Capítulo 9

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Sem Revisão!

Dylan está na minha frente, no batente da porta, meus nervos à flor da pele de pensar que vamos ficar sozinhos em minha casa. Esqueci disso quando deixei que viesse. Ele olha para o Dom em meu colo e eu saio de perto dando espaço para entrar.

Entre, pode sentar no sofá. — Digo controlando meu estado de nervos e segurando mais firme o Dom.

Obrigado. — Diz, pelo visto seu lado educado havia voltado. Ele tirou o blazer, largou sobre o encosto do sofá e se virou para mim. Vi observar tudo no meu humilde apartamento, da sala era possível ver a cozinha, ele passou o olhar por tudo, antes de voltar seu foco para mim. Vejo focar no Dom, é indecifrável as feições dele. Ele estende o braço devagar e toca no pezinho pequeno. — Posso pegar meu filho?

Vejo ele torcer o nariz de uma forma engraçada ao falar "meu filho", soava estranho para mim também.

Estava com medo de entregar o Dominic tão pequeno e frágil nas mãos desse homem, mas foi eu quem procurei por ele, esperei tanto por esse momento, os dois merecem isso.

Você sabe segurar um bebê? — Pergunto para manter a situação sob controle, ele olhava o Dom com curiosidade estampada nos olhos, o pequeno estava alinhado em meus braços.

Já fiz isso antes. — Ele diz arremangando a camisa social e se aproximando, controlei meu instinto de andar para trás, não era hora de medos bobos.

Ok. Ele ainda é novinho, não tem firmeza, então segure direito a cabeça dele. — Digo sentindo sua proximidade, a mais próxima que estive de um homem por livre e espontânea vontade, suas mãos roçaram meu braço quando ele pega o pequeno, sinto um arrepio na espinha com esse contato, mas ignoro.

Me afasto devagar, garantindo que o pequeno está seguro. Vejo que ele olha para o Dom com certo encantamento. Dom não reclamou da troca de colo, é um bebê tranquilo com estranhos. Agora tenho que aceitar que ele não é qualquer estranho, ele é o pai do serzinho que mais amo.

Dominic é metade esse homem, espero que ele seja um bom homem, não que eu conheça um bom, mas preciso acreditar que exista, Dominic vai se tornar um daqui uns anos. Se depender de mim, vai se tornar o melhor homem que vou conhecer, o problema é que não depende só de mim, talvez nem dependa de mim, espero não sair da vida do meu pequeno.

Oi filho, eu sou seu pai, acredita? É estranho para mim também, mas nós vamos nos acostumar. — Escuto Dylan dizer, me tirando do meu devaneio. Ele senta no sofá tentando uma posição confortável de segurar o Dom, os dois parecem fixos um no outro, Dylan é meio desajeitado, mas não posso negar que meu coração se alegrou em vê-lo falar com o pequeno.

Sentei na poltrona virada para eles, porém a mais distante. No silêncio os poucos minutos que passaram pareceram uma eternidade, o clima era estranho. Dylan quebra o silêncio enquanto direciona sua atenção para mim.

Nós precisamos conversar. Precisamos resolver como as coisas vão ficar daqui para frente. — Diz com um vinco formando em sua testa. Dominic estava curtindo o colo, alheio a situação.

Sei que quer saber sobre tudo e não posso mais adiar, eu só peço que escute de coração aberto e que entenda que foi pelo Dominic que fiz tudo. — Digo olhando fixamente para aqueles olhos claros e inexpressivos.

A mãe dele, ela morreu? — Dylan deduz. E eu quase desejo que fosse isso a verdade, se não fosse minha irmã, minha única família por tantos anos, talvez eu tivesse me deixado consumir pela raiva. A dor que o Dom pode sentir futuramente por ter sido abandonado, quase me faz desejar que a verdade fosse mesmo a morte. Dylan observava a mãozinha do pequeno, que estava segurando seu indicador. — Eu só posso deduzir isso, para ela não aparecer até agora.

Meu SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora