Capítulo 23

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"Porque é que tu não és como as outras?" Ele estalou empurrando Elena para fora do seu colo debruçando-se sobre o lado da cama. "Por favor, não te mexas!"

Obedecendo ao seu pedido, Elena sentou-se sobre a cama olhando para ele com desconfiança sabendo que ele ainda estava a usar a sua máscara. Ela esticou os olhos para ver o seu rosto quando ela avistou a sua silhueta. Os dentes brancos pontiagudos ainda estavam presentes na sua boca e ele irritou-se com o seu desejo permanente de se querer alimentar dela. Será sempre assim quando ele estiver perto dela? Teria de ser assim, para sempre? Elena estava a começar a entender enquanto o observava à distância. Ele era um caçador. Ele era um predador. Para ele sobreviver à vida que levava ele tinha de se alimentar. Mas ela não estava disposta a sacrificar a sua pele não perfurada para ele, pelo menos ainda não.

"O que queres dizer, com as outras?" Ela murmurou cruzando as mãos sobre o colo.

Um bufo escapou dele e ele levantou a cabeça ficando em linha recta. Os seus olhos caíram sobre a sua pele macia nas suas costas. Essa parte estava intocada, leve e suave. Mesmo essa parte dele era linda. Elena queria estender a mão e tocar-lhe. Queria permitir que os seus dedos tocassem a trilha da sua espinha.

"Merda, Elena, acalma-te!" Damon gritou entre respirações curtas. O seu corpo estremeceu com o tom forte, e ela apertou o seu corpo. "O teu coração está a bater tão rápido que eu consigo ouvi-lo daqui!"

Ela queria desculpar-se, mas sentiu que não era necessário. Não era culpa dela, que ele a fizesse sentir assim. Ele era o único capaz disso. Ele foi quem fez o primeiro movimento, e foi ele quem terminou o momento excitante. "O que queres dizer com as outras?" Ela falou uma vez mais, deixando escapar livremente a sua curiosidade.

"Quando vieste ao meu escritório, eu pensei que fosses o partido perfeito. A forma como agias, inocente e instável, e ainda assim eu conseguia ver esse lado atrevido em ti" ele recordou a sua primeira memória juntos. "Eu pensei que fosses a tal. A minha próxima vítima."

"Vítima?" Ela perguntou ao ouvir aquele termo tão humilhante. É assim que ele a via? Vítima?

"Eu tenho a tendência de me alimentar apenas de mulheres bonitas, Elena. E tu estás para além de bonita." Damon continuou o seu pensamento e virou-se para a encarar. A sua máscara tinha desaparecido. Ele estava de volta ao seu lado perfeito, ao seu lado normal. "Eu obrigo-as a desfrutar da minha sede de sangue. Eu obrigo-as a a fazer o que eu sinto que é necessário para me satisfazer plenamente."

"É isso o que queres para mim? Tu queres que eu queira que me mordas?" A voz de Elena balançou, mas desta vez ela não se calou. Mesmo no horror da verdade sobre Damon Salvatore, ela queria saber mais. Fugir só iria piorar as coisas.

Damon balançou a cabeça e a expressão facial dele tornou-se doce. "Eu queria. Eu ainda quero, mas algo em ti é diferente. Tu não és como as outras."

"Tu acabas por..." Ela parou o seu pensamento. O temor dessas vítimas que pertenciam a Damon assustavam-na.

"Eu magoou-as? sim..." Ele estava a compartilhar com ela tudo que o que ela estava a pensar sem dizer. "Mas eu não as mato. Uma vez que eu fico aborrecido, e que elas já não me trazem qualquer tipo de satisfação ou excitação, eu obrigo-as a esquecer-me e tudo o que aconteceu."

"E o que dizes quando estás com elas? Será que elas compreendem o que está a acontecer?" Ela falou.

"Sim, elas compreendem. Mas, não ousariam dizer uma única palavra a alguma alma." Damon disse numa voz sombria.

"Porquê?"

"Porque eu lhes digo para não o fazerem." O seu tom sarcástico apareceu.

Elena respirou longa e profundamente, e em seguida exalou. Ela estava a tentar entender a sua forma estranha de ser quando se tratava de se alimentar. Se ela era a sua possível próxima vítima, então quanto tempo ele teria sem se alimentar? Talvez fosse por isso que ele estava sempre tão cheio de raiva e luxúria quando estava ao seu redor. Damon estava com fome e ansiava pelo sangue dela.

"Então, deixa-me ver se eu entendi, se não fosse o que quer que te está a prender, eu seria a tua próxima vítima?" Ela engoliu em seco e olhou para ele. Damon não respondeu mas os seus olhos azuis frios como a sua alma confirmaram a sua pergunta. "E sendo a tua vítima, tu precisas de te alimentar de mim."

"Olha" Damon levantou-se e olhou para ela. "Eu quero morder-te, eu realmente desejo isso. Eu quero controlar tudo o que fazes ao meu redor e mais alguma coisa se for preciso. No entanto, o facto de existir algo em ti que me diz para não o fazer, está a deixar-me louco."

A raiva estava a acumular-se dentro dele. Era uma questão de controlo. Não era só o facto de ele estar com fome, mas tudo se resumia ao controlo. Ele gostava de poder compelir as pessoas, especialmente as escolhidas também conhecidas como as suas vítimas. Mulheres bonitas, que caiam de joelhos e faziam o que quer que ele lhes pedisse. Ela não tinha a certeza se realmente gostava da ideia de tudo isso.

"Elena, eu não posso ficar longe de ti." Ele proferiu. " Eu vim aqui para dizer-te isso, antes de te encontrar correndo porta fora em pânico sobre Caroline e o que pensas-te que eu tinha feito. Eu quero que isto funcione. Eu quero que me aceites e que estejas disposta a aceitar o que eu quero fazer contigo."

"Eu não sei." Elena tornou-se hesitante perante a ideia de ele provar o seu sangue.

"Eu prometo que nunca te vou compelir, nunca te iria obrigar a nada. Eu prometo que se aceitares eu nunca te irei pedir para fazer algo a menos que tu queiras." Ele ajoelhou-se e agarrou a mão dela. O seu toque enviou uma espiral de sensações eléctricas, através dela. Ela queria afastar-se porque sabia que ele podia facilmente influenciar a sua decisão. No entanto, ela perdeu-se nas suas palavras enquanto ele falava. "Eu prometo que podemos ir lentamente, enquanto me prometeres que eu posso partilhar tudo de mim contigo."

"Tudo de ti? O que queres dizer com isso?" Ela perguntou cautelosa.

"Quero dizer, que me deixes morder-te" Damon respondeu. "Deixa-me provar-te e em troca tu poderias fazer o mesmo."




Fifty Shades of Salvatore (PT-PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora