Capítulo 9 - Elsa (revisado)

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Nota da autora:

Oi, pessoias! Novamente aqui alguns comentários fazem parte da antiga versão que eu mudei umas 51484163 vezes (mas valeu a pena cada palavra porque eu ainda dou risada quando leio).

Envolvia Jack e Elsa terem feito coisas que adultos fazem, porém eu achei que tirava um pouco a essência dos personagens, então decidi remover o ato completamente e dar um motivo diferente pros acontecimentos seguintes (não se preocupe, eu não descrevo cena hot então você não perdeu nada). Espero que entendam ♥

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Estava escuro e frio. Frio? Eu não sabia se o sentia, mas sentia dor. Não vi direito o que fizeram comigo, talvez tenham tentado me derreter, mas meus poderes eram fortes e me mantiveram viva. Isso foi tão bom quanto ruim, não queria ter sobrevivido para ser torturada, preferia ter poderes não tão poderosos e evaporado de uma vez.

Elas não conseguiram o que queriam, estavam insatisfeitas e voltariam para me machucar de novo até que eu não aguentasse mais. Eu insistia em ter esperança de que poderia sair dali e encontrar Jack para fugirmos. Jack...

O que teriam feito com ele? Parecia um pesadelo sem fim, não conseguia me mexer, mas eu precisava fazer alguma coisa, tatear até encontrar qualquer coisa que mostrasse onde estou. Gemi enquanto tentava me apoiar em um braço para me sentar. Não fui capaz, então tateei o chão áspero preguiçosamente e esbarrei em uma outra mão, me afastei rapidamente.

— Fique quieta, querida. Assim não vai se recuperar. - a voz feminina me assustou. Não era forte e melosa como das fadas que me torturaram, era calma, graciosa e fria.

— Quem...? - tentei sussurrar o final da frase.

— Shh, descanse...

O chão era duro e nada estava confortável, cheguei a pensar que estivesse zombando de mim. Senti que passou a mão em minha testa e então adormeci.

Você nasceu para a natureza, para o inverno. Eu vivi com as fadas desde que nasci para o inverno, então fugi, cresci e aperfeiçoei meus poderes. Elas me encontraram de novo e me capturaram. Fiquei sabendo de seu nascimento e tentei fugir para encontrá-la e levá-la comigo para que pudéssemos, juntas, tornar o inverno mais belo. Não te conheci, mas sempre a considerarei minha filha.

Agora é sua vez de criar um guardião.

Algumas de suas palavras se repetiam na minha mente e eu tentava entender quem era ela.

Que guardião eu deveria criar? Como faria isso?

Despertei novamente, agora com a cabeça em algo macio. Havia luz também, uma vela no meio daquele pequeno quadrado rodeado de paredes sem portas ou janelas. Eu preferia não ter visto onde eu estava, aquilo me sufocou, tive vontade de gritar, mas tudo o que consegui foram lágrimas.

— Não chore. Você logo sairá daqui. - a voz tornou a falar, dessa vez, acima de mim, eu estava em seu colo. Era uma bela mulher com rosto jovem e cabelos brancos como a neve, à luz da vela seus olhos pareciam ser totalmente brancos, mas eram prateados e acolhedores. Ia perguntar novamente quem era ela, mas não foi preciso, ela parecia adivinhar tudo. - Eu sou a Rainha do Inverno. Você e Jack Frost são os primeiros de muitos que deveriam ter nascido. A guerra das estações começou há séculos, hoje brigamos pelo domínio sem lembrar a verdadeira causa de tudo.

— Você sabe como começou?

— Bem... comigo. Eu era uma entidade sem corpo, até que consegui consciência suficiente para me materializar como um bebê. As fadas já nasciam através de raios solares e se ofenderam com minha chegada. Jack Frost foi escolhido pela Lua e você...

— Você tem alguma ideia de onde Jack pode estar?

— Ele ainda está aqui... posso sentir, mas sua alma está muito longe.

— Mas... ele está vivo? - ela confirmou. Precisava muito de Jack, eu tinha que tomar forças e fugir.

— Não há como sair, quanto tempo acha que estou aqui?

— Hm...

— Exatamente, já tentei de tudo.

— Somos duas agora, temos mais poder. - ela negou, era tão negativa quanto sua temperatura.

— Terá que esperar. Não há lugar melhor para o guardião nascer do que aqui.

— Nascer? Mas como...?

A Rainha do Inverno me olhou bondosamente como se eu fosse tola.

— Ele está em você, querida.

— Em... mim...? Não. O que quer dizer com isso?!

— Você dará a luz a ele.

— Isso é impossível, eu e Jack nem chegamos a esse ponto, eu não tenho como...

— Você já criou semi vidas antes, com consciência própria, não é? Alguns bonequinhos de neve. Este que você carrega é uma vida completa porque Jack Frost a ajudou a criar. Apenas pelo que sentiram e desejaram.

— Não desejamos ter um bebê... Isso é absurdo...

— Pode ser. Mas o novo guardião já existe dentro de você.

Comecei a chorar de novo, sem conseguir pensar qualquer palavra sobre aquilo.

Não era possível que passaríamos tanto tempo presas ali. Eu sentia fome e duvidava que a rainha tivesse mais que uma refeição por século. Ela passou a mão pelo meu cabelo e aquilo fez com que eu me sentisse um pouco melhor.

— Como você não enlouqueceu aqui?

— Eu me desliguei do mundo, entrei em coma por vontade própria. - Pensei na possibilidade, mas eu não queria isso.

Passamos horas ali em silêncio, minhas dúvidas acabaram e a rainha parecia séria demais para querer conversar. Eu estava quase dormindo de novo quando surgiu uma fenda na parede que foi se abrindo cada vez mais e a claridade ofuscante invadiu o quarto.

Duas fadas entraram. Vieram me pegar. A rainha me segurou firme e estendeu a mão em um gesto que estalagmites de gelo surgiram do chão bloqueando as fadas.

— Hoje, não, amarelinhas. - As fadas se entreolharam, não eram pontinhas afiadas que iriam impedi-las.

— A Majestade da frieza talvez queira acompanhar Elsa. - disse uma.

— Nossa Majestade não gostará disso. - respondeu a outra.

— Então o que faremos? - a outra sorriu maliciosamente e estalou os dedos.

A rainha pegou fogo e começou a gemer, dava pra ver que aquilo não doía tanto quanto em alguém normal, pois já estaria gritando. Mas eu gritei em seu lugar, pedi que parassem e me afastei para não me queimar também. As estalagmites desapareceram e as fadas vieram até mim e me agarraram. Eu ainda estava fraca demais para lutar, fui levada ao outro cômodo, onde começariam tudo de novo. Mas agora eu entendia o que elas estavam fazendo. Queriam tirar o novo guardião de dentro de mim.

A Rainha e o GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora