Seis

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13.06 – 2.45 am

- Não consigo fazer isto. – Skylar abanava a cabeça ao mesmo tempo que caminhava de um lado para o outro na pequena divisão em que se encontrava.

O barulho da música e das pessoas fazia-se ouvir ali, vindo do andar de baixo onde a festa continuava a decorrer, fazendo com que a cabeça da rapariga se tornasse uma confusão ainda maior.

- Sky... - Megan levantou-se da ponta da cama onde tinha estado a olhar para a prima – Não podemos fazer nada agora. Aconteceu, não podemos mudar isso.

- Morreu uma pessoa! – a rapariga controlou-se para falar baixo apesar da sua vontade ser gritar. Ela sabia que o barulho era demasiado mas não se sabia quem podia estar nos outros quartos ou a passar no corredor e ouvir por acidente aquela conversa.

Viraram-se as duas com um salto quando a porta do quarto se abriu de repente. O coração de ambas batia descompassadamente mas acalmando assim que a figura do Lorenzo apareceu na moldura da porta. Lola estava parada atrás dele com ar preocupado e Megan passou pela prima, tocando-lhe gentilmente no braço antes de caminhar em direção à porta.

- Não consigo fazer isto. – repetiu a rapariga assim que se viu sozinha com ele na pequena divisão – Não consigo, Enzo.

- Vai ficar tudo bem. Prometo. – Skylar abraçou-se a si própria até ter outros braços à volta do seu corpo.


Três meses antes

Continuei a espernear numa tentativa falhada de fazer com que o Enzo me metesse no chão mas em vez disso ele continuou a andar pelo meio de todas aquelas pessoas comigo por cima do seu ombro.

- Para onde é que me estás a levar, parvalhão? – perguntei tentando ver qualquer coisa como por exemplo o sítio para onde íamos ou se a Megan ou a Lola tinham dado pelo que se tinha passado. Apesar do álcool continuar a toldar as minhas ideias, naquele momento sentia-me ligeiramente mais sóbria, preocupada com o que o Enzo me poderia fazer – Tenho a certeza que o Martin vai chamar a polícia e dizer que me raptaste. – sorri mais segura com aquilo. Claro, o Martin tinha visto o que se tinha passado e de certeza que estava neste preciso momento a arranjar uma maneira de acalmar este maníaco e salvar-me. Só esperava que o fizesse antes de o Enzo chegar a vias de facto.

- O Martin. – repetiu ele com um tom de gozo – O Martin deve estar agora é a fazer queixas à minha irmã. Porque é com esse tipo de rapazes que andavas a dançar, um mariquinhas.

Voltei a espernear mas nem assim ele me metia no chão muito pelo contrário, só fazia com que sentisse os seus braços a apertarem-me com mais força contra ele – Um mariquinhas? – repeti irritada com toda aquela situação – Porque ao contrário de ti não rouba raparigas nem as leva não sei para onde? Põe-me no chão! – gritei – Estás todo pegajoso e nojento e eu nem gosto de ti!

- E de quem é a culpa de eu estar todo nojento? Quem é que me atirou uma bebida para cima?

Estava pronta para berrar novamente quando percebi que ele tinha parado de andar e que nos encontrávamos à frente de um edifício que eu não conhecia. Mais uma vez o medo começou a apoderar-se de mim. Onde raio é que estava a equipa de intervenção que o Martin devia ter ido chamar?

- Onde é que estamos? – perguntei não conseguindo conter o meu tom nervoso.

- Já vais ver. – não era preciso estar a olhar para a cara do Enzo para saber que ele estava a sorrir, o que só me deixou ainda mais preocupada. Com um dos braços ele manteve-me em cima do seu ombro e com a outra mão deu um jeito à porta que abriu logo depois.

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