Trece

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Não falei com ninguém sobre o sonho que tinha tido; nem com a Meg, nem com o meu pai ou com a Kendra. Era uma idiotice, era apenas um sonho e não valia de nada falar sobre ele e deixar toda a gente preocupada. Não queria voltar a sentir-me uma boneca de porcelana que não podia fazer nada sem que estivesse a ser constantemente vigiada. Estava em Espanha, tinha um oceano a manter-me longe do Theo e aquilo não tinha passado de um sonho, ponto.

Apesar da Megan ter dito que queria falar comigo sobre a situação dela com o Santiago, não voltámos a falar sobre isso, pelo menos não muito. Eu disse-lhe que estava longe de concordar com aquela decisão mas era uma decisão dela, ela é que decidia em quem confiar e com quem estar e mesmo não concordando eu tinha de apoiar isso só lhe tinha pedido que ela não esperasse que eu ficasse radiante sempre que estivéssemos todos juntos.

E assim o fim-de-semana tinha chegado ao fim, trazendo de volta as aulas, trabalhos e estudo. Mas como isso envolvia também que eu voltasse a ver o Martin, todos aqueles pensamentos menos bons foram rapidamente atirados para debaixo do meu tapete mental.

- Então é assim. – juntei as sobrancelhas quando o Martin se sentou ao meu lado na disciplina que tínhamos em conjunto – O restaurante dos meus pais está finalmente pronto depois da extensão e esta noite é a reabertura. – ele sorriu daquela forma tão adorável que era impossível não sorrir de volta – Como é óbvio não me podes deixar ir sozinho.

- Isso é um convite?

- Bem... apanhaste-me... - sorri ao ver a sua expressão naquele momento – Vou ser sincero, eu sou péssimo nestas coisas mas basicamente estou a tentar convidar-te para um encontro.

Ri com aquilo que ele disse e abanei a cabeça – Não é assim tão difícil. Só tens de dizer "Sky, queres jantar comigo esta noite?" que eu chego à parte do encontro sozinha.

- Muito bem. – ele voltou a sorrir, fazendo-me imitar aquele gesto enquanto sentia uma impressãozinha na barriga – Sky, queres jantar comigo esta noite? É um encontro e espero que aceites, ia ficar muito feliz se aceitasses.

- Claro que aceito. – respondi rindo – Estava aceite assim que falaste no restaurante dos teus pais.

- Espertinha. Vou buscar-te às sete, está bem? – assenti com a cabeça o que o fez sorrir novamente.

Estava prestes a voltar a minha atenção para o meu caderno quando o Martin se aproximou de mim. Rapidamente a impressão que estava a sentir na barriga tornou-se praticamente insuportável à medida que sentia todo o calor do meu corpo a subir para as minhas bochechas. Não nos conhecíamos assim há tanto tempo mas era impossível não me sentir bem perto do Martin e acima de tudo, ele era exatamente o tipo de rapaz que precisava na minha vida, era isso que continuava a martelar na minha cabeça.

- Agora não vou conseguir pensar noutra coisa que em logo à noite. – o sorriso continuava nos seus lábios à medida que ficávamos cada vez mais próximos. Os lábios do Martin aproximaram-se bastante mas em vez de me beijar como eu estava à espera, deu-me um beijo na bochecha. Na bochecha. Naquele momento estava cheia de pensamentos contraditórios. Estava a sentir-me uma idiota por ter esperado que ele me beijasse mas ao mesmo tempo sentia-me feliz por ele ser mesmo diferente do tipo de rapazes a que estava habituada.

- Bem, é melhor pensares noutra coisa porque ainda falta muito para as sete. – disse mal consegui recuperar do que tinha acabado de acontecer.

- Olá meninos. – olhei para o lado ao ouvir a voz da Lola e sorri-lhe em forma de cumprimento – Não estou a interromper nada pois não?

- Não. – respondi acrescentado para mim mesma um infelizmente – Não te preocupes.

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