Capítulo 10

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Sem Revisão!

Voltei para a sala com a carta e a certidão do Dominic em mãos, entreguei a ele e não fiquei esperando para vê-lo ler, fui conferir se o pequeno não estava soando e se seguia confortável. Não queria acompanhar sua leitura, não queria nem lembrar o que estava escrito ali. Só queria que ele entendesse, que aceitasse e nos ajudasse.

Levo um susto ao sentir ele no meu lado e tocar na minha mão, que estava sobre o carrinho, por reflexo tirei a mão rápido.

Obrigada, por não deixar ela tirar meu filho, por cuidar dele todo esse tempo, se aquela carta é real, ela largou tudo em cima de você e foi embora viver, não ligou para nada. — Ele diz pondo as mãos no bolso após minha reação assustada, acredito que ele achou que foi só pelo susto que fugi do seu contato.

Espero que você esteja começando a acreditar, eu juro que não estou te enganando, eu que fui enganada e por alguém que eu amava muito, eu realmente só quero o melhor para ele. Você pode ficar com a carta e mandar para um perito grafotécnico para comprovar que é legitima. — Digo ouvindo minha voz falhar na minha sugestão e desvio o olhar para o Dom, um anjinho e não merece passar por nada disso.

Você quer que eu o leve? Ela sugeriu isso na carta, dar para o pai, se o achasse, é por isso que veio atrás de mim? — Dylan pergunta fazendo-me congelar na metade do caminho, estava voltando para a poltrona, para sair da proximidade que ele estava impondo e para não acordar o Dom, falando tão perto. Me viro para responder e ele está próximo a mim novamente.

Não, eu nunca pensei em deixa-lo, diferente da minha irmã eu o amei dês que soube que existia, eu só não tenho como, eu não tenho mais como comprar a formula de leite, não tenho como comprar fraldas, eu não tenho como comprar nada. Eu perdi meu emprego, não tinha como dizer para meu chefe que tive um filho do nada, é mentira, mas pela lei, pela certidão eu sou a mãe, e mesmo se eu tivesse dito que tive um filho, sabe como funciona, só seria dispensada por um tempo, mas não receberia nada, eu não sei mais o que fazer, por isso te procurei.

Você quer ajuda financeira? — Ele perguntou com a voz ainda tranquila, não parecia bravo.

Eu quero que ele tenha uma vida de verdade, não um mãe de mentira que não tem nem como pagar o essencial, você é a verdade dele, você é o pai, não espero que me ajude financeiramente, eu espero que ajude ele e se isso significa leva-lo, me dói, mas eu entendo, você é o dono das decisões da vida dele enquanto ele é incapaz, se aceitou seu papel de pai. Sei que não posso exigir ficar com ele, tendo você, sou só a tia, você pode me denunciar a qualquer momento. — Digo com o coração doendo, ele mantinha seus olhos fixos aos meus. Segui atropelando as palavras, aproveitando a minha chance de falar o que era necessário. — Eu só quero que ele tenha tudo que precisa, uma família é uma dessas coisas, eu só peço que me deixe, por favor fazer parte da vida dele, não me exclua, eu aceito a culpa que eu tenho nessa história, só não quero ficar 100% sem ele.

Você aceitou ser a mãe dele? — Ele pergunta e vê que não entendi muito bem, então completa. — Digo, desde que você viu a certidão e que sua irmã o deixou para você, você queria manter assim? Se não fosse a falta de dinheiro iria manter essa mentira?

Em nenhum momento eu menti para mim mesmo, nenhum momento me coloquei como mãe dele, eu sei que não sou, não incentivei minha irmã a ter essa criança para tentar assumir o papel de mãe no lugar dela. — Eu não queria que ele pensasse que o procurei somente pelo dinheiro, não foi só por isso. — Eu iria te procurar independente da ausência de uma renda, eu sei que todo mundo merece ter um pai, eu não tive o meu e sei a falta que isso fez, mas talvez eu não tivesse procurado com tanto afinco se não fosse necessário.

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