10 - As notícias correm

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Após jantar na mesa com todos exceto Guilherme, me retirei apressada e corri para o quarto, trancando-me lá. Fiquei deitada na cama apenas ouvindo enquanto todos os passos se dirigiam para seus respectivos quartos e então o som das portas fechadas. Esperei dez minutos depois de ouvir a última porta fechar.

Levantei e abri lentamente a porta procurando por alguém no corredor. Não havia ninguém. Comecei a sair do castelo em silêncio e quando passei pelos guardas um deles me parou.

- Alteza. – chamou entrando na minha frente e impedido que eu continuasse a andar.

- Sim?

- A senhorita não devia estar a esta hora fora do castelo. É perigoso.

- Estou apenas querendo pegar um pouco de ar.

- Bem, se, Vossa Alteza, me permitir, a acompanharei enquanto estiver aqui fora. – disse dando um passo para o lado e indicando o caminho com a palma.

- Oh, não precisa. – dispensei passando por ele.

- Eu insisto, Alteza. – afirmou andando dois passos atrás de mim.

Rodei por um tempo pelo jardim sendo seguida pelo guarda sempre dois passos atrás. Eu precisava me livrar dele, mas havia outros milhões de guardas envolta. Mesmo que eu conseguisse me livrar desse, outro me impediria de cruzar o portão. Então, apenas disfarcei por um tempo e depois voltei para dentro do castelo.

Eu não sabia exatamente como iria fazer para ir encontrar Declan e Guilherme, mas eu tinha que dar um jeito. Olhei as portas fechadas da biblioteca e me dirigi para lá. Eu tinha que pensar em algo. Todo o castelo estava cercado de guardas, eu não conseguiria sair dos muros do castelo sem ser vista. Eu poderia me transportar com magia, mas não sabia se iria funcionar.

Meu corpo parecia estar com quase nada de magia desde que havia morrido. Era como se junto com sangue meu corpo tivesse jorrado minha magia para fora. Porém, era essa a única opção. Levantei-me da cadeira que havia sentado perto da janela e respirei fundo. Era como me preparar para uma maratona. Meu corpo estava agitado e minhas mãos tremiam de leve, então, fechei os olhos e fiz.

Apareci um pouco desequilibrada no meio da pequena cabana e senti Guilherme me pegar antes que eu desabasse no chão. Ele me sentou em uma das cadeiras desconfortáveis e se afastou para pegar um copo de água que colocou em minhas mãos.

- Obrigada. – agradeci depois de beber um pouco de água e depositar o copo vazio sobre a mesa.

- Você está bem?

- Estou. – assenti e levantei. – Está mais complicado fazer magia depois que voltei.

- Posso entender isso. – concordou dando de ombros e sentando no lugar onde antes eu estava. – Por que não veio a cavalo?

- Eu tentei. – respondi ajoelhando ao lado da cama e afastando os cabelos de um Declan adormecido do seu rosto. – Como ele está?

- Gostaria de dizer bem, mas está na mesma. As tosses pioraram.

- O que podemos fazer para melhorar? – perguntei virando para Guilherme.

- Não muita coisa, eu acho.

- Não podemos simplesmente tirar isso de dentro dele? Com magia.

- Não é assim que funciona, Alie.

- Eu sei. – concordei virando novamente para o meu ex-marido e pegando sua mão gelada. – Ele parece novamente como estava em Squamaeigrae.

- Ele está apenas dormindo. Respirar exige muito do corpo. – Guilherme se aproximou e tocou meu ombro. – Alie, eu posso entender algumas coisas de magia medicinal, mas não sou nenhum especialista, não posso garantir para você que o manterei vivo ou que ele se recuperará bem a qualquer momento.

Coração de Sangue - livro 2 da série Coração AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora