Capítulo 16

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O som atribulado de pés e sinais sonoros ecoavam ao redor dela. Um voz distante sobre uma coluna de som soou dando alertas e ordens. Por baixo da sua mão, a mão de Caroline tremia, traumatizada numa pequena cama de hospital. "O que te atacou?" Elena perguntou em voz baixa. O seu olhar moveu em direcção à porta fechada pela metade. 

Quieta e imóvel, Caroline engoliu em seco. Qualquer indicio de cor que a sua tez tinha, tinha ido embora. Os seus olhos caíam com o terror da noite que a tinha colocado aqui. Nenhuma palavra tinha saído dos seus lábios rosados que se destacavam no seu rosto. O silêncio era uma característica incomum para a beleza de cabelos loiros, e ela detestava vê-la assim.

O relógio analógico assinalava os minutos e as horas, lembrando-lhe quanto tempo ela tinha desde que aqui tinha chegado. Elena deixou os seus ombros relaxar um pouco sabendo que agora ela poderia estar ao lado de Caroline. Vendo de como ela não tinha família, a maior parte do tempo foi gasto andado para lá e para cá, perguntando o que diabos tinha acontecido. Isso foi até Caroline acordar e poder receber visitas.

No relatório médico indicava que ela tinha perdido uma quantidade significativa de sangue, mas recuperaria com o tempo e descanso. Ela quase riu com o comentário sabendo muito bem que isso não iria acontecer. Não era da natureza de Caroline ou mesmo constava no seu vocabulário a palavra descansar, mas sobre as ordens do médico ela teria de ficar mais um dia no hospital. Então depois ela seria finalmente liberada.

O som de uma voz pela pequena coluna ecoou uma vez mais e os enfermeiros passaram novamente a correr pelo corredor. Elena encolheu-se com a resposta imediata. Ela odiava o hospital. O cheiro, as paredes brancas, e o medo constante que pairava da morte que se escondia por cada esquina. Porém, por Caroline ela colocou uma cara forte.

A memória viva da sua última visita a este lugar infeliz tinha sido depois do acidente. O seu coração afundou-se ao recordar quando ela despertou e descobriu que tinha sobrevivido a um acidente fatal, mas os seus pais não tiveram tanta sorte. Elena sentiu a ameaça de lágrimas e tentou empurrar o pensamento para longe, mas estar aqui com Caroline estava a tornar-se difícil de o fazer. Para sempre a memória da morte dos seus pais iria assombrá-la.

"Eu não sei." A voz de Caroline rachou. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ela agarrou o cobertor que a cobria. "O Bob e eu estávamos a caminhar para casa. Nós estávamos talvez a um quarteirão de distancia de casa quando ouvimos um barulho estranho. A próxima coisa que eu soube quando me virei foi que ele tinha desaparecido."

Respirando com uma respiração instável, Caroline continuou. "Eu pensei que ele estava a brincar comigo. Nós estávamos bêbados." Ela fez uma pausa. "Mas então ele não voltou e só ficou o silêncio."

"O que é que aconteceu depois disso?" Elena curiosamente perguntou.

"Eu entrei em pânico." Caroline enxugou o rosto. "Eu comecei a andar mas depois ouvi o barulho de novo."

"Que tipo de barulho?"

"Eu não sei como explicar isso, mas era quase um como o que ouvirias num filme de terror."Ela estremeceu com o pensamento. "Eu não esperei para descobrir o que era, então eu corri, mas no momento eu que fiz isso eu soube que estava a ser seguida. Ele estava a observar-me. Esperando para me atacar eu acho."

Caroline deixou a lembrança da noite anterior correr. O que a poderia ter atacado? Que tipo de criatura perseguia a sua presa tão deliberadamente? 

"Eu não sei com o que se parece." Ela confirmou a sua próxima pergunta. O seu rosto contorceu-se para uma expressão de nojo. "E eu estou feliz por não saber."

A ligadura no seu pescoço mexeu-se enquanto ela se movia. O sangue manchou a gaze e Caroline estendeu a mão para lhe tocar.

"Doí como o inferno." Ela suspirou. "Que tipo de animal ataca o pescoço?"

Fifty Shades of Salvatore (PT-PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora