Capítulo 12

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Sem Revisão!

Já perdi a conta de quantas vezes caminhei pela casa, na última bati com meu dedinho mínimo na quina do sofá, já revisei a casa varias vezes conferindo se nao esqueci nada do Dom, na verdade estava mais para uma ação que estava derivando da minha ansiedade do que qualquer outra coisa. O nervoso de saber que em meia hora o Dylan vem nos buscar estava me deixando louca. Ainda não processei nem metade do que aconteceu, não consigo nem acreditar em tudo que aconteceu hoje e o dia está longe de acabar.

As coisas do Dom já estavam todas prontas, aproveitei para tirar as roupinhas que não serviam para a doação. Deu duas malas grandes de roupas, eu tinha comprado muitas roupas para ele enquanto Seline estava grávida. Tinha mais uma mala com cobertores, mamadeiras, uns brinquedos, babadores, fraldas, lenços, pomada para assadura, remédio para cólica e febre.

Já as minhas coisas só fiz uma mala pequena com as roupas que costumo usar para sair, nada chamativo, nem muito exposto, as de ficar em casa pareciam trapos em vez de roupas. A ideia é ficar o maior tempo possível com o Dominic, mas ficar o menor tempo possível na casa do Dylan, como eu iria realizar essa proeza? Não sei.Espero muito que tenha chave no quarto que irei ficar, se não tiver acho que não vou conseguir dormir.

Ai, tem tanta coisa rodando na minha cabeça que nem sei o que pensar, as vezes me pego refletindo, como seria se minha mãe não tivesse morrido, a de verdade, como seria nunca ter saído da Suíça. Certeza que eu não seria o que sou agora, não teria traumas tão profundos, eu me sentiria amada por alguém. Eu sei que nossa mãe nos amava. 

Como seria não ter medo das pessoas? não cresceria com um pai, mas tudo bem, pelo menos eu não repudiaria todos os homens. Se a Rose amou alguém, foi a Seline, não a mim, ela era a filha perfeita, eu só fui o brinquedo do Richard e a cópia barata da minha irmã. É impressionante como nossa vida pode mudar de um minuto para o outro e há momentos em que a única alternativa possível é fora do nosso controle.

Parei de divagar e  fui verificar o pequeno, ele já está com 2 meses e meio, está ficando mais roliço e perdendo a cara de joelho, os olhos seguem meio acinzentado, mas vendo seu pai, sei que vão ser claros, os olhos do Dylan são tão verdes quanto os da Seline e os meus. A campainha toca me fazendo pular, por sorte o Dom não acordou com o barulho.

 Só podia ser o Dylan, vou até a porta, respiro umas três vezes para me acalmente e abro a porta.

Boa noite. — Ele diz com as mãos nos bolsos da calça Jens, ele não estava de social dessa vez. Ele chegou na hora, tínhamos combinado as 19:00, ele saiu daqui depois de atender uma ligação do trabalho e combinarmos que hoje mesmo iria para sua casa com o Dominic.

Boa noite, já organizei tudo, das coisas dele só estou deixando o que não serve. Sobre o berço você disse que vai comprar um né? — pergunto tentando fazer o clima de mais cedo não voltar, ainda lembro dele irritado comigo achando que eu estava mentindo e toda tensão no ambiente.

Na verdade eu já comprei os móveis para o quarto todo, vão levar e montar amanhã. A decoração que ainda preciso ver. — Ele diz com naturalidade, sacudindo os ombros e eu arregalo os olhos, já percebi que ele tem dinheiro, mas esqueci como com dinheiro as coisas são fáceis e rápidas.

— Ah bom. — Era estranho pensar que mais alguém estava comprando coisas essenciais para o Dom, sempre foi eu, parece errado e faz com que me sinta constrangida, como se eu tivesse ganhando presentes. Seguiamos plantados na porta então dou espaço para ele passar. — Entre.

— Onde está o Dominic? — Ele diz entrando e olhando as malas. Vou para atrás da poltrona próxima ao corredor dos quartos, uso ela como uma barreira, mas tento parecer natural e confortável. Estou menos agitada e mais ciente da presença dele do que hoje cedo, preciso me acostumar em ficar nos mesmos ambientes sozinha com ele, não parece querer fazer nada comigo, diferente do crapula que acabo usando de comparativo em todas situações, Dylan nem me olhava mais que o necessário. Sei que minhas atitudes são desmedidas, mas não consigo evitar, não em ambientes fechados e onde não tem mais pessoas.

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