Possession || Harry Styles

carry on

Abri meus olhos lentamente, pois parecia que minhas pálpebras estavam coladas. Tudo ao meu redor era branco, e a luz forte não me ajudava a distinguir o que estava na minha frente. Forcei a vista e meus olhos entraram em foco. Ele estava sentado na beira da cama, olhando fixamente para mim.
- Como você está? - ele perguntou num sussurro.
Abri a boca para falar algo, mas não saiu som algum. Tentei novamente, porém minha voz saiu rouca.
- Bem, eu acho. O que houve?
- Nós sofremos um acidente, mas já passou. Estamos bem. - ele disse.
Até parece que nada mudou.
- Pensei que me odiasse. - disse à ele.
- Eu odeio. Mas não sou covarde de te deixar aqui sozinha, sendo que eu causei o acidente. - ele disse sem me olhar.
- Não precisa fazer caridade por mim, Harry. Se quiser ir embora, fique à vontade.
- Eu pretendo ir quando a Scarlet chegar, não vou deixar você sozinha. - ele disse.
- Me desculpa. - eu disse sem perceber. Ele me encarou com aqueles olhos verdes de tirar o fôlego.
- É tarde demais. - ele disse.
Senti meu coração parar por um instante.
- Um dia eu vou poder te explicar tudo, e espero que você me entenda. - eu disse.
- Você não entendeu ainda? Não há explicações para o que você fez, você simplesmente me fez de idiota! Não sei porque fez isso, não sei que mal eu te fiz. - ele disse.
Decidi ficar em silêncio e engolir aquelas acusações. Se ele soubesse.... Será que me entenderia? Será que me perdoaria? Será que voltaria a me amar novamente?

Um belo dia
Você encontra alguém
Que te faz sonhar
Amar
Acreditar
Que tudo poderia ser
Diferente.
Acreditar
Que ainda existe salvação,
Felicidade.
Te dá mil motivos
Para ver o lado bom
Da vida
Do amor
Do mundo
Das pessoas
Você se entrega
Você se joga
Em um penhasco
Chamado amor
Sem saber o que vai
Encontrar no final
Dor?
Alegria?
Como vamos saber?
Acreditar
Que tudo vai dar certo
É o único modo
Todos temos medos
Diferentes medos
Os mesmos medos
Que se cruzam e se agarram
Nos impedindo
De viver
Eu tenho medo
Ele tem medo
Eu não posso salvá-lo
Se ele não deixar
Se ele não se entregar
Nada adianta
As minhas lágrimas estão secas
Meu coração está partido
Eu queria não acreditar
Acreditar demais
Muitas vezes
É doloroso
A esperança salva
E engana.
A dor dilacera
Demora uma eternidade
Mas nós precisamos
Nos acostumar
Toda e qualquer dor que é nos dada
Vem de acordo com a nossa capacidade
De aguentar.

Nunca fiquei tão feliz em entrar no meu alojamento. Senti como se estivesse em casa. Ultimamente, tenho vivido dias exaustivos fisicamente e psicologicamente. Queria poder fugir para algum lugar, apagar da minha mente tudo o que vem acontecendo comigo. Mas a minha realidade é dura, eu preciso acordar todos os dias com a mesma culpa, com a mesma dor.
- Ei garota, que susto você me deu hein! - Mel entrou no quarto e me abraçou apertado.
- Desculpa, Mel. - eu sorri.
- Está tudo bem?
- Na medida do possível, sim.
- Queria poder te ajudar de alguma forma, Hayley. - Mel me olhou com os seus olhos castanhos grandes, e eu me senti confortável.
- Eu não tô sentindo dor, Mel. Relaxa.
- Não tô falando do acidente. - ela disse e eu desviei o olhar, infelizmente, ninguém pode me ajudar.
- O Zayn está aí fora, louco pra te ver. - ela disse. Senti meu estômago embrulhar, Zayn é sinônimo de confusão.
Não posso fugir da minha realidade.
- Diga pra ele entrar.

Quando Zayn entrou pela porta, o ar pareceu ficar mais pesado. Ele estava de preto, o topete muito bem arrumado e um cigarro na boca. Se eu não o conhecesse bem, me deixaria levar por toda aquela beleza.
Ele sentou na beirada da cama e passou a mão pelo meu braço, um gesto tímido de carinho.
- Sinto muito por tudo que houve. - ele disse, olhando nos meus olhos.
- Acontece. - eu disse, sem encará-lo.
- Eu não contei nada ao seu pai, quis te poupar de mais estresse. - Zayn apertou minha mão.
- Obrigada.
- Queria que você soubesse que eu tô tentando fazer de tudo, até mesmo o impossível, para conseguir seu perdão e o seu afeto.
- Não vou te dar falsas esperanças, Zayn. Reconheço que você está se esforçando, mas eu nunca vou te amar, eu amo o Harry.
- Eu posso esperar o tempo que for, Hayley. Não vou desistir de você.
Zayn aproximou o rosto do meu e me deu um singelo beijo na testa, levantou da cama e saiu.
No fundo, eu sei que Harry e eu nunca mais vamos dar certo, que aquilo que tínhamos foi destruído por um maldito destino que me persegue implacavelmente. Mas eu não sou capaz de amar mais alguém como eu amo ele, porque parece que só ele me completa. Entretanto, isso não significa que eu vou deixar de viver a minha vida e buscar outra forma de felicidade.

É a hora de sacudir a poeira, botar um sorriso no rosto - mesmo que seja falso - e encarar a vida do jeito que ela é. Não adianta chorar pelo leite derramado, band-aid não cura feridas de bala, mas o tempo fecha qualquer buraco.

N.A: Oi, quero pedir perdão por ter demorado tanto para postar, é que falta poucos dias para o vestibular e eu tenho que focar em outras coisas, por isso não tenho tempo para a fanfic. Mas não desistam da fanfic, ok? Logo, logo eu estarei postando com mais frequência, prometo! Espero que gostem do capítulo e quero comentários! Beijos! 😘❤️