XV

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[...] Como não tínhamos dinheiro mortal, Peter insistiu para eu congelar o tempo por... Bem, um tempo.

- Vamos embora - eu disse, decidida do que iria fazer.

- Mas já? Olha só toda essa comida! - Peter disse beliscando a comida do hotel.

- Peter, não temos tempo para brincadeira! Temos que resgatar Nico!

- Você gosta mesmo desse cara, não é? - ele disse, tirando as migalhas das mãos.

- Não gosto nada! - disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Então como o seu rosto está da cor do seu cabelo? - Peter diz com um sorriso malicioso. - Admita, Lydia.

- Mas e se eu gostasse... Qual era o problema?

- Ah, eu não sei. Eu já o vi lá no acampamento, ele é bem... Como posso dizer... Sombrio - ele diz em um tom engraçado. - Mas parece um cara legal.

- Você não o conhece direito. - eu disse me levantando da cama. - Vamos logo.

Nico pode ser uma pessoa gentil e doce quando quer. Até mesmo meio irônico...

Eu não sei se gosto dele, mas não tenho tempo para isso agora, primeiro salvá-lo. Mais tarde veremos.

- Eu poderia até gostar de você. Qual seria o problema?

Peter se levanta e caminha até mim.

- Não, não teria problema. Mas caso gostasse, ia agir assim.

- Assim como?

- Como eu, perto de você.

Senti um frio na espinha e decidi pensar nisso outra hora. Depois de descongelar o tempo, eu e Peter fomos até a estação de trem - uma de verdade - e provavelmente sem perigo.

Pegamos o primeiro trem e me sentei em um dos bancos, exausta. Não tinha muita gente, já é noite e ninguém deve querer pegar um trem há essa hora, só se for viajem ou algo assim. Enquanto o trem ia rápido podia ver as luzes dos túneis.

- Lydia - disse Peter sentado ao meu lado - Os seus olhos.

- O que tem meus olhos? - pergunto passando as mãos em minhas pálpebras.

- Eles estão brilhando - Peter fez um gesto apontando os dedos para os próprios olhos.

- Eles sempre brilharam, Peter, já são dourados naturalmente.

- É, mas agora está de um jeito assustador... Mais do que o normal.

- Ai meus deuses... Você tem um espelho ou algo assim?

- Acho que sim... Espere um pouco - ele fica revirando os bolsos á procura de alguma coisa. - Achei, toma.

Ele me entrega um caco de vidro não muito grande, não sei onde ele arranjou isso, sempre é cheio de surpresas. Quando vejo meus olhos, eles estão irradiando em um brilho amarelo. Já era dourados e agora pareciam estrelas.

- O que é isso? - perguntei passando a mão ao redor dos olhos.

- Eu não sei. Deve ser por que você usou os seus poderes por muito tempo.

- Droga... - resmunguei. - Isso só aconteceu uma vez, quando eu tinha onze anos e soube controlar os poderes.

- Me desculpa, não devia ter feito você usar tanto tempo.

- Sem problemas. - dei de ombros. - Mas não acho que seja esse o motivo.

- O mais importante agora, é você dormir.

- Eu vou tentar.

Deitei minha cabeça na janela, mas tremia muito e era impossível dormir.

- Tem certeza de que não quer descansar no meu ombro? - disse Peter com um sorriso travesso, me fazendo revirar os olhos.

- Tudo bem... - eu disse e encostei minha cabeça em seu ombro. Até que relaxou um pouco mais.

Pena que o sonho foi meio desagradável. E um tanto preocupante:

"Eu estava em uma sala escura, atrás de mim uma porta de aço, talvez bronze celestial. Na minha frente estava Nico, deitado no chão, provavelmente com fome e frio, pois usava a jaqueta e apertava os braços contra o peito.

Consigo sentir o lugar, é muito frio e tem um cheiro diferente, como o de grama molhada. Vejo o tempo que dura até chegar aqui, o lugar e tudo.

Já sei onde é, pensei.

Alguma coisa passa pela porta, me causando arrepios, as pisadas fortes ecoam pelo lugar.

Finalmente vai se juntar a mim..., diz a voz de Kevin ao meu ouvido. Já temos o garoto... Só falta você. O ingrediente final!".

Acordo ainda nos ombros de Peter assustada, e suando frio.

- O que foi, ruiva? - ele pergunta também acordando.

- Eu sei onde ele está.

- Onde?

- Bergen Point Golf Course... - as palavras saíram da minha boca involuntariamente.

Sou interrompida quando o trem para, me fazendo quase bater a cabeça na parede.

- Cuidado! - diz Peter que parte para cima de mim, me envolvendo em seus braços.

Só consigo fechar meus olhos e torcer para não quebrar nenhum osso. Felizmente o trem parou e consegui sair viva.

- Nunca mais ando de trem com você - eu disse saindo do trem, meio tonta. - Onde estamos?

- Acabamos de chegar em Manhattan! - disse Peter fazendo uma cara de impressionado, como se pensasse: nossa, isso foi rápido para mais de 200km.

- Você ta legal?

- Só um pouco tonta, fora isso tudo bem.

- Só tenho duas perguntas: que horas são e onde é Bergen Point Golf sei lá o que?

- São cinco horas da manhã. E esse lugar, é tipo uma floresta onde as pessoas praticam golfe ou críquete. Não é lá muito frequentado.

- E é lá que o Nico está? - pergunta Peter.

- Espero que sim - minha cabeça latejava. - Ai!

Peter me segura, para não cair no chão.

- Ok, você definitivamente não está bem. - diz Peter.

- Você me segurou, mas acho que ainda bati a cabeça no trem...

- Depois cuidamos disso. - ele passa meu braço por cima de seu ombro, me apoiando.

Saímos da estação, Peter me coloca em um banco próximo.

- Onde fica esse lugar? - ele pergunta.

- A mais ou menos dois quilômetros antes de Long Island - me levanto do banco, recuperando as forças. - Você não vem?

- Claro que eu vou - ele se levanta também - prontinho para a missão de resgate!

Consigo dar um sorriso e saio dali, caminhando entre prédios, tudo isso por umas duas horas.

Ainda na estrada vejo que começam a aparecer árvores e mais árvores, entramos em uma floresta de pinheiros.

- Ouviu isso? - diz Peter.

Não respondo, ouço um som crocante de folhas sendo pisadas, eu e Peter nos viramos para trás.

-

Oi gente!! Como vocês estão?
Estou de férias e agora posto os dias que eu quiser B-)

Postei mais cedo, por causa do Natal ok?
(Época da Thalia ).

Não esqueçam de deixar votos e comentários!

Feliz natal

Bjs;

A Herdeira de Cronos • pjoOnde histórias criam vida. Descubra agora