XIV

4.9K 389 51
                                    

Eu tinha uma plano, mas só com cinco segundos:

1. Parar o tempo

2. Pegar o arco e flecha

3. Subir nas costas de Peter

4. Mirar

5. Atirar.

Assim que descongelei o tempo, uma flecha se cravou bem na costela de Bóris, fazendo-me cair no chão. Foi tudo tão rápido que nem consegui processar direito.

- Pelo cajado de Hermes - disse Peter - o que essa flecha tinha? Veneno?

- Não sei bem... Mas quero um pouco de cura.

Fui até o unicórnio e me agachei ao seu lado, gotas vermelhas pingavam de seu chifre a cada dois segundos.

- Você tem algum...?

- Frasco de vidro? Tenho sim, pegue - ele me deu o pequeno frasco de vidro, deixei pingar algumas gotas lá dentro, até ficarem três dedos.

Bóris virou pó no instante que a cura terminou de sair do seu chifre.

- Onde você conseguiu isso? - perguntei mostrando o frasco.

- Digamos que eu gosto bastante do laboratório de ciências lá da escola.

Consigo dar um sorriso de lado.

- Onde estamos? - pergunto.

- Fomos uns 697 mil quilômetros, nevando... Acho que estamos em...

- Chicago - dissemos ao mesmo tempo, fazendo-me virar de costas e ele também.

- Peter... - eu disse - Dá para me explicar o que aconteceu? Porque o meu dia foi muito, muito corrido hoje.

- Mas não aconteceu...

- Aconteceu sim, Peter! - cruzei os braços - agora me fala o que aconteceu! Eu sei que você tem alguma coisa a ver com tudo isso.

- Ta bom! Olha só! A gente realmente ia para Manhattan, mas o trem tomou um caminho diferente - ele parecia sincero - Não sei como fomos parar lá, mas eu queria mesmo... Isso já aconteceu uma vez, pensei que não poderia acontecer de novo, longa história.

- Me levar no local da conquista... - eu disse com a cabeça baixa - Ou para o acampamento?

- E-eu... - ele disse nervoso.

- Ia me levar para lá não era, Peter? - olhei no fundo daqueles olhos castanhos. - Iam me matar, ou...

Tinham várias possibilidades. Não sei se posso confiar em Peter, não tem nem dois dias que o conheci.

Ele pode ter vindo do acampamento para me capturar, assim como Rachel tentando me convencer lá na Califórnia.

Se eu fosse para o acampamento podiam até me matar - não sei o que podem fazer, só passei dois dias lá - ou me sacrificar, me entregando ao meu pai.

O que eu quero é resgatar Nico, só isso. Tenho certeza que ele está lá. E eu vou liberta-lo. Só de pensar que algo pode acontecer me da arrepios, para variar ainda tem a neve.

- Sim, eu vim do acampamento. - Peter disse. - Mas não quero te levar para lá.

- Por que? O que tem lá?

- A alguns dias... Várias dracaena... não sei dizer o nome delas! Foram para lá, ficaram na barreira e disseram que queriam a Herdeira.

- Mas eu não estava lá.

- Essa é a questão! Elas meio que ameaçaram a gente, disseram que pode ter outra guerra, contra as forças de Cronos.

- E o que eu tenho a ver com isso afinal? - a neve ainda caía nos meus ombros.

- Elas disseram forças de Cronos, não contra Cronos... Entende o que eu quero dizer?

Meu pai, pode não retornar, mas se ele quiser pode voltar e eu fico no lugar dele. Eu sou a Herdeira, é meu dever obedecer Cronos e substituí-lo.

- Sim... Sou eu quem vai liderar essa batalha.

***

Nico*

Lydia tinha ido dormir, eu fui burro de ficar na sala, não consegui nem piscar quando um monstro me capturou.

Agora estou aqui. Em uma sela. Nem grades tem, parece uma dos asilos de loucos, mas com portas de bronze celestial. Tudo é escuro, só a pequena luz vinda de uma abertura da janelinha da porta ilumina o local.

O lado bom é que consegui dormir direito, o ruim é que eu dormi direito. Os pesadelos são cada vez mais aterrorizantes.

Quero saber onde está Lydia, o que ela vai fazer, se ela soubesse do plano... Não, ela não pode vir  pra cá.

Coloco a jaqueta, aqui faz muito frio. É o que? Uma montanha? Subterrâneo? Não tem como saber. Já tentei sentir com meus poderes, mas não consegui nada.

Ah, Nico, mas você não pode viajar nas sombras?.

Se eu conseguisse já estaria bem longe daqui. Mesmo que desse certo, para onde eu iria?

Sou cortado dos meus pensamentos quando alguém bate na porta com força:

- Acorda, moleque! - disse um ciclope nojento.

- Já estava acordado!

Ele sai do corredor e caminha para outra sela, ouço dois deles conversando, vou até a porta e encosto o ouvido no metal:

- O moleque já vai fazer o trabalho dele - disse um com a voz mais grossa - Só precisamos da garota.

- Vamos obedecer mesmo a uma voz? - disse outro - Ele nem vai voltar de verdade.

- Melhor nem mexer com isso...

Como assim voltar de verdade?,  pensei. Será que Cronos não vai voltar? O que pode acontecer? Preciso avisar a Lydia.

Me levanto e tento mais uma vez viajar pelas sombras, acabo batendo a cabeça na parede como as outras vezes.

- Ai. - digo passando a mão pela cabeça e me sento no chão novamente. - Legal, Nico, parabéns.

***

Lydia*

Morango e mel, era disso que tinha o gosto. A poção de unicórnio me curou rápido, pelo menos fez efeito e tirou o veneno.

Depois de toda aquela bagunça, eu consegui entrar em um hotel de Chicago, onde troquei de roupa graças a Peter - que deve ter roubado ou algo assim - e tomar um banho quente em um dos quartos...

-

Oi oi gente! O capítulo ia ficar muito grande! Então eu cortei e deixei um pouco no cap XV ok?

Vcs preferem #Nydia ou #Lyco? (Pra quem shippa, mas é a mesma coisa né...), ou #Lyter?

Não esqueçam de votar e comentar ;)

Bjs;

A Herdeira de Cronos • pjoOnde histórias criam vida. Descubra agora