Capítulo 14 - O retorno

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Rafael

*Trim    

- Oi Baby, já cheguei a Maceió, quando poderemos nos ver? Precisamos conversar, estou com muitas saudades, te amo.

                                            Da sua doce M.

Um calafrio percorre o meu corpo. Era verdade, ela de fato tinha retornado. Aquela que destruiu meu coração, que me levou para um lado sombrio estava novamente aqui.

*flashback on

Peguei a chave da casa dela do meu bolso - hoje faríamos 2 anos de namoro, fingi uma briga com ela para surpreende-lá com um buquê de flores, um anel, sim eu iria a pedir em noivado e depois a levaria no seu restaurante favorito 

Entro e escuto umas zoadas estranhas vindo lá de cima, subo devagar e a escuto falando com alguém, espera é a voz de um homem? Como assim? Não não pode ser eu conheço essa voz, é... O Fernando? O que ele está fazendo no quarto dela? Ah que ingenuidade a minha, escuto risadas e não consigo aguentar eu entro e lá está a cena, ela de roupas íntimas e ele deitado na cama enrolado pelos lençóis bagunçados da cama. Uma lágrima insiste em cair do meu olho, largo tudo e saio... Quebrado, frio...

*flashback off

Sento na cama e passam-se mais fleshs de todo o meu passado e lágrimas começam a escorrer sobre meu rosto; vergonha como tinha vergonha do meu passado e Maria Luíza me lembrava do quanto fiz as pessoas que me cercavam sofrer, ser um idiota, me auto destruir, como fui babaca, quanto tempo perdi...

Um desespero entra em mim, sei muito bem que ela não descansa enquanto não consegue o que quer, meu Deus se ela souber dos meus sentimentos por Hanna, meu Deus.... Fico horas assim refletindo e pensando o que acarretara seu retorno, ela não deixaria a Europa por besteira. A angústia fica tão grande que sinto fortes pontadas no meu peito. Aí tem coisa.

Sei que preciso falar com Deus, preciso me acalmar mas não consigo, como eu impuro com esse passado terrível vou entrar na presença do santo dos santo? Mas eu preciso... Eu dependo dele e então junto o restante das minhas forças e abro a Bíblia justamente em Miquéias capítulo 7 e o versículo 19 salta aos meus olhos.

"Ó Deus, não há outro como Tú, pois perdoas os pecados e as maldades...Tú não continuas irado para sempre, mas tens prazer em nos mostrar sempre o Teu amor. Novamente terás compaixão de nós; acabarás com as nossas maldades e jogarás os nossos pecados no fundo do mar."

Medito nessa palavra e escuto a doce voz do Espírito Santo me ministrando.

O Diabo não desiste! Está sempre procurando brecha em nossas vidas. Se abrirmos a guarda, pode ser fatal porque as investidas dele são inflamadas contra nós. E quanto mais agradamos a Deus, mais nos tornamos alvo do Diabo. O ataque à mente é uma das armas do nosso inimigo, especialista em trazer à tona o que passou, o que machucou, o que marcou negativamente a nossa vida.

Ele, como acusador que é, faz questão de tentar trazer de volta o que já faz parte do passado. Quer que soframos de novo, quer que vivamos as mesmas emoções, quer nos manter aprisionados naquilo que o nosso Deus já lançou no mar do esquecimento. O Senhor não lembra mais, então, pra que lembrar? E pior que isso? Pra que remoer, sofrer de novo se Cristo já apagou tudo?

No Mar do Esquecimento tem uma plaquinha onde está escrito : PROIBIDO PESCAR! E porque vez por outra os nossos pensamentos e sentimentos nos fazem retroceder, provocando uma culpa que não nos é mais imputada? Jesus já pagou por toda a nossa culpa. O seu sangue passou uma borracha nos nossos erros, mas Satanás vive tentando nos envolver numa teia pegajosa de acusação mental. Vençamos a ele como fez Cristo: com a palavra.

Um só coração - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora