A Herdeira de Cronos • pjo

VIII

Já mencionei que odeio viajem nas sombras? Pois é, eu odeio.

Seguro firme a mão de Nico e fecho os olhos o máximo que posso.

Aterrissamos, sinto o chão debaixo dos meus pés, firmes.

***

Percy*

Faz alguns dias que Lydia desapareceu, ela viajou nas sombras junto com Nico, Não sei o motivo.

Todos ficaram desesperados e agitados. Apareceu uma foice em cima da cabeça dela, como ela pode ser filha de um titã? Pode até nos destruir.
Ela tentou se aproximar de mim para me matar? Ou... Nem sei o que pensar.

Mandamos Rachel atrás da Lydia, ela chegou no dia em que aconteceu o sumiço.

- Legal, mandar um oráculo ao envés de um semideus. - disse Clarisse na mesa de reuniões.

- Lydia não conhece a Rachel, muito menos sabe que é um oráculo. - diz Annabeth.

- Mas o que ela vai fazer? - pergunto agitado. - Vai nos matar? E nós? Vamos matá-la quando voltar?

- Ninguém aqui vai morrer, Cabeça de Algas. Vamos resolver isso.

- Se for para matar alguém... Deve ser por vingança do pai. - diz Connor.

Todos se viraram para mim.

- Obrigado pelo apoio.

Ouço um barulho, é algo batendo na barreira mágica.
Will, filho de Apolo chega correndo.

- São dracaena. - ele diz.

Todos corremos para a barreira, várias delas estão ao redor paradas.

- Nos tragam a herdeira.

- O que? - falo. - A Lydia, não estamos com ela.

Uma delas mostra sua língua de cobra e vira o pescoço.

- A vingança se aproxima, quando menos esperarem...

- Mas já? - digo. - Acabamos de terminar uma batalha contra Cronos.

- Não interessa!

- Percy, se vai ter outra guerra não quer dizer que seja, necessariamente, com Cronos. - diz Annabeth. - Ele pode fazer alguma coisa com Lydia.

- Você quer dizer que...

- Ouçam a filha de Atena! A batalha será contra as forças de Cronos!

- E se ela tem a ajuda de Nico... - fala Annabeth.

- Ah não... - falo - Lydia...

***

Lydia*

- Nico? Nico, acorda! - digo segurando seu rosto.

- Lydia eu... - ele fala baixo. - Cansado...

- A viagem te deixou cansado, entendi. Vamos tentar descansar.

Ainda era de tarde, umas três horas, e viajamos mais de 1400km.

- Legal. - digo. - Estamos no Kansas.

Agora está decidido. Eu sou o Google Maps da vida.

Observo o local, estamos no meio de uma estrada.

Sabe aquelas palhas que ficam rodando e aparecem nos filmes que caubóis? Tem várias dessas por aqui.

Também vi uma escola, só que bem moderna por sinal.

- Espera... Estamos em Newton? No Kansas? - começo a rir. - Só pode ser brincadeira.

Vou arrastando Nico pelo chão, como um peso morto. É quase isso.

- Você é pesado, sabia?

Só ouço ele roncando.

Amarro sua jaqueta em minha cintura e continuo a arrasta-lo.

Vejo uma casa, que parece abandonada, ao lado de um bar. Tudo aqui parece de filmes de caubói, as casas são de madeira e no bar tem até as portas que abrem dos dois lados, você pode até chutar.

Entro dentro da casa, vejo um sofá e coloco Nico nele.

- Di Angelo... - falo exausta - Se você estiver fingindo dormir, juro que te arrebento.

Me jogo no sofá e consigo relachar, nem tomei meu café direito.

Aquele oráculo, tenho certeza que mandaram ela me buscar. O que eu posso fazer? Não escolhi ser A Herdeira, muito menos matar as pessoas. Sou chata mas nem tanto.

Ainda tem esse garoto me ajudando a fugir pelo país. Devia até ter um filme: Uma fuga pelo país. Estrelando Nico di Angelo e Lydia Krystall.

- Lydia Krystall... - falo rindo. - Que idiota.

- Não é idiota. - diz Nico me dando outro susto. - É bonito.

- Significa cristal, em grego. Aquilo que brilha.

- O sobrenome é da sua mãe?

- Sim, ela só achou que teria uma referência ao grego. Para eu me adaptar... AGORA VOCÊ RESOLVE ACORDAR?!

- É! Como eu vim parar aqui? - ele fala confuso.

- Sem perguntas, volte a dormir. - mando.

- Mas eu...

- Volte a dormir Di Angelo. Vai ser um dia longo - mesmo sendo três da tarde. - E você precisa se recuperar da viagem.

- Quantos quilômetros foram? - ele pergunta olhando para o teto.

- Mais de mil.

- Droga - ele fecha os olhos. - É melhor eu dormir mesmo.

- Vai nessa...

- Lydia?

- O que? Vai dormir, garoto.

- Ahn, obrigado - percebo a vergonha em sua voz.

- Sem problemas... Vai dormir.

- Por que insiste tanto para eu dormir?

- Por que insiste tanto em perguntar? - eu digo segurando a risada. - Ok. Eu quero visitar a cidade.

- Da vez passada, a ideia de viajar acabou em um assalto a Chanel, uma górgona...

- E roupas novas - digo mostrando a jaqueta e minha blusa preta. - O que foi bem útil.

- Você venceu. - ele se rende. - Só por favor, não congele o tempo de novo.

Nico ajeita o travesseiro do sofá e põe a cabeça de volta.

- Vou tentar. - dou um sorriso.