segundos.

Respiro fundo até que abro os olhos, me sinto quase afundando no chão, é difícil parar o tempo nesse lugar tao grande e com várias pessoas.

- Consegui - e dou um pequeno sorriso.

Corro até o lado da floresta no time oposto, dessa vez todos parecem estátuas. Avisto a bandeira azul em cima de um galho da árvore.

- Argh, isso é sério?

Escalo a árvore com dificuldade, quem foi o louco que colocou uma bandeira no galho mais alto da árvore? Pego a espada e corto o galho, deixando a bandeira azul cair lentamente até o chão. Agora é só entregar na mão de alguém do time vermelho e...

- O que você está fazendo?

- Nico? De onde você veio? - pergunto assustada.

- Não importa, se livra disso agora! - ele diz com firmeza.

- Por que? Eu posso até ser... Reconhecida, sei lá - dou de ombros.

- Reconhecida até demais... Você trapaceou, devolve isso e ninguém vai saber de nada.

Tudo gira ao meu redor, o vento fica mais forte e o galho cai no chão rápido.

- Mas o que?

Olho para a esquerda e todos me observam surpresos, pararam de atacar e fixam seus olhos em mim.

- Lydia - sussurra Nico. - Segura na minha mão.

- O que? Não, eca - sussurro de volta.

- Confie em mim...

Seguro sua mão, é fria mais que o normal.

- Ela pegou a bandeira! - alguém diz.

- Vencemos! - alguém do time vermelho grita.

O pessoal vibra, dou um sorriso e vejo o pessoal do time azul confusos, tentando entender o que acabou de acontecer.

Mas isso não dura muito tempo, quando me olham assustados.

- O que é aquilo? - apontam para minha cabeça.

Olho para cima e algo vermelho flutua, era uma foice, o simbolo de Cronos.

- Se prepare - diz Nico - Três...

- Para o que? - pergunto ainda olhando as pessoas fixando os olhos em mim.

- Dois...

- Nico! - quase grito.

- Um!

Depois disso afundamos no chão e só vejo a escuridão.