N/A: Relembro que as falas em itálico são em inglês enquanto que as outras são em espanhol
Tinha passado uma semana desde aquela saída em que tinha ficado tão bêbada como não me lembrava de ficar há muito tempo. Por mais que eu tentasse esquecer essa noite, o Enzo tinha-se esforçado ao máximo para me fazer recordar que eu tinha estado com ciúmes dele a falar com a outra rapariga e claro que também tinha de me relembrar que eu me tinha estado a fazer a ele e que ele, muito cavalheiro, tinha recusado. Essa parte apesar de me irritar um bocadinho pela minha falta de controlo enquanto bêbada, tinha-me feito gostar ainda mais do Enzo por ele não se ter aproveitado de mim mesmo sabendo que ele estava mortinho para estar novamente tão próximo de mim como tínhamos estado antes do Santiago nos apanhar.
Ao longo dessa semana tinha tentado fazer a minha vida normal mas a verdade é que a minha vida estava longe de estar normal. Tinha continuado a dar-me com o Martin mas essa relação tinha-se mantido apenas no patamar da amizade, sem mais encontros ou quase beijos, apenas conversas e passarmos o tempo juntos no intervalo de aulas ou nas horas de almoço; ele parecia notar o meu afastamento e era visível que estava um pouco desiludido mas por mais que tentasse os meus pensamentos não se conseguiam afastar do Enzo.
A proximidade com o Enzo tinha-se mantido e tínhamos passado também bastante tempo juntos ao longo dessa semana mas sempre que começávamos a ficar demasiado próximos havia sempre algo que quebrava o momento, algo ou alguém. Podia dizer que estava bastante frustrada por já se ter passado tanto tempo desde a última vez em que tinha sentido os lábios do Enzo contra os meus ou ter sentido o seu corpo tão próximo do meu como já tinha estado anteriormente, e sabia que ele estava no mesmo estado, ou até pior, que o meu. Parecia que o Enzo era uma droga e depois de provar um pouco, eu estava completamente viciada. Se estava apaixonada por ele? Não, não estava mas já tinha deixado de fingir que não existia química entre nós e depois de toda a proximidade que já tínhamos partilhado, eu só queria mais. Novamente, estava viciada.
- Anda lá pirralha. – de mão dada com a Taylor sorri enquanto caminhávamos pelo jardim que ficava bastante perto da embaixada. Não conseguia ver nenhum segurança mas sabia que eles estavam por perto e prontos e intervir caso necessário.
- Tinha muitas saudades tuas, Sky.
Sentei-me na relva e agarrei na minha irmã, sentando-a no meio das minhas pernas. Tinha-me mantido longe da embaixada por causa do meu pai e da Kendra mas tinha demasiadas saudades da pequena para me manter longe muito tempo. E mesmo do meu pai e da minha madrasta, tinha chegado a altura de fazer uma pequena visita.
- Eu também tinha muitas saudades tuas. – beijei-lhe o alto da cabeça e sorri – Mas tu sabes que eu tenho de estudar e que tenho muito pouco tempo livre. – não era propriamente a verdade mas não iria partilhar os meus verdadeiros motivos com uma criança.
- Tens um namorado? – perguntou ela com um sorriso nos lábios e uma expressão demasiado parecida com a Meg para eu não ficar arrepiada.
- Hm... - fui um pouco apanhada de surpresa com aquela pergunta vinda da pirralha e por isso demorei algum tempo até formar uma resposta – Não. – abanei a cabeça e vi-a a lançar-me um olhar desconfiado.
- A Meg disse que tinhas. – revirei os olhos – Tens um namorado!
- Tens? – olhei por cima do meu ombro quando ouvi aquela voz conhecida e senti a Taylor a empoleirar-se toda no meu ombro de forma a conseguir ver – Olá.
- Olá. – sorri ao ouvir a pequena a falar espanhol e voltei a olhar para o Enzo que se tinha agora sentado ao meu lado na relva e continuava de olhos postos na Taylor – Sou a Taylor.
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Sky
Non-Fiction[completa e editada] O sonho de Skylar Mars era sair dos EUA e viajar para Espanha, deixando todos os seus demónios para trás e refazer as memórias já um pouco esquecidas que tinha da sua mãe. Mas a vida nunca é assim tão simples e mesmo noutro con...