Sem Revisão!
Assim que entro em meu carro, uma BMW X5 branca, coloco a chave na ignição e lembro que devia ter pego a pasta de projetos. Só queria ir para casa logo, Rebecca chegaria em duas horas na cidade, ela vai surtar se eu não estiver no aeroporto para leva-la para casa. Volto apressado para dentro do prédio, sendo abordado na porta do elevador pela Susan, a recepcionista da portaria, avisando que a moça com um bebê que estava próximo a sua mesa, queria falar comigo. Não conseguia imaginar o motivo da conversa, no instante que a vi, com um comportamento nervoso de mexer as mãos, percebi que não era nada relacionado ao trabalho, ela não tem nem um pouco cara de que tenha porte de armas ou esteja interessada em um helicóptero com rastreador e mira automática para caça. A presa de ir embora quis sobressair, mas a curiosidade fez com que pedisse que me acompanhasse até o meu escritório. Quando ela disse que queria falar em particular, minhas certezas de não ser sobre trabalho se comprovou, falando ela parecia mais nervosa ainda.
No elevado a moça ficou mais estranha ainda, parecia estar hiper ventilando, devia ser claustrofóbica, assim que saímos do elevador ela parece relaxar um pouco, mas estava andando tão distante de mim que tive que abrir minha porta do escritório e esperar até que chegasse até ela. Pedi que ocupasse a cadeira em frente à minha mesa e a partir daí acredito que a minha cara de perdido devia estar se igualando a dela. A moça era linda e de alguma forma me parecia muito familiar, mas devia estar louca, eu nunca cometeria o descuido de engravidar uma quase desconhecida.
Eu não poderia ser pai daquela criança! Podia sentir que ela acreditava cegamente que eu era o pai, por isso entreguei meu cartão para ela, encostado na parede mais distante observo ela dar mamadeira para o bebe rosado e franzido, procurei algo na criança que dissesse que não teria como ser meu filho, mas era muito pequeno para parecer com alguém, não descobriria nada assim.
Mais do que nunca, queria ir para casa e organizar meus pensamentos, como em questões de minuto eu posso ter me tornado pai? Estava tudo sobe controle em minha vida. Pai, é isso que essa moça quer que eu acredite, que eu sou pai. "Pai", essa palavra soa estranho agora. Meio desorientado, mas tentando não transparecer, saio novamente do prédio com a moça aflita empurrando o carrinho lentamente. A criança parecia bem cuidada e calma, se for meu filho mesmo, que tenha sido bem cuidado nos seus dois meses de vida sem mim, nunca se quer cogitei em ter pensamentos paternais, mas nesse momento já estou anojado com a mãe dele, se for verdade teremos uma conversa muito séria, é uma inconsequente, nem aqui está para enfrentar essa situação de frente, Lena, a moça tremula, não parece de mal índole e muito menos afim de estar aqui agora.
Me senti na obrigação de leva-la para casa, ela disse que iria de ônibus e metro, não sou ninguém importante e muito menos jogo dinheiro para cima, mas faz muito tempo que não ando em um ônibus e não consigo pensar nela e no bebê tendo que passar por isso, nós dois estávamos meio distraídos e nervosos, seria melhor garantir que chegaria bem em casa, não tenho certeza de nada, pode ser somente uma interesseira e está me enganando direitinho com a cara de boa moça, mas no fundo me senti no dever de ajudar. Foi um pouco complicado convence-la, mas acabou cedendo e aceitando a carona, o clima no carro era pesado e ambos tentávamos evitar de se olhar, tentei tirar mais algumas dúvidas que estavam me corroendo, mas ela era inexpressiva e super esquiva. E de alguma forma ainda parecia apavorada como estava no elevador, claustrofobia até em carros?
Após garantir que chegaram em segurança em casa, fiquei uns minutos parado em frente ao seu prédio sem saber o que fazer, deixando a realidade me absorver. Faltava mais o menos uma hora para buscar a Rebecca, lembrava que tinha um hospital a 20 minutos de onde me encontrava, estava na direção oposta da minha casa, mas como iria direto para o aeroporto, esse hospital se encontrava no caminho, melhor marcar sem a Rebecca em meu encalço, ainda não sei se vou contar para ela.
O laboratório ficava em uma área externa do hospital e afastada do agito, o silencio quando entrei fez com que meus pensamentos parecessem altos até para mim mesmo, marquei para o outro dia as 10:30 o teste de paternidade, fui alertado que se meu nome não estivesse na certidão e fosse um menor de idade, deveria ter o acompanhamento do responsável legal e autorização. Que a mãe dele que venha amanhã, quero esclarecer isso o quanto antes, vou deixar avisado sobre os documentos que precisa levar e que o responsável pela criança tem que estar presente.
Segui para o aeroporto o mais rápido que as rodovias permitiam, consegui chegar com uma folga de 15 minutos, o voo tinha atrasado um pouco, sentei em uma cafeteria próxima do desembarque e assim que levei meu café aos lábios sinto meu celular vibrar, vejo que é um número desconhecido. Deve ser a Srta. Meyer, pedi que me ligasse em 2 horas. Sua voz ao telefone era suave e bem melhor na dicção. Foi uma conversa breve, só passei as informações necessárias e desliguei.
Uns minutos depois estava no desembarque distraído no celular, avisando que não iria trabalhar no período da manhã, quando sinto braços em volta do meu pescoço quase me derrubando, não sei como um ser tão pequeno pode ser tão animado e forte.
— Ah você veio me buscar. — Rebecca diz me soltando do seu abraço. — Achei que meu irmão que só ama o trabalho estaria ocupado demais para mim. Sabe que posso ficar em um hotel essa semana, não precisa me levar para sua casa.
— Claro que vai ficar em minha casa — Digo pegando a mala dela para sairmos dali. — Dona Lauren comeria meu rim se eu te deixasse solta aqui.
— Sabe que mamãe comeria seu rim se te ouvisse chama-la de Dona Lauren. — Ela diz rindo e entra em meu carro no banco do motorista. — Lembra que já sou maior de idade e posso muito bem ficar em um hotel apreciando a hidromassagem que não tem na sua casa. Falei para pôr uma igual à do hotel lá, você não quis.
— Maior de idade, mas meu deus, só se mete em furada. — Solto sua mala no banco traseiro e abro a porta do motorista. — Pode sair daí! Está louca se acha que vou deixar dirigir meu carro, não esqueci que você bateu o outro e tive que comprar esse.
Minha irmã tem 22 anos, ela é ótima, cativante, engraçada e a animação dela contagia as pessoas, mas quando quer é um furacão também. Temos 5 anos de diferença e já me meti em mais brigas por ela do que por mim mesmo. Sempre fomos próximos e perto dela me divirto como fazíamos quando éramos novos, ela me visita com frequência, mas nos últimos messes não estava vindo, pois tinha entrado na faculdade de designer de moda, ela gosta de criar roupas e eu armas.
Depois de discutirmos sobre quem dirigiria, ganhei essa batalha e fomos para minha casa com o clima totalmente diferente do que estava a uma hora e meia atrás nesse carro. Foi bom Rebecca ter vindo hoje, assim teria uma distração, embora se não fosse ela, não teria ido naquele evento a quase um ano atrás, onde supostamente engravidei alguém. Rebecca estava em minha casa de visita na época, ela implorou que eu a levasse a cidade vizinha para esse evento, pois teria um desfile muito esperado, que acontecia todos os anos. No evento ela tinha me dito para aproveitar a comida e achar alguém para me distrair, que não precisava lhe fazer companhia, como íamos beber, o plano era ficar em um hotel perto e só voltar para casa no outro dia. E foi isso que eu fiz, não lembro muito bem da moça, sei que era uma das modelos, o nome dela é Seline, pelo que a irmã disse, sei que bebi bastante aquela noite, para aguentar a chatice do evento, mas também sei que não estava bêbado o suficiente para ter feito a burrada de transar sem camisinha.
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Dessa vez veio rápido mais um capítulo, mas vai ter que ser 2 do Dylan, como faço eles curtinhos aqui, não deu para alcançar o momento que já estamos da estória na visão da Lena com 1 capitulo só. O que acharam da Rebecca? Pelo visto ele esteve mesmo com a Seline, mas será que a Seline engravidou dele ou esteve com mais alguém na época? Estamos começando a ver o tipo de pessoa que o Dylan é, mas depois de todas revelações, vamos ver como ele vai ser com a Lena.
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Meu Segredo
RomanceLena acreditava já ter atingido sua cota de infortúnios na vida, porem não podia imaginar o quão estava enganada... Selina, sua irmã fez o inimaginável e durante meses a manipulou e criou a mentira perfeita. Tudo começou quando a Seline descobriu es...