[OS] Santiago Suarez II

108 21 19
                                    

                  

A última semana tinha corrido estranhamente bem. Os negócios continuavam em alta e até tinha conseguido arranjar novos clientes que me ajudavam a encher os bolsos de dinheiro agora que as corridas e as lutas estavam mais paradas; além disso, tinha continuado a passar bastante tempo com a Megan. As coisas entre nós ainda estavam longe de serem completamente sérias e de podermos dizer que éramos um casal mas gostava mesmo dela, da sua personalidade e da maneira como ela me fazia sentir; há muito tempo que não me sentia assim por uma rapariga, por mais maricas que isso seja.

Mas apesar de este meu sentimento de felicidade sempre que estava com ela, eu sabia que as coisas entre nós não iam durar muito tempo. Não era preciso ser vidente para saber que sempre que um bocadinho de felicidade que fosse batesse à porta de um Suarez, que rapidamente as coisas dariam para o torto. E neste caso não era mesmo preciso ser um vidente porque já antes de eu ter começado a sair com a Megan que era previsível que as coisas corressem mal e acabassem rapidamente.

Depois de sairmos de minha casa e deixarmos lá os meus irmãos, o Diego e a outra, tínhamo-nos afastado do bairro e estávamos agora mais perto da cidade, num jardim público que àquela hora tinha bastante gente. Caminhávamos de mãos dadas e quem nos visse podia muito bem achar que éramos um casal feliz, coisa que estava muito longe de ser verdade.

- Como é que correu o emprego? - perguntou a Meg quando nos sentámos num banco de madeira vazio.

Pousei o meu queixo no alto da cabeça dela assim que se encostou ao meu peito. Por momentos assim que ela me fez aquela pergunta lembrei-me do dinheiro todo que tinha feito naquele dia com as drogas e estava prestes a responder que tinha corrido muito bem quando me lembrei que não era a esse emprego que ela se referia mas sim ao meu emprego como lavador de pratos na pizzaria que ficava perto do bairro. Apesar de ela saber das corridas e das lutas, não estava nos meus planos contar-lhe que para além disso ainda vendia drogas; nada de especial, só mais um trabalho ilegal e o pior deles todos.

- Foi normal. - respondi com um encolher de ombros - Ao almoço até costuma haver muita gente como o restaurante fica perto daquela zona de escritórios, por isso foi exatamente como nos outros dias. Como é que foram as aulas?

- Iguais aos outros dias. A única diferença foi mesmo o castigo do Enzo e da Sky. - ela levantou a cabeça do meu peito de forma a conseguir olhar para mim - Sabias que o teu irmão andou com uma das professoras da universidade? - perguntou com uma cara enojada.

Soltei uma gargalhada e encolhi os ombros - Achas mesmo que eu ando a par de todas as raparigas, ou mulheres, - acrescentei devido àquele caso - com quem o meu irmão se envolve? Não fazia outra coisa se assim fosse. O Enzo sempre teve muito jeito com as mulheres e ao que parece elas gostam por isso eu já deixei de tentar perceber quem é a nova ou a velha.

- E tu? Vais dizer-me que não é de família o vosso jeito com as mulheres?

Coloquei os meus braços à volta da cintura da Megan e puxei-a de forma a que se sentasse em cima do meu colo. Sorri com a pergunta que ela tinha feito e passei os meus lábios pela zona entre o maxilar e a orelha dela que estava mesmo à minha frente.

- Não sei, diz-me tu.

- Acho que também tens muito jeitinho. - foi a resposta dela enquanto se encolhia contra o meu peito, o que me fez sorrir ainda mais por saber que ela estava com os braços arrepiados.

- Vais ser só minha o resto do dia. - voltei a pousar o meu queixo no alto da cabeça da Meg e coloquei melhor os meus braços à volta do seu corpo tanto para a manter contra mim como por causa do frio que se fazia sentir naquela zona do parque onde haviam mais árvores e agora que o sol se começava a pôr - Não quero saber se a tua prima não quer estar sozinha.

SkyOnde histórias criam vida. Descubra agora