5 - Noiva

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Ouvi a porta do quarto sendo aberta e senti o corpo de Guilherme se afastando do meu na cama. Ouvi uma conversa baixa sem entender realmente e quando abri os olhos lentamente à primeira coisa que vi foi Ramon sentado ao meu lado na cama. Segurei a respiração e sentei na cama olhando para mamãe encostada na porta. Assim que me viu sentada ela se dirigiu até onde eu estava e sentou no exato lugar onde Ramon estava a um segundo atrás.

- Desculpa acordar você. – disse afagando as cobertas sobre as minhas pernas. – Vim apenas avisar que estou indo trabalhar.

- Tudo bem. – concordei quando ela me deu um beijo na testa e levantou saindo do quarto.

- Você descansou? – perguntou Guilherme quando mamãe já não podia mais nos ouvir.

- Sim, estou me sentido bem melhor.

- Com fome, talvez? – perguntou fazendo aparecer uma bandeja cheia de comida sobre o meu colo.

- Com essa visão não teria como não ficar. – falei atacando as torradas com geleia na minha frente.

- Achei mesmo que você iria estar. – riu pegando um pedaço de maça para si.

- Acho que não temos nada programado para hoje, certo? – perguntei assim que estávamos satisfeitos com o café da manhã.

- Eu estava pensando em algo. – respondeu entrelaçando nossos dedos e fazendo a bandeja sumir do meu colo.

- No que você pensou? – perguntei deitando no seu colo.

- Eu me lembrei de uma promessa que você fez há um tempo e não teve tempo de cumprir.

- Promessa?

- Sim. Você me prometeu passar uma manhã inteira comigo na cama e ainda não tivemos a oportunidade de fazer isso.

- Eu acho uma ótima ideia. – falei me inclinando para tocar seus lábios com os meus.

- Você não imagina quanto eu senti falta de você. – murmurou me puxando para baixo do seu corpo e beijando todo o meu rosto.

- Eu posso imaginar. – sussurrei em resposta correndo minha mão por baixo da sua camiseta sentindo os músculos das suas costas.

- Deveria ter sido desse jeito ontem. – disse abaixando os lábios para os meus.

Eu entendi o que ele quis dizer. O modo como havíamos feito sexo ontem tinha sido uma forma tão urgente, tão sem delicadeza, que naquele momento que estávamos parecia que eu poderia quebrar a qualquer momento sob suas mãos. Foi como da primeira vez em que transamos. Sem pressa, com tanto amor que meus olhos chegavam a se encher de lágrimas.

A mão dele percorria meu corpo se nunca o tivesse tocado. Seus lábios eram tão gentis que me fez sentir que a qualquer momento eu me desfaria em pó. Senti toda a minha mente nublar e só conseguia me concentrar na sensação do corpo dele no meu. Quando os dois estremeceram juntos, eu senti como se estivesse no céu. Deitei minha cabeça no seu peito e deixei que ele corresse a ponta dos dedos pela extensão das minhas costas,

- Guilherme. – sussurrei seu nome fazendo-o abrir os olhos.

- Sim?

- Vamos ficar aqui para sempre. – pedi e levantei o rosto para ver seu sorriso.

- Vamos. – concordou e beijou minha testa.

- Estou falando sério. – disse colocando a cabeça sobre seu peito e ouvindo o som do seu coração.

- Prometo que quando estivermos casados vamos ter varias manhãs assim. – disse correndo as mãos pelos meus cabelos.

- Vou cobrar isso.

Coração de Sangue - livro 2 da série Coração AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora