Cuatro

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Quando a Kendra finalmente apareceu junto ao quarto da Taylor, já a pequena estava completamente convencida que apesar de eu voltar a ir para longe dela, desta vez seria diferente e nos veríamos todos os dias. Ela adorava-me e eu retribuía esse sentimento mas mesmo por ela não conseguia ficar ali, no centro do furacão. Precisava de tempo para mim, precisava de continuar sozinha e agora que estava finalmente em Espanha precisava ainda mais. Queria recordar a minha mãe e ficar ali na embaixada juntamente à minha nova família parecia uma enorme contradição.

Novamente com as nossas malas, eu e a Megan saímos da embaixada, desta vez sem deixar um dos homens de dois metros a olhar para as nossas costas enquanto saíamos dali. Depois do carro parar à entrada da universidade, o motorista entregou-nos as malas e ainda se ofereceu para as levar até ao campus mas isso recusámos.

Após falarmos com a mulherzinha simpática que era responsável pelos dormitórios, seguimos atrás dela em direção ao nosso novo quarto.

- E aqui estamos. – disse ela com um sorriso enquanto abria a porta do quarto mais ao fundo do corredor. Reparei que estávamos longe do resto das pessoas e que mesmo ali ao lado havia uma porta para saídas de emergência. Aquele quarto não tinha sido escolhido para mim e para a Megan ao acaso. Mesmo fora da alçada do meu pai ia continuar a ser protegida. Estava com sentimentos contraditórios, sem saber se me devia dar por feliz por ele estar tão preocupado comigo e me querer proteger ou se devia estar chateada porque mesmo ali continuava a ser a Skylar Mars, filha do embaixador – O vosso quarto até tem uma pequena casa de banho, já viram a sorte? – falou a mulher enquanto sorria toda entusiasmada – Infelizmente os banhos têm de ser como as outras raparigas, nos balneários. É pelo corredor onde viemos à esquerda. Para voltarem para a universidade é só virarem à direita. Qualquer coisa basta encontrar-me e pedir. Adeus meninas!

Agarrei na chave que ela me estendeu e acenei-lhe com a outra mão à medida que se afastada pelo corredor, de volta ao seu posto de trabalho. Olhei para a Megan que olhava para mim com aquele ar de quem se estava a controlar bastante para não desatar a rir.

- Não sei se ela nos adora ou se só está com esperanças de ser a tua nova madrasta. Adeus meninas! – imitou a Meg com o tom esganiçado e entusiasmado da mulher – Vamos lá ver como é isto. Ah e ao menos temos casa de banho. – acrescentou desatando-se a rir.

O quarto era de um tamanho normal, com as paredes pintadas de branco, uma grande janela entre as duas camas individuais que se encontravam praticamente encostadas às paredes laterais. Haviam ainda duas pequenas secretárias e respectivas cadeiras, um roupeiro que desconfiava que fosse pequeno para todas as nossas coisas mais tínhamos de trabalhar com o que tínhamos e uma porta que certamente daria para a nossa casa de banho privativa.

- Isto nem é mau de todo. E já viste a nossa sorte? Ainda bem que partilhamos a maioria das coisas porque naquele roupeiro, vai ser difícil distinguir o que é meu do que é teu.

- O que interessa é que estamos fora da embaixada e temos um espaço só para nós. – disse com um sorriso, pousando de seguida a minha mala na cama da direita – Vamos arrumar o resto das coisas e depois vamos andar pelo campus.

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Com o quarto finalmente pronto, saímos do mesmo para conhecer melhor o sítio onde íamos ficar nos próximos tempos, não só a estudar mas mesmo a viver. No primeiro dia de aulas tínhamos acabado por conhecer pouco do recinto e mesmo assim tínhamos ficado apenas pela zona das aulas e não dos dormitórios. Depois da volta de reconhecimento, acabámos por nos decidir a ir até ao bar da universidade para comer qualquer coisa antes da aula que íamos ter pois com toda a mudança o tempo tinha passado a correr.

- Olá. – olhei para o rapaz que tinha parado em frente à mesa onde estávamos sentadas a comer. Tinha cabelos claros curtos e um sorriso que fazia as outras pessoas sorrirem também. Digo isto porque a Meg estava ao meu lado a sorrir quase de orelha a orelha – Sou o Martin. – apresentou-se ele – Não sei se já sabem mas vou deixar-vos o panfleto na mesma. – agarrei no papel que ele nos estendeu e pousei-o entre mim e a minha prima para que conseguíssemos ler as duas – Vai haver uma festa logo por causa do início das aulas. Espero que vocês apareçam.

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