Fifty Shades of Salvatore (PT-PT)

Capítulo 27

Perdida nos seus olhos azuis e no interior daquela casa, Elena não sabia por onde começar.

 Com perguntas ainda rodando no seu interior e o pensamento inadequado pulando por cima delas para ele estava tudo a misturar-se numa bela confusão. Ela estava presa ao chão com cola imaginária e não se podia mover.

Damon inclinou a cabeça um pouco e balançou os ombros quando ele deu passo para mais perto dela deixando-a sentir o seu cheiro. O cheiro dele estava a aquecê-la ela queria guardá-lo para sempre. Ele deu outro passo e passou a mão contra a manga da sua camisa. "Senhorita Gilbert, eu disse que não conseguia ler mentes." A sua voz foi baixa perto do seu ouvido.

"O que queres fazer?" Ela perguntou tentando não deixar a sua voz tremer. "Tu trouxeste-me cá. É aqui que termina o teu plano?"

"É muito engraçada senhorita Gilbert" Damon riu enquanto circulava em seu redor. Cada cabelo do seu corpo estava de pé. A adrenalina instantânea pulsava pelas suas veias enviando uma surpresa de boas vindas das ondas de calor correndo através dela. "Eu gosto disso"

Calafrios afastaram as ondas de calor quando Elena o sentiu afastar os seus cabelos expondo a pele da sua clavícula. Ela queria confiar nele e estupidamente ela o fazia, mas algo ainda a assustava, como ele sabia que ela ansiava pelo seu cheiro, ela sabia que ele ansiava pelo seu sangue. Cegamente ela estava a ser conduzida por uma estrada de incerteza.

"Anda comigo" Ele disse mais como um pedido do que uma sugestão. Elena seguiu-o enquanto estudava as suas costas esculpidas que agora eram visíveis através da sua camisa justa de algodão preto. A jaqueta de couro não estava mais lá e agora ela admirava a sua forma física.

Merda!

Os seus olhos foram desviados quando eles entraram numa sala de tecto alto forrado de parede a parede com estantes. Mais de mil livros deveriam encher aquelas prateleiras. Ela estava em êxtase quando ela examinou cada polegada perguntando-se como era possível alguém adquirir tantos livros, mas depois lembrou-se do pequeno segredo de Damon. Ele divagava pela terra à um longo período de tempo e alguém como ele teria intermináveis dias para gastar com leitura e obter uma colecção como essa.

O piso mergulhava com dois degraus que levavam a uma área comum ocupada por dois sofás de couro marrons oxidados com duas poltronas a para condizer. A mobília estava em um excelente estado e ainda assim mantinha a aparência antiga.

E assim tal como ela esperava, cortinas escuras cobriam do tecto ao chão três janelas mal deixando um raio de sol entrar. Ela queria desesperadamente abrir uma delas e deixar entrar a luz.

"Divertida senhorita Gilbert?" Ele perguntou de pé no centro vazio da sala.

Elena desceu lentamente até ao tapete creme para o encontrar. "Isto é lindo" As palavras escaparam-lhe sem fôlego e os seus olhos finalmente caíram sobre ele. Ele curvou o seu sorriso torto.

"Tu deverias ver o resto da casa" Ele disse num tom tímido. "Mas, por enquanto eu gostaria de conversar."

"Conversar?" Elena levantou uma sobrancelha em direcção a ele com desconfiança.

"Sobre um acordo" Damon sentou-se sobre o grande sofá marrom e deu uma palmadinha no assento ao lado dele gesticulando para que ela se sentasse.

"Desculpa, eu não tenho a certeza se entendi." Ela murmurou e deslizou as suas costas contra o couro frio e encarou-o.

O seu braço estava descansando sobre o topo do sofá a apenas umas polegadas, talvez centímetros de distancia do seu ombro. Ele batia os dedos ritmicamente no couro fazendo-a ficar ansiosa. "Tu sabes o que eu sou, e ao contrário das mulheres que normalmente têm relações comigo, eu obrigo-as a esquecer ou manter segredo por enquanto. No entanto, eu concordei em não fazer isso contigo, por qualquer razão que eu ainda não posso definir. Eu quero ter a certeza que tu não vais contar a ninguém sobre o que sou para qualquer um em qualquer condição."

"Eu pensei que já te tinha dito que não iria dizer nada." Elena disse balançando a cabeça.

"Eu sei" Ele respondeu inclinando a cabeça um pouco para baixo e dando-lhe uma boa visão dos seus olhos azuis. "Eu acredito em ti. Mas há algo mais."

Alcançando atrás dele, Damon retirou um documento com espessura entregou a ela. Elena agarrou-o e forçou a rugas na sua testa a aparecer. Na frente do documento podia ler-se Acordo de não divulgação Salvatore.

"O que é isto?" Ela perguntou as páginas abertas apenas ligeiramente e em seguida olhou para ele.

Damon parou de tocar os dedos e tocou no cabelo dela. Ela estremeceu com o seu toque, mas não foi uma arrepio de terror mas sim um arrepio de desejo. O seu toque selvagem tinha algum efeito sobre ela.

"Elena, todas as minhas mulheres assinam isto." Ele falou baixinho e acariciou os seus cabelos. "Ai escrito está o que eu espero desta relação. O que eu espero de ti, o que espero que faças e mais algumas coisas."

"Eu não entendo. Porque as fizeste assinar se elas acabam por se esquecer de ti e de tudo o que tu és?" A sua pergunta era plausível.

"Elas não se esquecem completamente. Desculpa-me se eu não fui totalmente honesto antes." Damon deixou o seu sorriso cair numa linha dura no seu rosto. "Como vês eu estou a tentar desvendar tudo à medida que avançamos. Eu não quis revelar tudo de imediato."

"Ok?" Ela não parecia convencida. Damon elevou a outra mão e agarrou a dela. O seu toque novamente acendeu alguma força dentro dela. Esquece o documento, esquece todas as perguntas imortais a que ela tanto querias as respostas, mas ele deu só um olhar que lhe disse para esperar.

"Elas não esquecem tudo porque eu não quero que esqueçam. Eu não quero arrancar uma parte da vida delas completamente." Ele explicou. Elena mordeu o lábio inferior ouvindo e perguntando-se o que ela lembrariam exactamente. No mesmo instante, Damon respondeu ao pensamento não dito.

"Elas lembram-se de estar comigo e as coisas que fizemos, tudo o que se encontra no reino da humanidade. Tudo o resto, como a minha alimentação e o facto de eu ser um vampiro é apagado. Eu não as posso ter a vagar pelas ruas com isso." Damon riu para si mesmo encontrando diversão na explicação do seu estilo de vida. "Mas elas lembram-se também que não podem contar a ninguém o que tínhamos ou..."

"Ou..." Elena repetiu e ansiava por saber o que aconteceria se de alguma dessas "vítimas" saísse do seu transe e espalhasse a verdade.

"Vamos apenas dizer que a vida é curta para elas." Ele não vacilou na sua confissão.

Alarmada, Elena engoliu em seco e apertou a sua mão em torno do documento. "Quer dizer, que tu as matas?" Ela levantou os olhos para encontrá-lo com a boca ainda pressionada numa linha e as mãos acariciando os seus próprios cabelos.

"Sim" Ele responde. "Mas eu não desejo isso para ti. Eu não quero isso. Eu não me poderia imaginar a fazer isso contigo."

"Porque eu sou diferente?"

O sorriso sedutor e brincalhão reapareceu. "Tantas perguntas, senhorita Gilbert. Eu não sei se alguma vez vou ser capaz de responder a cada pergunta que aparece nessa tua linda cabecinha. Mas, eu não sei porque é que o és. Mas és."

"Ok" Elena sussurrou e baixou a cabeça.

"Hey" Damon levou a mão que estava no seu cabelo e ergueu o queixo. "Por favor, eu não te quero assustar com tudo isto. Eu realmente gosto muito de ti, Elena. Eu quero que isto funcione. Eu quero que tu queiras que isto funcione. E eu entendo se não quiseres."

"Tu vais-me compelir se eu decidir que não quero isso? Vais fazer-me esquecer?" Ela perguntou sentindo medo e ela estava um pouco trémula.

"Sim."

Respirações desencontradas escaparam dela e ela soltou a mão dele. Ela olhou de volta para o documento. Este homem, Damon Salvatore era realmente algo mais. Na superfície, ele era um homem belo e rico que poderia ter tudo a seus pés, mas por baixo de tudo isso, ele era verdadeiramente fodido. Muito fodido na verdade.

"Por favor, lê o documento. Eu posso responder a qualquer pergunta que tenhas sobre ele." Ele não era mais brincalhão, mas sério. "Por favor, Elena. Eu vou-te deixar dar uma vista de olhos. Eu tenho de tratar de uns negócios. Eu estarei no meu escritório."

Ele deu um beijo na sua testa deixando-a ali no meio de uma quente confusão.