XVIII

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Nico*

Ele me forçava a ressuscitar um corpo. Mas era um específico, o corpo de quem ele tomou posso há alguns meses, que morreu como herói. Eu não sabia que parte de Cronos ainda estava nele: Luke.

Minhas mãos tocavam o chão e o corpo continuava a subir, uma fumaça negra saia do corpo, era parte de Cronos, como se fosse seu espírito e pairando no ar.

Uma parte de mim ficava aliviada, finalmente Luke poderia ir em paz. Mas outra parte de mim sentia desespero quando o manto negro entrou dentro de Lydia!

Ela estava prestes a dizer alguma coisa, quando a fumaça entrou dentro de sua boca, impedindo a fala. Seus olhos amarelos, agora brilhavam como uma estrela. Ela parecia um zumbi, sem saber o que fazer. Estava fora de si, não era ela.

- Está na hora! A Herdeira deverá fazer o seu trabalho.

Eu tentei fazer alguma coisa, mas o tempo parou para mim, eu me movia como uma lesma.

- Para com isso! - eu grito - Para!

- Tarde demais.

Lydia caminha até mim, com os olhos brilhando que chega dói ao ver.

- Me... Desculpa... - ela sussurra e me da um soco, fazendo-me cair no chão.

***

Lydia*

- O que é isso? Onde eu estou? - eu disse tentando achar algo no meio do nada.

- Filha...

- O que? - eu disse e me virei rápido, na direção da voz - onde eu estou, seu maluco?!

- No seu interior.

- Meu interior?

- Você está presa na sua mente, Lydia. Ainda é você mesma, mas eu estou no seu controle, eu tomo conta de tudo, agora.

Coloquei as mãos no cabelo, ele estava me controlando, o meu próprio corpo!

- E o que você, ou melhor, eu, estou fazendo agora?

- Veja você mesma.

Uma imagem apareceu do nada, como uma mensagem de Íris, eu via eu mesma, uma enorme foice apareceu em minhas mãos e Nico estava deitado no chão, apagado.

Meu corpo começou a caminhar, eu parecia acabada. Os cabelos bagunçados, os ombros caídos e os olhos brilhando como um farol dourado.

Eu peguei meu relógio de bolso, ainda estava lá. Mas como eu podia sair dali, tomar posse do meu corpo e ainda vencer meu pai? Isso era muito estranho e nem sei se conseguirei.

- O que você pretende fazer, pai?

- Isso você já sabe.

Pensei um pouco. Em todos os sonhos, ameaças e sentimentos estranhos.

- Putz.

***

Peter*

Eu corria de um lado para o outro. Verificando armas, armaduras, tropas, e tudo o que mais tem.  Poderiam atacar a qualquer hora. Eu fui até a Casa Grande, quando vi algo brilhando na colina.

Era dourado, eu vi de longe e fui até lá.

Subi um pouco mais, e Lydia estava lá parada. Seus olhos nunca brilharam tanto. Na sua mão direita, ela segurava uma foice de cabo vermelho, e parecia não entender muito bem o que acontecia.

- Ei... Lydia, você está bem? Como chegou aqui? - perguntei e fui tocar seu rosto, quando sua mão esquerda segurou a minha forte. - Ai! Esta doendo! - estava doendo mesmo, a unha dela cortava meu braço, como uma garra de lobo.

- Morrer... - ela disse com uma voz grossa - vocês todos vão morrer!

- O que? Lydia, como assim? - eu estava confuso e com o pulso doendo.

Ela largou meu braço, onde suas unhas pressionavam, começou a sair sangue. Lydia levantou a foice e ouvi vários barulhos, de animais e outros que eu nem conhecia.

- AAHH! - gritei quando um monstro com cabeça humana e corpo de cobra apareceu atrás da Lydia. - MAS QUE DIABOS...?

O monstro tem uma língua bifurcada, grandes e afiados dentes, escamas verdes e olhos de um réptil. Pai do céu, aquilo é uma equidna!
Ela sibilou para mim, mostrando a língua e os olhos vermelhos. Mas ela estava parada, como se obedecesse a um comando.

- Lydia! Sai dai! - eu disse me afastando.

- Porque eu me afastaria? Eles são meus, estão sobre o meu controle.

Outros monstros apareceram atrás dela, e eu só me afastava cada vez mais dela. Uma Quimera bufando o fogo, Manticore, um leão dourado - acho que o leão de Nemeia - e outros monstros que não consegui distinguir.

Olhei no fundo dos olhos dourados de Lydia e olhei para trás, vendo os campistas. Nenhum deles estava preparado ou equipado para uma coisa dessas.

- Você pode me dar uma horinha? - eu perguntei - sabe, para o pessoal se preparar.

Ela deu um sorriso malicioso.

- Não!

- Tudo bem... - virei de costas para a colina e gritei - CORRAM!

Corri em disparada para baixo da colina, gritando por Quiron e avisando aos campistas. Que a cada vez eles corriam para pegar armas.

Olhei mais uma vez para a colina, on monstros maiores avançava, devagar e Lydia estava apenas parada, observando ou pensando em algo.

Não era ela. Eu sei que não. Ela não queria isso, mas está fazendo exatamente o contrário do que eu achei.

- Ai, Lydia - meu braço ainda sangrava - o que você fez?

——

Oi leitores! Estão gostando da história? Ela ta quase acabando :'(

Vou deixar mistério u.u

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Bjs;

A Herdeira de Cronos • pjoOnde histórias criam vida. Descubra agora