Capítulo 37

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O seu corpo saltitou quando ela embateu contra o colchão da sua cama perfeitamente arrumada e ela encarou o tecto branco. Saindo do bolso interno do casaco estava o acordo, o Acordo de confidencialidade Salvatore, para ser exacto. As palavras impressas meticulosamente gravadas em cada página, com parágrafos sobre parágrafos e anexos sobre anexos, faziam a sua mente revirar.

Agarrando o maço de folhas e puxando-o segurando no alto para que ela pudesse ler, o conteúdo uma vez mais. Os seus olhos percorreram cada frase lentamente e com cuidado, ela parou um momento para reflectir. A única maneira que ela via para saber se realmente estava preparada para cumprir esse acordo era se realmente ela tivesse o tempo necessário para pensar.

Os desejos sexuais e não sexuais, as dietas pormenorizadas, a alimentação através de sangue , dormir no quarto indicado e estranhamente pormenorizado na mansão Salvatore, compulsão sempre que necessário, estar sobre o domínio do Sr.Salvatore sempre que requisitado, como lidar com o Sr.Salvatore etc... Estes eram apenas alguns dos longos pedidos efectuados por Damon, alguns dos quais ela tinha dificuldade em aceitar nesse acordo.

 O sexo era algo com o que ela estava bem, considerando a sua orientação, por assim dizer, o seu estilo de vida erótico. Apesar de, ela estar relutante perante o seu desejo estranho de bater nela. O facto de dormir em quartos separados era estranho, mas ela perguntava-se se haveria alguma forma de contornar essa regra. Ela desejava estar do lado dele enquanto dormia. Era estranho que ele não gostasse da ideia. Tinha de haver uma razão por detrás disso. Tudo tinha um motivo. 

Depois, havia os encontros pré-agendados, em que ela teria de estar com ele sempre que lhe fosse pedido. Essa ideia não era muito má, mas ela gostava de ser capaz de decidir quando ver o amigos ou sair, quando ela quisesse e bem lhe apetecesse.

Mas o que realmente a fazia contorcer-se era o sangue. A sua forma de alimentação. Ela sabia muito bem o quanto Damon desejava o seu sangue. Os seus pensamentos desviaram-se para os seus olhos cheios de fome e contorcendo o seu rosto de desejos após de deliciarem sexualmente um com o outro uma vez mais.

- Damon não faças isto mais uma vez. - Ela falou baixo tentando agarrar o seu rosto. Mas, ele afastou-se de imediato lançando grandes suspiros.

- Fica aí. Não te mexas! - Ele rosnou ainda transformado.

Desamparada, Elena enrolou-se como uma bola, e viu como ele lutava com o seu demónio interior. Os seus olhos nunca se desviaram dos dela, como um predador nunca deixa de mirar a sua presa. Ele rangeu os dentes afiados juntos, e cerrou os punhos. Lembrando-se, ela concentrou-se me acalmar a sua respiração tentando assim acalmar o seu fluxo sanguíneo. Quando ela finalmente o fez, ela viu a sua transformação de vampiro para o homem que ela amava. Era lento, mas estava a funcionar. Sem dizer nada, Damon puxou as suas calças e correu até ao armário de bebidas. As garrafas tilintaram alto, e ele retirou um frasco em forma de ampulheta preenchido com algo escuro. Ele derramou tudo num copo e bebeu um grande gole. Limpando a boca, ele segurou-se ao armário para se firmar.

Sangue. Isso não era um licor ou um uísque que ele tomou com apenas um gole. Era sangue. Se era humano ou não ela não sabia, e Elena estava um pouco horrorizada. Ele tinha que recorrer a um sangue que não o dela para lhe dar a satisfação que ele precisava. O sentimento de remorso avançou novamente, e ela tentou livrar-se da sensação. Ele bebe sangue  Elena! Ele quer o teu sangue! Isto não está certo! Não sejas estúpida por um momento, e pensar que te deves sentir mal por isso!

No entanto, não importa o que os seus pensamentos gritavam para ela, com remorsos era exactamente como se sentia. Naquele momento, ela de repente sentiu como se devesse dar uma pequena amostra. Ela poderia presenteá-lo com o seu pulso talvez. Apenas uma pequena mordida, um gole do seu sangue para ajudá-lo no momento, mas isso não seria suficiente. Ele iria querer mais e ele nunca iria parar de querer isso. Ela não sabia o quanto estaria disposta a fazer ou a obedecer para continuar.

Estalando de volta à realidade, Elena atirou o acordo para o fim da cama e sentou-se. A porta do andar de baixo bateu, indicando que Caroline já teria saído para o trabalho. A sua mente começou a correr novamente de volta ao sangue. Ela virou o seu braço e examinou as veias azuis que sobressaiam na sua pele e inesperadamente ela teve um pensamento obscuro. Talvez se ela provasse do seu próprio sangue, ela pudesse entender. Ela poderia saber qual seria o seu gosto, e o que significaria para ele.

Estás louca? Perdeste de vez a cabeça?

Talvez ela estivesse mesmo louca, mas o pensamento permanecia na sua mente. Os seus olhos correram em volta do quarto. Ela precisava de algo afiado o suficiente para fazer um pequeno furo que fosse grande o suficiente para libertar uma pequena quantidade de sangue. Não havia nada à vista. O único lugar que ela sabia onde iria encontrar algo, era na cozinha. Imediatamente ela estava a descer as escadas. Uma vez na cozinha, ela abriu a gaveta das facas, e retirou a faca mais afiada.

O pensamento de cortar a sua pele, fazia-a ficar enjoada, mas ela sabia se estava prestes a aceitar a ideia de ele fazer isso com ela, teria de o fazer primeiro. Ela apontou a ponta da faca no seu dedo indicador e deixou a frieza da lamina formigar a sua pele. Fechando os olhos, ela iniciou a contagem.

Um... Dois... Três...

- Elena, o que estás a fazer?


Fifty Shades of Salvatore (PT-PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora