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- És mais do que bem vinda para ler um livro da minha colecção. - Damon disse apontando para uma pequena estante no canto do seu escritório. - No entanto, tu não és bem vinda a me distrair. Estou a falar a sério, Senhorita Gilbert. Eu estava a falar a sério quando disse que eu tinha trabalho que precisava ser resolvido.

- Não te preocupes. Eu posso-me entreter, mas é o Sr.Salvatore quem precisa de palestras sobre ser uma distracção. - Elena falou num tom sofisticado e sentou-se direita. Ele parecia delicioso sentado atrás da sua mesa olhando para ela, enquanto ele bateu no seu queixo e recostou para trás na cadeira.

- Tu precisas de ser tão cruel? Eu não sou o único a seduzir. - Ele balançou a cabeça com prazer.

- Ah, mas tu és. - Ela levantou-se e caminhou lentamente em direcção à estante. Toda a sua atenção estava sobre ela. - E tu não tens que ceder à tentação, sabes? Para alguém que possui todo e total controlo, tem problemas em ceder à tentação.

Num segundo ele estava do outro lado da sala, fixando-a contra à estante antes mesmo que ela pudesse dizer algo mais. - Tu és a única coisa que me tenta. Por favor, não acho que qualquer outra forma de sedução me faça perder o controlo. - Damon olhou profundamente para ela. Ela sentiu a sua respiração sobre a pele e ela esperava por uma segunda rodada, mas quando ele puxou um livro da prateleira e o estendeu para ela, ela sabia que não havia qualquer chance.

- Eu acho que tu vais desfrutar desta peça de literatura. - Ele sorriu e se afastou deixando um espaço entre eles. Elena agarrou o livro sem luta, mas com um pouco de beicinho. Damon passou os dedos pelo cabelo de novo e partiu para a sua mesa.

Encontrando-se confortável em uma pequena cadeira de couro preto ao lado da estante, Elena descuidadamente observava-o por trás do livro. Ela não tinha ideia do que tratava o livro que ele lhe dera. Tudo no que realmente ela se poderia concentrar era ele. Cuidadosamente, ela estudou-o. A sua testa se vincava a cada momento que ele estava muito concentrado em alguma coisa. Ele nunca se debruçava sobre o seu trabalho como a maioria das pessoas. Em vez disso, ele sempre estava calmo e relaxado quando ele se sentava na sua cadeira e se arrastava sobre pilhas de papéis. Em seguida, houve a forma como ele tocava o seu lábio inferior enquanto ela conseguia perceber que isso era um hábito dele quando tinha que considerar as suas opções. O seu dedo indicador tocava e acariciava-o uma e outra vez, deixando-a querer beijar aqueles lábios macios. Mesmo a trabalhar ele era inegavelmente de tirar o fôlego.

- É rude olhar fixamente. - Damon levantou a sua voz enquanto ele lia sobre algo numa pasta de papel pardo.

- Eu estou admirando. - Ela respondeu sentindo calor nas sobrancelhas. Os seus olhos nunca deixaram os papéis, ainda assim como ele sabia que ela estava a olhar para ele?

- Eu estou quase a terminar. E vou levar-te para casa. - Ele escreveu alguma coisa, e de seguida empilhou as pastas juntando-as a outras mais.

Elena fechou o livro. - Ok.

Ela desejou ter algum comentário espirituoso em troca, mas em vez disso tudo o que pôde murmurar foi um ok. O pensamento de ter de se despedir dele sempre a punha triste. Ela queria estar com ele mais do que deveria. Ela queria que ele ficasse em vez de ir pela noite escura. Ela queria que ele rasteja-se para a sua cama, e se deixasse cair no sono ao lado dele, mas ela sabia que não deveria esperar por isso. Damon era desse tipo de afago. Ele era algo muito diferente disso.

Tentando esconder a decepção, Damon se levantou da mesa e foi até um pequeno frigorífico. Ele se baixou e discou um número de quatro dígitos que o desbloqueou de imediato. Porque um frigorífico precisava de código? Era um pouco estranho, mas quando ele o abriu ela entendeu que esse era um frigorífico para as suas necessidades especiais que deveriam ser fechadas a sete chaves. Damon tirou um saco cheio com uma substância vermelha escura profunda. Os seus olhos se abriram quando ele arrancou o tubo preso nele e recolheu um copo. Quando ele se voltou, ela sabia que a sua nova forma não estava mais escondida dentro dele.

- Eu preciso de me alimentar. - Ele afirmou num tom baixo. 

Por um momento, ela estava presa. O seu corpo não se movia. A visão dele a derramar sangue sobre um copo para depois o consumir, assustava-a. No entanto, ela entendia que ele precisava e que era melhor do que sugar alguém durante a noite. Ela só desejava que ele não precisasse disso na totalidade. Em certa forma, ela desejava que ele fosse humano. De repente, ela sentiu-se culpada por tal pensamento. 

Damon continuou a derramar sangue frio no copo até que a última gota fosse libertada.

- Eu posso ajudar nisso. - Elena falou e levantou-se da cadeira.

Os seus olhos seguiram-na quando ele baixou o copo. Elena moveu-se lentamente e com cautela em direcção a ele. Ele não era mais o divertido e sexy Damon, ele estava em vias de se tornar o psicótico, vampiro Damon.


Fifty Shades of Salvatore (PT-PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora