Capítulo 8 - Ele

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Rafael

Esses dias de acampamento estão me trazendo tanta alegria, uma felicidade que nunca senti antes. O pessoal é tão legal e fazem de tudo para me enturmar.

As noites de festas superaram todas minhas expectativas. O pessoal canta, dança, divertem-se e se brincar até mais do que as festas que frequentava antigamente e o mais engraçado é que eles não precisam beber ou ingerir drogas para isso, pois a felicidade habita neles. Essa felicidade se chama Espírito Santo.

Eles chegam a parecer crianças com as danças malucas, principalmente o Arthur que consegue influenciar todos a imitá-lo, a dança está perdendo um talento - risos - só que não. 

Eu voltei a ser criança e sinceramente não sinto nenhuma falta da vida que levava. Nunca me senti tão cheio e tão livre. Resumindo... Encontrei o que tanto procurava. Encontrei o amor, uma alegria maior, encontrei o sentido da minha existência.

Hoje será a festa a fantasia, com luzes, músicas cristãs eletrônicas. Eu na verdade tinha esquecido completamente dela então não preparei nada. Quando Hanna, Natália, AnaLu  e o Rodrigo, que no caso é meu líder de célula, souberam resolveram montar minha fantasia. 

Aqui estou eu no banheiro desesperado, tenho o pressentimento que não vêm coisa boa, me fizeram provar saias, um tipo de calça colada de tecido que não sei nem como se chama aquilo, pense numa coisa para encomendar e apertar, não sei como vocês mulheres usam.

*toc toc

Abro mais uma vez a porta e pego a próxima fantasia a ser provada da mão do Rodrigo. Tenho até medo do que será. Quando olho tem uma calça preta, um blusa preta que só podia ser do Arthur, bem a cara dele, uma capa preta que tenho plena certeza que é do teatro, me vesti, a blusa ficou um pouco folgada, mas ainda não entendi a fantasia. Será que eu serei o lado negro da força? 

Saindo do banheiro me deparo com a Hanna segurando uma espada de madeira, um chapéu preto é uma máscara. Ah não, mentira, acabou de cair a fixa! Eles não podiam fazer isso comigo.

- Toma os acessórios - Ela me entregou o que segurava

- Nem a pau! Não vou ser o zorro - Cruzei os braços me negando a pegar os acessórios

- Há vai sim! Deixe de ser chato, vamos todos está pagando mico. - Faz aquela cara de cachorro que caiu da mudança. Como resistir a isso Deus?

- Mas por que Zorro? - Pego as coisas que ela segurava me rendendo 

- Porque gostamos tanto de você que queríamos tirar fotos e te chantagear - gargalhou. Meu Deus como sua risada é bonita, poderia ouvi-lá eternamente. Eita Rafael que pensamentos são esses?! Lembre-se não é o tempo de Deus e vocês são só amigos. - ou era isso ou de super man - Ela concluiu e fiz uma cara de agradecimento por não ser a do super man

- Argh, não sei qual o pior. - murmuro

- Põe logo garoto, queremos ver como ficou! Se não por eu vou chamar o Rodrigo. - Só agora percebo que a noiva do Rodrigo estava aqui.

- Chame mesmo e avise a ele que ficarei um mês sem ir para a célula, por tá fazendo isso comigo. - Digo de forma dramática e elas riem

- Deixa de ser dramático é só uma roupa, vai logo. - Fala Natália 

- Tá bom. - Ergo minhas mãos em sinal de rendição.

Depois de vestido vou para a varanda da casa onde aconteciam as festas que por acaso era o mesmo local das refeições.

AnaLu chegou vestida de palhaça e ficou lá comigo batendo papo. Já tinha uma galera quando Natália e Rodrigo entram vestidos de Senhor e senhora Smith. O Felipe e a Gabi acreditem se quiser, estavam vestidos de Ketnnes e Pieter de Jogos vorazes, ela tinha até um arco e ambos tinham o número do distrito 12 bordados nas roupas, meu Deus quanta criatividade.

Um só coração - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora